I) PREPARAÇÃO
– Escolher com antecedência um lugar tranquilo, de preferência em contato com a natureza e não um lugar fechado. Deve ser um lugar silencioso e sem movimento de gente estranha para facilitar o recolhimento.
– Marcar com bastante antecedência o local do retiro, a hora, o ponto onde todos vão se encontrar para sair. Seria bom que ninguém faltasse ao retiro, pois este é um momento especial de oração e reflexão, muito importante para a turma.
– Preparar lanche, combinando tudo com a turma. Alguns catequistas preferem fazer os dois retiros de uma vez só, então ele deve durar o dia todo: manhã e tarde. A equipe deve se prevenir para receber os catequizandos, inclusive preparando lanche e até almoço.
– Preparar folhas com os textos que deverão ser usados na reflexão: textos bíblicos, questões para partilha, orações da missa, etc. Confira o roteiro abaixo.
– Fazer cartazes com os diversos ritos da missa, conforme sugerido no roteiro abaixo, na terceira reflexão.
– Estudar bem o roteiro e preparar-se pessoalmente para esse momento com a turma. Não basta ir com a turma para um lugar diferente. É preciso aproveitar o momento para rezar, dialogar, fazer a experiência do Deus vivo e amoroso presente entre a turma. Este momento pode ser especial não só para a turma, mas para o catequista também.
II) DESENVOLVIMENTO
1) Acolhida e oração
– Cantar músicas animadas, acolhendo a turma.
– Motivar: Nós estamos nos aproximando do dia da nossa primeira comunhão. Vamos receber o sacramento da Eucaristia pela primeira vez. Isso é muito importante. E sempre que estamos às vésperas de um momento importante, precisamos parar um pouco para pensar, para rezar, para preparar nosso coração para esse momento. É o que viemos fazer aqui hoje: um retiro. Vamos, pois, passar esse momento juntos, bem unidos uns com os outros e bem unidos a Jesus, aquele a quem nós queremos seguir. Vamos iniciar nosso encontro rezando, colocando toda a nossa vida nas mãos de Jesus e pedindo a ele que fique sempre conosco.
– Fazer o Sinal da Cruz.
– Erguer as mãos e rezar com o catequista: Ó bom Jesus, nós estamos aqui para mais um encontro, para mais um momento de amizade e comunhão com o Senhor. Nós te pedimos que o Senhor venha nos iluminar e nos ajudar a abrir nossos corações para acolher sua presença. Queremos que o Senhor esteja sempre presente em nossa vida, queremos ser seus seguidores, seus discípulos. Nós te pedimos força e coragem nessa caminhada de discípulo. Amém!
– Cantar a música “Deus me chama” ou “Se Jesus me chama eu vou“.
– Rezar uns pelos outros. Colocar a mão no ombro do irmão que está à sua direita e rezar por ele. O catequista reza e a turma repete: Senhor Jesus, venha abençoar a todos nós, de modo especial, a esse amigo que está ao meu lado. Que ele siga seus passos, acolha sua palavra e viva sempre na amizade com o Senhor. Fortaleça sua fé, ilumine sua vida e dê a ele muita paz. Amém!
– Dar o abraço da paz.
– Cantar. Que tal a música “Perdão, meu Senhor“?
2) Primeira reflexão
A IMPORTÂNCIA DA EUCARISTIA EM NOSSA VIDA
(Assentar a turma em círculo, entregar a folha com textos bíblicos. Pedir que não leiam ainda. Cada texto vai ser lido ao longo da reflexão desenvolvida pelo catequista. Desenvolver a reflexão seguindo os passos abaixo.)
– Jesus, quando viveu em Nazaré, chamou muitos discípulos. Ele nunca quis estar sozinho. Sempre estava rodeado de pessoas, cercado de gente. Eram os discípulos de Jesus. Ele irradiava uma paz diferente; ele transmitia uma confiança em Deus que todos admiravam; ele contagiava com uma alegria que vinha de Deus. As pessoas sabiam que para experimentar essa paz, essa confiança e essa alegria, precisavam seguir Jesus sempre de perto, sem jamais se afastar dele. Precisavam ser discípulos de Jesus.
– Discípulo é aquele que segue o mestre. Mas não segue à toa. Ele encontra no seu mestre uma força transformadora, encontra em suas palavras um sentido novo para a vida. Por isso o segue. Por isso se compromete com o mestre. Então, entra na intimidade do mestre. Jesus era esse mestre em torno do qual muita gente se ajuntou. Muitos deixaram sua vida, sua rotina, seus afazeres para seguir Jesus e conhecê-lo mais de perto. Havia algo especial em Jesus que encantava, que atraía e as pessoas iam curiosas atrás dele para descobrir que força era essa que havia em Jesus.
