As lives de mobilização da Ação Emergencial “É Tempo de Cuidar” entram em uma nova fase neste mês. A partir desta terça-feira, 11 de agosto, serão organizadas séries de lives para discutir e aprofundar uma temática da realidade brasileira associada à solidariedade sempre no mesmo dia da semana, às terças-feiras, às 17h, transmitidas pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Cáritas Brasileira.
Nesta nova fase, as lives serão mediadas pelo secretário-executivo das Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Patriky Samuel Batista, e contarão sempre com a presença de dois especialistas nas temáticas e membros da Igreja no Brasil que têm contato e experiência com o tema de cada episódio. Segundo a assessora de Comunicação da CNBB, Manuela Castro, o objetivo será aprofundar e abordar diferentes aspectos e enfoques das temáticas ligadas à solidariedade na Igreja no Brasil. O aprofundamento buscará seguir os passos adotados pela Igreja no Brasil (ver, julgar, agir e celebrar).
O primeiro tema que será abordado em uma série de quatro lives, entre o dia 11 de agosto e 1º de setembro, será a “Fome”. Segundo o economista Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês), uma das maiores agências humanitárias das Organizações das Nações Unidas (ONU), com a pandemia de coronavírus e seus efeitos econômicos, o Brasil caminha para voltar ao Mapa da Fome.
No Brasil, a estimativa é de que cerca de 5,4 milhões de pessoas – a população da Noruega – passem para a extrema pobreza em razão da pandemia. O total chegaria a quase 14,7 milhões até o fim de 2020, ou 7% da população, segundo estudos do Banco Mundial.
No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) havia alertado que o Brasil poderia voltar a ser incluído no Mapa da Fome, ou seja, na relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias que o recomendável. Desde 2014, o país já havia deixado essa lista. A estimativa do Banco Mundial é que cerca de 5,4 milhões de brasileiros atinjam a extrema pobreza, chegando ao total de 14,7 milhões de pessoas até o fim de 2020, ou 7% da população.
“O Brasil já está dentro do Mapa da Fome. Vamos ter que fazer todo um esforço de reconstrução. Esperamos que um dia se reponha a participação social no país, de forma que possamos, novamente, sair do Mapa da Fome, e oferecer condições de alimentação com comida de verdade para nossa população”, afirmou Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Um dos convidados é o diretor da Fundação Getúlio Vargas Social, Marcelo Neri. Ele é doutor em economia pela Universidade de Princeton. Foi presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), ministro de Assuntos Estratégicos e secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.A primeira live da série sobre a “Fome” será nesta terça-feira, 11 de agosto, às 17h. O tema é “A História e os números da pobreza e da fome no Brasil”, tendo com a inspiração bíblica: “Quando foi que te vimos com fome?” (Mt 25,37).
O diretor da FGV Social vem acumulando a experiência de avaliar políticas públicas em duas dezenas de países e implementou políticas públicas em três níveis de governo no Brasil. É autor de 12 livros. O outro convidado é o assessor da Rede Eclesial da Pan-Amazônia (Repam-Brasil), Roberto Malvezi, também membro da Comissão Episcopal Especial para a Ecologia Integral da CNBB.
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