DORAVANTE SEREIS PESCADORES DE HOMENS!
5º domingo do Tempo Comum – 6 de fevereiro
1ª LEITURA – ISAÍAS 6,1-2A.3-8
“Aqui estou, envia-me, Senhor!”
No domingo passado, a sagrada liturgia nos narrava o chamado do Senhor a Jeremias. Hoje, fala a nós do seu convite a outro profeta – Isaías – para comunicar sua Palavra. Este, porém, escusou-se, confessando em altas vozes ser indigno de aceitar aquela missão por ser pecador: “Ai de mim, estou perdido porque sou um homem de lábios impuros” (v. 5).
Em seguida, o profeta, em sua visão, sentiu um anjo se aproximar dele para lhe purificar os lábios com um carvão em brasa, indicando-lhe assim que o Senhor tinha apagado seus pecados. Só depois Isaías se apresentou para anunciar a Palavra de Deus: “Eis-me aqui!” (v. 8).
Ainda hoje, na santa Missa, antes de proclamar o santo Evangelho, o celebrante reza ao Senhor: “Ó Deus Todo-Poderoso, purificai-me o coração e os lábios, para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho” (Missal romano, rito da Missa).
A nós também, antes de nascer, já Deus nos confiava os dons que nos acompanhariam durante a vida toda para que anunciássemos sua Palavra. Com total confiança em sua graça, digamos também: “Senhor, eis-me aqui para anunciar vosso amor aos irmãos com palavras e ações”.
SALMO 137(138), 1-2ABC-5.7C-8 (R. 1C.2A)
“Vou cantar-vos, ante os anjos, ó Senhor,
e ante o vosso templo vou prostrar-me.”
2ª LEITURA – 1CORÍNTIOS 15,1-11
“É isso o que temos pregado e é isso o que crestes.”
Quem prega o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo tem forçosamente de acreditar na existência de outra vida! Ele nos deu o exemplo, ressuscitando após permanecer por três dias no sepulcro, conforme tinha anunciado: “Jesus começou a manifestar a seus discípulos que (…) seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia” (Mt 16,21). Portanto, a vida não acaba com a morte, Nosso Salvador nos revelou que iria na frente para nos preparar o Céu: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar” (Jo 14,2).
Nós, que cremos na ressurreição dos mortos, procuremos, pouco a pouco, vivenciar em nossa vida o amor de Deus. Esse dom nos foi confiado no dia do nosso Batismo para que o levássemos para junto de nossos irmãos. Acreditamos que fazer o bem ao nosso próximo é como realizá-lo ao próprio Deus, por isso, fortalecidos por sua graça, estejamos atentos para não ser omissos na prática da caridade.
Chegaremos a essa fé, manifestada por atos, de modo progressivo. Não podemos descuidar de meditar a Palavra de Deus que, por si mesma, tem a força do Espírito Santo para nos moldar, pouco a pouco, à imagem de Jesus.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (MT 4,19)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“‘Vinde após mim!’, o Senhor lhes falou,
‘e vos farei pescadores de homens’.”
EVANGELHO – LUCAS 5,1-11
Deixaram tudo e o seguiram.
Este trecho do santo Evangelho possui um esquema parecido ao da primeira leitura. Em ambos, os personagens principais reconhecem-se indignos da missão que Deus lhes quis confiar por se sentirem pecadores.
Na primeira leitura, o profeta Isaías se sentiu indigno de comunicar a Palavra de Deus por ser pecador, dizendo “Ai de mim, estou perdido porque sou um homem de lábios impuros” (Is 6,50).
No Evangelho, São Pedro, acostumado a pescar à noite, obedeceu à ordem de Jesus de lançar as redes ao meio-dia e, surpreendido com a maravilha de pescar naquela hora imprópria uma grande quantidade de peixes, a ponto de ter de chamar os companheiros de outra barca para ajudar, caiu aos pés de Jesus, considerando-se indigno de estar junto dele por ser “um homem pecador” (v. 8).
Todos somos pecadores e “só Deus é santo”, como o aclamamos no Glória da santa Missa. Deus sabe disso e conhece nossas limitações, mas, assim mesmo, também nos convidou para sermos “pescadores de homens”.
A Palavra de Deus será sempre luz para nossas vidas. Ela nos manda perdoar, esquecermos de ofensas recebidas, sermos humildes, evitando o egoísmo, a corrupção moral e principalmente depositarmos nossa esperança na força da oração perseverante e não na pseudoeficácia de nossos meios humanos.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Sou fiel no anúncio da Palavra de Deus por meio de minhas palavras e ações? Estou atento para não ser omisso na prática da caridade com o meu próximo? