Todos os anos a Solenidade da Anunciação do Senhor é celebrada no dia 25 de março, nove meses antes do Natal do Senhor. No entanto, em 2024 a data coincide com a segunda-feira da Semana Santa. Por isso, a liturgia da Igreja transfere esta celebração.
A Igreja indica que a Solenidade seja celebrada no dia 8 de abril, ou seja, na segunda-feira depois das Oitavas de Páscoa. “Geralmente quando uma solenidade da Quaresma cai na Semana Santa, elas são transferidas para a segunda-feira depois da Oitava de Páscoa”, explica o teólogo Jonas Ferreira.
Apesar de não ser celebrada na época do Natal, a solenidade da Anunciação do Senhor é considerada uma festa natalina, porque aconteceu nove meses antes do Nascimento de Jesus. Nela a Igreja celebra a encarnação do Verbo no seio da Virgem Maria, ou seja, a sua entrada na História.
Então hoje, dia 8 de abril, a Igreja celebra a Solenidade da Anunciação do Senhor. Num dia como hoje, ocorreu um acontecimento que mudaria para sempre a história da humanidade. Deus Todo-Poderoso convidou uma humilde donzela de Nazaré, Israel, chamada Maria, para cooperar em seu plano salvífico: Ela será convidada através do anjo para ser mãe do Filho unigênito de Deus, o Senhor Jesus.
Maria, que havia consagrado a sua virgindade a Deus, responde à proposta divina com um corajoso e generoso “Sim!” (Cf. Lc 1, 26-38); por isso ela será chamada de ‘cheia de graça’. A partir do momento preciso em que a Virgem de Nazaré fica grávida por obra e graça do Espírito Santo, as portas do céu voltarão a abrir-se e a amizade entre Deus e o homem, uma vez quebrada pelo pecado, fica restabelecida.
Com o seu “sim”, a Virgem será elevada à condição de “Mãe de Deus”. Ela levará Jesus no seu ventre: primeiro será abrigo e proteção; depois, a encarregada de educar Aquele que é saúde para o gênero humano.
Tradicionalmente a Anunciação do Senhor é celebrada no dia 25 de março – nove meses antes do Natal -, mas este ano, o dia 25 foi segunda-feira da Semana Santa, por isso a Solenidade foi transferida para hoje, 8 de abril, um dia depois da Oitava da Páscoa ter concluído.
O motivo da celebração: O Verbo de Deus se fez carne!
“O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra’. E o anjo afastou-se dela” (Lc 1, 35-38).
Esta passagem faz parte do Evangelho de hoje (Lc 1, 26-38), que narra o diálogo do “mensageiro” de Deus, Gabriel, com a Virgem. A clareza e a simplicidade da resposta de Maria denotam que não houve imposição sobre ela, mas sim liberdade.
Maria poderia ter rejeitado a proposta que saiu da boca do anjo e Deus teria respeitado a sua decisão da mesma forma que respeita incondicionalmente a liberdade humana. Para alegria e gratidão de todas as gerações, a “bendita entre as mulheres” acolheu a vontade de Deus com amor e docilidade. Deus não depositou em vão a sua confiança em Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”, responde ela, e ocorre o maior de todos os milagres: a Encarnação do Verbo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Este fato constitui a irrupção autêntica e plena do Amor infinito na história da humanidade, cujo significado e repercussões nunca poderão ser plenamente ponderados, pelo menos até ao fim dos tempos.
Voltando à passagem bíblica do encontro de Maria com o anjo, fica claro também que o futuro não parecia isento de dificuldades para a Mãe de Deus. No momento da anunciação, Maria estava noiva de José e era óbvio que o que havia sido planejado até então seria mudado. Não é difícil pensar que este plano teria de ser arquivado. Além disso, principalmente, Maria estava ciente das profecias sobre o Messias, por isso estava muito consciente de que muitas dificuldades e incertezas apareceriam.
José, perplexo com o que Maria lhe revelaria, decide repudiá-la em segredo, tentando, na medida do possível, não a envergonhar diante de todos. Ela, por sua vez, continuará apegada à Providência divina.
Finalmente, como Deus não abandona os seus, enviou um anjo que fala com José em sonhos. Deus também esperava muito dele. Ele queria que seu Filho estivesse sob os cuidados paternos de um homem santo. Por isso, o santo carpinteiro receberia o privilégio de ser pai de Jesus na terra e formar com Maria um lar cheio de amor divino: a Sagrada Família de Nazaré.
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