O mal de Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus são doenças crônicas e de difícil controle que não possuem cura, mas, se tratadas com cuidado e atenção, podem permitir que seus portadores vivam uma vida confortável e de qualidade, amenizando seus sintomas. Para conscientizar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce dessas doenças foi criado em 2014 o Fevereiro Roxo, que se une a outras campanhas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul e a tantas outras que foram surgindo, campanhas mensais que utilizam uma cor para associar à causa, com o objetivo de transmitir informações sobre a doença, riscos, sintomas e, sobretudo, a diferença que a detecção precoce causa na vida do paciente.
Seu lema é “Se não houver cura, que ao menos haja conforto” e descreve exatamente o principal objetivo da campanha.
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Ela acomete funções cerebrais como memória, linguagem, cálculo, comportamento, que vão sendo comprometidas aos poucos. Embora o mal de Alzheimer esteja associado à velhice, há casos de surgimento prematuro, principalmente quando já há um histórico de familiares que apresentam o quadro. No Brasil, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas sofrem de Alzheimer. Segundo uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade de Queensland, na Austrália, esse número deve quadruplicar em trinta anos. Fatores como hipertensão, obesidade, diabetes e problemas psicológicos contribuem para que a doença apareça.
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória autoimune. Isso ocorre quando o nosso sistema imunológico trata os tecidos e órgãos saudáveis do corpo como se fossem invasores externos, causando a sua destruição e desequilibrando a produção de anticorpos. Pode afetar a pele, as articulações, os rins e o cérebro. Alguns sintomas são gerais, como emagrecimento, perda de apetite, fraqueza, dor nas juntas ou problemas específicos de cada órgão. Embora qualquer pessoa esteja suscetível ao lúpus, as mulheres são as que mais apresentam a ocorrência da doença, que costuma se manifestar entre os 20 e os 40 anos de idade. Recentemente, o lúpus começou a ser mais divulgado na mídia após as cantoras Lady Gaga e Selena Gomez falarem abertamente sobre o diagnóstico. No Brasil, estimativas indicam aproximadamente 65 mil pessoas com a enfermidade, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. O diagnóstico é feito pelo reconhecimento médico por meio dos sintomas e alterações nos exames de sangue e urina.
A terceira patologia que o Fevereiro Roxo aborda é a fibromialgia, uma síndrome caracterizada por dores crônicas em todo o corpo, sobretudo na musculatura, sendo constantes e que costumam durar cerca de três meses. Além disso, a doença também causa cansaço extremo, perda de memória e falta de concentração e pode desencadear quadros de ansiedade e depressão. Segundo um estudo sobre a prevalência da fibromialgia no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas sofrem da doença no país. Delas, entre 75% e 90% são mulheres. A síndrome costuma aparecer entre os 30 e 60 anos de idade, embora também haja casos em crianças e idosos. Ainda não existe uma causa única conhecida para a doença, mas traumas físicos ou psicológicos podem causar o aparecimento dela, começando com uma dor crônica e progredindo para todo o corpo.
Essas três patologias, embora muito distintas, têm algo em comum: quando descobertas cedo, podem ser tratadas, proporcionando bem-estar aos seus portadores. Essa é importância e a finalidade do Fevereiro Roxo: alertar e informar, dando visibilidade às doenças, riscos e sintomas, incentivando os que apresentam os sintomas a buscar ajuda médica e mostrando como é possível viver bem e saudável, mesmo com o diagnóstico.
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