Umas das tarefas mais importantes dos(as) catequistas é despertar nas crianças e adolescentes o gosto pelo trabalho em grupo e pela aceitação uns dos outros. Eles devem aprender o sentido de ser comunidade, descobrir o quanto é gratificante viver em comunidade, mas, ao mesmo tempo, conhecer os limites dessa vivência para superá-los com tranquilidade.
Deus não nos fez para viver sozinhos, isolados, precisamos de amigos, de companhia. A comunidade cristã é o lugar de nossa convivência fraterna como irmãos e irmãs.
Nela passamos boa parte de nossa vida.
Crescemos como pessoa humana, realizamos projetos comuns, aprendemos cidadania, descobrimos nossos potenciais e, não menos importante, elevamos juntos nossa ação de graças a Deus.
A Santíssima Trindade é a verdadeira comunidade, nela o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão intimamente unidos. Diante do individualismo que toma conta de nossa sociedade, nosso esforço deve ser cada vez maior para que nossas crianças não absorvam isso e, assim, não percam o senso comunitário.
A lógica excludente da sociedade não deve nos enfraquecer e desanimar na construção de um mundo mais justo e mais fraterno.
É importante que tenhamos, na catequese, dinâmicas e brincadeiras para integração grupai, visando a aceitação uns dos outros e o aprendizado de conviver com as diferenças. Apresento a seguinte brincadeira para ajudá-los nesse sentido:
1. Antes da brincadeira, conversar sobre a importância de se conhecer melhor;
2. Começar a brincadeira convidando as crianças e os adolescentes menos aceitos ou ignorados no grupo para ficarem fora da sala (ou do ambiente do encontro);
3. Dividir os demais em tantos grupos quantos forem os que estiverem fora da sala;
4. Pedir a cada grupo que preencha uma ficha com as qualidades de uma das crianças ou adolescentes que estão fora da sala, cujo nome o catequista deve informar ao grupo;
5. O catequista chama as crianças e os adolescentes que estão fora, e cada grupo apresentará ao colega sua ficha de qualidade (valores da pessoa);
6. O ideal é encerrar a brincadeira com um abraço amigo e um canto sobre a amizade.
Na comunidade, muitas são as alegrias que vivenciamos ao longo da vida, principalmente quando realizamos atividades que são aceitas por todos e que tenham a participação de todos os grupos, pois cada um, com seu jeito diferente de ser e de agir, pode colaborar para o bom êxito das tarefas.
Contudo, sabemos que na comunidade cristã surgem os conflitos que muitas vezes enfraquecem o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja.
Não há lugar para o “eu” na comunidade, pois somente o “nós” deve ser o lema de nossa ação missionária em favor dos irmãos e irmãs, principalmente dos que ainda não descobriram o valor de se viver em comunidade.
A comunidade é o lugar da festa e do perdão, por isso, assim como nos alegramos quando tudo está bem, todos se aceitam e se entendem, devemos celebrar a reconciliação, quando surgem os conflitos que tendem a nos separar, a quebrar a aliança que há entre seus membros.
Esforcemo-nos mais e mais para que nossos pequenos se sintam motivados ao convite de Jesus: viver e crescer em comunidade.
Pe. Jorge Paulo da Silva Sampaio
Santuário Nacional de
Nossa Senhora Aparecida
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