A Campanha da Fraternidade 2023: ‘Fraternidade e Fome’, com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” Mt 14,16 – é tema profético que objetiva sensibilizar a sociedade e a Igreja para o enfrentamento da fome, visando transformar a realidade desalmada, presente, entre nós, no compromisso com ações que incidam nos diversos modelos de fome nas periferias existenciais no campo e na cidade, à luz da fé com a instrução do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na Igreja Local, somos impulsionados pelo tema pastoral de que “Parado não dá. Missionário eu sou. Em missão eu vou”.
O estudo formativo para os multiplicadores da C.F2023, aconteceu neste final de semana, nos dias 27 a 29, no Cenóbio da Transfiguração em Castanhal, e contou com a presença dos agentes das pastorais, coordenadores de grupos, movimentos, organismos, Pequenas Comunidades e dos diáconos permanentes das paróquias de toda a diocese. Os trabalhos foram coordenados pela Equipe Diocesana da C.F que, já há algumas semanas, intensificou a articulação e a realização do encontro.
A programação se fundamentou no subsídio, Texto Base da CF: escutar a realidade ao redor, com a participação de Nayriane Rodrigues e Hiago Farias; iluminar com a Luz da Palavra e da Fé, na contribuição do teólogo Victor Paiva, ofs; ver a realidade da Fome no atual cenário sociopolítico e econômico do Brasil, na colaboração do Prof. Dr. Mario Tito. Todo esse preparo além de elucidar as questões sociais, proporcionou olhares para uma maior participação na construção de políticas públicas e de organização comunitária.
Na manhã do domingo, depois de todo esse embasamento teórico, sob a coordenação de Zélia Marques e Eliana Maciel, da Comissão de Justiça e Paz, os participantes se reuniram em grupos, por foranias e coordenação de pastoral, para traçar um plano de ação, garantindo que os conhecimentos sejam aplicados no fomento e na implementação do que as comunidades e associações já produzem.
Dom Carlos, que esteve no Cenóbio, saudou os presentes, e nas suas palavras, comentou: “falamos tanto de fraternidade. Estudamos, fazemos diagnóstico da fome, mas a outra coisa são as práticas de fraternidade. Este ano somos desafiados a enfrentar uma questão que já a Igreja Católica no Brasil apresenta pela terceira vez: a fome.
Em 2002, aprovamos o projeto sobre a questão da fome, incentivando naquele começo do milênio, o programa “Fome Zero”. É claro que temos muita fome, certamente, muitos com fome de Deus, de felicidade. Mas, esta fome de pão, de alimentos, é questão de sobrevivência, um direito inalienável; atualmente, é um escândalo e se agravou com a pandemia, mas não é por causa da pandemia. Nós temos que nos conscientizar e partir para a ação. … Enquanto não tiver trabalho, salário digno, condições básicas de saúde para todos, se torna um perigo sempre. Alguns pensam que não tem nada estas questões com a fé, e se continuarmos a separar a fé exatamente da vida, não resolveremos o problema.
Vivamos intensamente a C.F além do Tempo da Quaresma. O problema é um desafio que fica aí, é nós não podemos, depois da Páscoa, esquecer que temos que continuar, mas, também, através de algumas práticas que podem acontecer em nossas comunidades.”
Celebrações e momentos orantes ricos em significados, sinalizaram as noites no Cenóbio, tanto no início, como durante o encontro, culminando com a Celebração Eucarística, presidida por padre Marcos Marelli.
A Diocese de Castanhal, em continuação à publicização e participação na campanha, promoverá um Seminário de Abertura da C.F 2023, no dia 25 de fevereiro, às 16h00, no auditório “Enrichetta Onorante” da Catedral Santa Maria Mãe de Deus.
Vânia Sagresti – Pascom Diocese de Castanhal
Fotos: CJP, Pascom
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