Em Angra, as celebrações do Domingo de Pentecostes (20/05) começaram com a primeira missa na Igreja Matriz, às 6h30, seguida do café comunitário servido na Praça. Às 10h, aconteceu a Missa Solene com a presença do “Menino Imperador” e seu séquito; e às 16h, a última Celebração Eucarística do dia.
O pároco Frei Fernando Bezerra, Ocarm., convidou os fiéis a refletirem sobre a responsabilidade de ser sal da terra e luz do mundo. “Precisamos ser diferente neste mundo, ser presença edificante, e para isso, meditamos sobre o tema do novenário: “Espírito Santo, Ajudai-nos a superar a violência”, explicou.
A paz não é ausência de conflito; a paz que o Senhor nos oferece ela nasce do coração de Deus. É Jesus que devemos pedir para construir a paz que desejamos e que deve ser edificada no meio de nós”, disse Frei Adailson Santos, Ocarm., membro do Conselho da Província Carmelitana de Santo Elias, em sua homilia. E complementou: “Quando eu não acolho o Espírito Santo, eu não acolho o irmão. […] O coração daquele que segue Jesus é pautado na luz do Espírito Santo, a viver a esperança. Se o mundo não está bem, é porque as pessoas perderam a referência, que é Cristo”.
A programação religiosa do Domingo de Pentecostes foi encerrada com a Procissão do Divino Espírito Santo. Logo após, houve a troca da coroa do Divino pelo chapéu do Imperador.
Um pouco da história sobre a Coroação do “menino imperador”
Duas versões tentam explicar a presença do Menino Imperador na Festa do Divino:
1) Na primeira consta que a rainha Dna Isabel, num gesto de humildade, escolheu o homem mais pobre que assistia a uma missa e o coroou rei, colocando-lhe ainda, seu próprio manto e concedendo-lhe diversos privilégios. Este gesto foi muito apreciado pela nobreza local, que, com autorização do Dom Diniz, foi imitado nas localidades de Portugal, incorporando-se definitivamente, às festividades.
2) Existe ainda a lenda segundo a qual o Rei de Portugal teria prometido visitar uma de suas colônias na África durante os festejos do Divino. Desmarcada a visita repentinamente, a nobreza local, sentindo-se desprestigiada, escolheu um menino da localidade e vestiu-o como rei. Chegando a cidade de barco, o falso monarca recebeu da população diversas homenagens.
Muitas pessoas acham que a presença da figura do Imperador é uma recordação da visita que o Imperador D. Pedro II fez a Angra dos Reis, o que é totalmente errado, uma vez que a figura do Imperador do Divino tem registros muito mais antigos que a independência do Brasil, que ocorreu em 1822, quando foi criado o Império, que durou até 1889. Aliás, o próprio título de Imperador dado a D. Pedro I foi sugerido por José Bonifácio, que, preocupado com o detrimento do título de rei, preferiu o de Imperador, por ser o Imperador do Divino uma figura já conhecida e popular no Brasil, desde o início da colonização.
Mas para a tradição dos festejos em louvor ao Divino Espirito Santo, o Menino Imperador representa um elo entre o temporal e o espiritual. É a presença visível e palpável do coordenador de comunidade mais fraterna, procurando incutir em seus membros o recebimento dos dons e a colheita dos frutos do ESPIRITO SANTO.
É importante frisar que o Menino Imperador, embora participando de todos os atos litúrgicos e presidindo os eventos folclóricos, não é a figura central da festa, cujo objetivo de sua realização é homenagear o DIVINO ESPIRITO SANTO, terceira pessoa da Santíssima Trindade, que muitas vezes é confundida com a figura do Menino Imperador.
Fonte: Pascom Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Angra dos Reis
Fotos: Pascom
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