Em maio, dentre as várias comemorações, temos a da Ascensão do Senhor. Lucas situa a ascensão na Galileia quarenta dias depois da ressurreição. Mais do que uma data cronológica, quarenta tem um sentido simbólico: tempo de preparação para uma nova etapa, tempo também de esclarecer muitas dúvidas, tempo, enfim, de discernimento e de crescimento na fé, situações, aliás, que vivam os discípulos e a comunidade cristã.
O lugar geográfico (Galileia) corresponde a um retorno às origens, onde tudo começou. O evento acontece sobre um monte, lugar da manifestação de Deus, como nas bem-aventuranças e na transfiguração, em que também foram vividos momentos importantes na experiência de convívio dos discípulos com Jesus.
Os onze discípulos são uma representação de toda a Igreja. O clima de adoração faz lembrar a liturgia onde ela acontece. A nuvem, sinal da presença do divino, que oculta Jesus enquanto “sobe” ao céu, não indica sua ausência, mas uma forma diferente, porém real, de sua presença na comunidade cristã.
Lucas deixa claro que o mesmo Jesus que eles acompanharam em vida e que foi crucificado agora está com eles, vivo e ressuscitado. Depois, os discípulos voltam a Jerusalém para iniciar a atividade evangelizadora. Lucas é o único evangelista que descreve a ascensão com uma imagem visual.
Na mente dos discípulos, ainda há dúvidas em relação ao tipo de messianismo de Jesus. Parece que para eles foi difícil mudar a ideia de um messias glorioso, poderoso e vencedor e a proposta de Jesus de ser um rei servidor e que precisava passar pelo suplício da cruz. A ascensão significa que Jesus deixa de aparecer visivelmente aos discípulos para ser encontrado sob outra forma na comunidade cristã.
A comunidade cristã faz a experiência de receber o Espírito Santo, enviado por Jesus, e para que os cristãos sejam suas testemunhas por todo o mundo. Animados pelo Espírito, os cristãos deveriam pregar o Evangelho a todos até os confins da terra.
O testemunho e a pregação da Igreja têm como fundamento o próprio Jesus, impulsionado pelo Espírito, que ajuda a superar o despreparo, a ignorância ou o desejo de poder. Da Galileia, eles recebem a missão de pregar o Evangelho a todos os povos. Jesus lhes confia a missão de pregar o Evangelho e promete sua assistência contínua para que tenham força de levar a termo a missão a eles confiada.
O relato termina com os discípulos pasmados, olhando para o céu, e o chamado a que se voltem para a terra, isto é, para as tarefas urgentes que devem empreender.
Não precisamos pensar que a ascensão tenha sido uma cena cinematográfica, o importante é perceber a mensagem que a narrativa quer transmitir: Jesus continua vivo e presente entre os seus, mas o encontro e a convivência com Ele acontecem na Palavra, na oração, nos sacramentos e, de modo muito especial, na relação com o outro.
A devoção a Nossa Senhora de Fátima surgiu em 1917, com a aparição da Virgem aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta. A notícia das aparições e dos milagres se espalhou não apenas em Portugal, mas no mundo inteiro, e grande multidão acorreu a Fátima. Em toda aparição, a Virgem renovava o seu pedido: rezar o Terço pela paz no mundo e pelo fim da guerra (I Guerra Mundial).
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