(Ler o texto número 1: Jo 1,35-39)
“Certa vez, João Batista estava com dois de seus discípulos e, avistando Jesus que ia passando, disse-lhes: ‘Eis o cordeiro de Deus’. Os dois discípulos ouviram João falar e seguiram Jesus. Então Jesus olhou para trás e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: ‘O que vocês procuram?’. Eles disseram: ‘Mestre, onde moras?’. Jesus respondeu: ‘Venham comigo e vocês verão’. Eles foram, então, aonde Jesus morava e ficaram com ele aquele dia”.
– Esse texto mostra o interesse de dois discípulos de seguir Jesus. Vendo Jesus que eles estavam interessados em segui-lo, disse-lhes: “Venham comigo!”. Jesus e aqueles dois discípulos passaram o dia juntos. E daquele dia em diante, nunca mais eles abandonaram Jesus. A amizade que surgiu entre eles foi tão grande que uniu suas vidas para sempre. Jesus já não vivia sem seus discípulos. Os discípulos já não queriam mais viver sem Jesus. Eles não ficaram olhando Jesus de longe, como um simpatizante que observa, mas não se compromete. Não. Eles foram atrás do mestre, tornaram-se íntimos dele, amigos do peito, seguidores fiéis de Jesus.
– Nós também somos convidados a entrar na intimidade de Jesus. Ele nos chama. Ele nos diz: “Venham comigo”. Se a gente aceitar esse chamado, então entraremos em comunhão com Jesus.
– Mas o que é comunhão? Nós dizemos que vamos fazer a primeira comunhão. Mas o que é isso? Comunhão significa união, no caso união com Jesus. Os discípulos entraram em comunhão com Jesus porque passaram a ser seus amigos do peito. Eles se tornaram inseparáveis. Nós vamos fazer a comunhão, isso significa que haverá uma união ainda maior, mais estreita e mais comprometedora entre nós e Jesus. Seremos seus discípulos; vamos segui-lo por seus caminhos. Vamos viver unidos ao mestre Jesus, numa amizade que não deve ser rompida por nada. É assim que vivem os discípulos de Jesus. Então, faremos não só a primeira comunhão, mas viveremos em comunhão, o que é muito mais importante ainda.
– Com isso, percebemos duas coisas muito importantes:
• A comunhão é para quem quer ser discípulo de Jesus;
• A comunhão não é uma festa para receber a hóstia pela primeira vez. É um compromisso de viver a vida em união com Jesus.
(Conversar um pouco com a turma sobre esses dois itens acima. Ver o que eles acham disso. Deixar que eles falem)
– Foi para ficar sempre conosco que Jesus nos deixou o sacramento da Eucaristia, a comunhão. Sacramento quer dizer sinal: sinal de união do discípulo com o mestre, sinal do amor de Jesus por nós que não quer nos deixar sozinhos. Eucaristia quer dizer “ação de graças”, ou seja, a alegria do discípulo que agradece a Deus por poder viver unido a Jesus. (Frisar bem esses conceitos)
– Os sinais são muito importantes. Eles tocam fundo o nosso coração. Uma rosa, por exemplo, pode ser só uma flor lá no jardim. Mas, quando ofertada por alguém que ama, é sinal do amor entre as duas pessoas. Um abraço, por exemplo, pode ser só uma formalidade. Mas, se acontece entre duas pessoas que se amam e que estavam distantes, ele é sinal de uma grande amizade. E assim vai: um presente pode ser sinal de gratidão, um gesto comum pode ser um sinal especial. Assim, a Eucaristia é sinal da união com Jesus, sinal de seu grande amor por nós e de sua presença nos fortalecendo.
– Mas quando foi que Jesus instituiu a Eucaristia?
(Ler o texto número 2: Mt 26,20.26-28)
“Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com seus discípulos. Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão e pronunciou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’. Em seguida, pegou um cálice, deu graças e passou-o a eles dizendo: ‘Bebei dele todos, pois este é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que é derramado por todos para remissão dos pecados’”.
