DESAFIO DA NOVA EVANGELIZAÇãO
A Iniciação Cristã é um “desafio que devemos encarar com decisão, coragem e criatividade… Tarefa irrenunciável” (DAp 287). É processo permanente, gradual, envolvendo toda a comunidade. Exige conversão pessoal e estrutural.
O QUE É INICIAÇÃO CRISTÃ?
É o nome que se dá ao processo pelo qual uma pessoa é incorporada ao mistério de Cristo, morto e ressuscitado, tornando-se discípula de Cristo. Esta transformação radical se realiza no âmbito da fé e supõe um itinerário catequético chamado catecumenato realizado em etapas. Este itinerário marcou os primeiros tempos da Igreja. Esta catequese levava a pessoa a fazer uma experiência profunda com Jesus Cristo e seu Reino.
Importante…
Não era apenas uma doutrina, um ensino, um catecismo; era um verdadeiro encontro, uma experiência de vida que encantava, empolgava, apaixonava o catecúmeno, no amor a Deus e aos irmãos.
Se dá o nome de Iniciação Cristã, por que era o início de uma caminhada, um itinerário, com diversas etapas, através das quais o catequizando adquiria maturidade, profundidade, transformação de sua vida, tornando-se um cristão adulto, um verdadeiro discípulo missionário.
NÃO ESQUECER….
INICIAÇÃO CRISTÃ É O INÍCIO DE UM CAMINHO QUE LEVA A UM PROCESSO DE ENCONTRO COM CRISTO ATRAVÉS DE UMA TRANSFORMAÇÃO PESSOAL, COMUNITÁRIA E SOCIAL.
A Iniciação, o caminho para entrar e viver a vida de batizado é a inserção na vida, morte e ressurreição de Jesus. É inserir-se na Comunidade-Igreja pela prática da fé cristã. É participar como membro ativo da vida eclesial, aprofundando o conhecimento, a celebração e a vivência da Palavra de Deus na interação fé e vida.
O QUE NÃO É INICIAÇÃO CRISTÃ…
Não é um faz de contas: eu faço de conta que me empenho, os outros fazem de conta que se preocupam e todos fazemos de conta que a Igreja se renova;
Não é um quebra-galho: não é uma maneira de preparar “às pressas” aqueles que não completaram a iniciação sacramental e querem casar na Igreja;
Não é uma “pastoral” ao lado de outras: A Iniciação é, sem dúvida, uma ação específica, que deve estar articulada com todas as demais ações eclesiais- sobretudo com as tematicamente mais próximas – e, além disso, uma dimensão que deve permear toda a operosidade eclesial
Não é um modismo: a Iniciação não foi inventada agora, ela existe desde o início do Cristianismo, ficou por muito tempo esquecida, por que a Igreja imaginava que todos já eram evangelizados e que a sociedade era cristã.
Passos DA INICIAÇÃO…
O processo de Iniciação Cristã passa por seis momentos específicos que envolvem toda a vida da pessoa:
O ENCONTRO
A CONVERSÃO
O DISCIPULADO
O ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE
A CELEBRAÇÃO
A MISSÃO
Todos esses passos levam ao TESTEMUNHO.
Por que falar de iniciação cristã hoje?
INQUIETAÇÕES ATUAIS.
O ser humano vive à procura de respostas sobre a vida e, no fundo, sobre si mesmo.
Quem chega a idade adulta com essas indagações precisa de mais do que uma síntese doutrinal.
O adulto cheio de perguntas quer descobrir sentido na vida. Por isso se faz necessário um verdadeiro mergulho no mistério, com uma experiência cada vez mais profunda das diversas dimensões da vida crista.
Hoje muitos se sentem mais à vontade para declarar que não têm religião ou que consideram insuficiente a sua suposta pertença eclesial.
Jesus evangelizou os adultos e abençoou as crianças. Nós muitas vezes fazemos o contrário.
Uma Igreja em estado permanente de missão tem que responder a essa necessidade religiosa sim, mas também antropológica.
É certo que para tornar-se algo novo é preciso passar por um processo de iniciação que envolve mais do que conhecer ideias. A pessoa nova que vai emergir como seguidora de um caminho se compromete com seu conhecimento, suas emoções, suas opções de vida, suas escolhas de cada momento.
Entrar num novo projeto de vida, religioso ou não, requer um processo de passos sucessivos de aproximação.
O processo de iniciação acontece sempre que alguém se compromete com um novo projeto de vida.
Foi assim no começo da Igreja…
Jesus formou lentamente os seus discípulos. Houve um chamado, um aprendizado e um convívio. Houve etapas na missão, envio, aprofundamento.
O caminho da iniciação ficou evidente, a partir do século II, com a estruturação do catecumenato para promover a introdução dos novos convertidos na vida da Igreja. O objetivo era o aprofundamento da fé, como adesão pessoal a Jesus Cristo e a tudo que ele revela.
Teve seu período áureo entre os séculos III e IV.
Quando o cristianismo começou a ser religião aceita e, posteriormente, tornada a religião oficial do Império, o catecumenato foi reduzido à Quaresma até desaparecer e ser substituído pelo Batismo de massa.
Ser cristão começa a ser situação comum e abre-se a possibilidade do batismo ministrado preponderantemente às crianças.
Durante muito tempo o processo de iniciação explícita foi ficando menos ativo. Afinal, todo mundo era batizado e religião era atitude que se aprendia vivendo em família e na própria sociedade.
Essa religião culturalmente disseminada foi campo fértil para devocionismos variados. As pessoas eram batizadas, faziam a primeira comunhão, casavam na Igreja…mas gradativamente muitos foram deixando de perceber o que esse compromisso de fato significava.
A sociedade foi se tornando independente da influência da igreja e a religião passou a ser vista como assunto privado, pessoal.
O Documento de aparecida alerta…
“Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”. (DAp, n. 12)
O projeto de Jesus não tem nada de pequeno ou mesquinho; pelo contrário, somos chamado a um trabalho exigente e emocionante.
O livro A caminho de um novo paradigma para a catequese reflete sobre quatro temas-chave: “A Iniciação Cristã no itinerário do discípulo”; “Íntima relação entre comunidade eclesial e Iniciação Cristã”; “O catequista discípulo e missionário”; e “Inspiração catecumenal da catequese”.
Adquira o seu exemplar por AQUI
Leave a Comment