– Jesus sabia que havia chegado sua hora de morrer. Não porque ele adivinhasse as coisas, mas porque ele via que suas palavras e obras estavam incomodando muita gente poderosa que queria matá-lo. Então, antes que eles botassem as mãos em Jesus, ele fez um jantar especial com seus amigos. E foi nesse jantar que tudo aconteceu. Jesus tomou o pão e o vinho e disse que eles seriam sinais da sua vida doada por amor a nós. A partir daquele momento, o pão e o vinho passaram a ser algo mais que um simples alimento e uma simples bebida para quem se reúne para celebrar a fé em Jesus. Estes pequenos e corriqueiros símbolos ganharam novo significado: tornaram-se para nós o corpo e o sangue de Jesus, sinais da sua presença no meio de nós. Então, Jesus, mesmo morrendo, continuou entre nós. Pois o corpo e o sangue significam a vida da pessoa toda.
– E foi assim que aconteceu. Depois que Jesus morreu, ressuscitou e voltou para junto de Deus, os discípulos não podiam mais ver Jesus, mas podiam continuar unidos a Jesus pelos diversos sinais que ele deixou. Eles se reuniam para rezar e celebravam a Eucaristia. E isso era força para eles. Os discípulos enfrentavam provações, dificuldades e até perseguições, mas não desanimavam. Sabiam que Jesus estava com eles, presente em suas vidas, em seus corações, e ainda mais no sinal da Eucaristia.
Então, vamos recapitular:
• A eucaristia ou Comunhão foi instituída por Jesus pouco antes de sua morte;
• Ele instituiu a eucaristia para nos deixar um sinal da sua presença;
• Desde o início da Igreja, os cristãos se reúnem para celebrar a Eucaristia e manter acesa a amizade com Jesus;
• Essa celebração é o que hoje chamamos de Missa e da qual devemos sempre participar, ainda mais depois de fazermos nossa primeira comunhão.
(Conversar um pouco sobre esses pontos. Ver as dificuldades para participar da Missa, o que acham da missa, suas dificuldades nesse sentido.)
– Celebrando a primeira comunhão, nós estaremos também fazendo um propósito de viver mais intensamente como discípulos de Jesus. Vamos nos juntar ao imenso grupo de pessoas que se esforçam para viver em união com Jesus e buscam na Eucaristia a força para esse seguimento.
– Muita gente de fé tem encontrado na Eucaristia a força para o seguimento. O discípulo de Jesus tem um longo caminho pela frente, tem uma missão muito bonita e importante. Como nós somos fracos e muitas vezes desanimamos da jornada, precisamos da força de Jesus. A comunhão é o alimento que nos fortalece. Quem participa da Eucaristia sai da celebração mais animado, mais fortalecido para enfrentar as dificuldades da vida, porque ela nos une a Jesus.
– Jesus disse no Evangelho de João que sua presença, no corpo e no sangue, alimentaria nossa vida, nos daria a força da qual precisamos.
(Ler o texto seguinte: Jo 6,35.39.51.56)
“Jesus disse: ‘Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim não terá mais fome e aquele que crê em mim jamais terá sede. A vontade do Pai é que não se perca nenhum daqueles que me seguem. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha própria carne para a salvação do mundo. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele’”.
– Jesus sabia que nós precisamos de algo forte para nos alimentar na fé. Ele próprio resolveu ser nosso alimento. Sua presença nos alimenta, sua força nos contagia, sua amizade nos revigora. Através da comunhão, ou seja, da união profunda com Jesus, ele permanece em nós e nós permanecemos nele.
– É por isso que é tão importante o sacramento da Eucaristia. A Eucaristia é a presença de Jesus nos alimentando e animando na caminhada. Um discípulo de Jesus não se contenta em fazer a primeira comunhão. Ele quer mais: ele quer viver em comunhão profunda com Jesus. Por isso, ele participa sempre da Eucaristia, para fortalecer esses laços de amizade com seu mestre.
3) Atividade
– Dividir a turma em duplas. Cada dupla receberá uma folha com algumas perguntas sobre as quais deverá conversar. Poderão escolher um lugar bem tranquilo para uma conversa amiga e sincera. Na folha, estarão as seguintes questões:
• Por que a Eucaristia é importante para minha vida?
• Eu quero, do fundo do coração, ser discípulo de Jesus?
• Por que vou fazer a primeira comunhão?
4) Intervalo
– Lanche, brincadeiras, descontração, músicas, tudo a critério do catequista e da turma. Ao final do intervalo, reunir a turma no local da próxima reflexão, sossegar os ânimos, cantar música suave (que tal a “Eu amo a Deus” ou “Senhor, eu estou aqui”?). Fazer breve oração a critério do catequista.
Por Pe. Orione Silva, Solange do Carmo
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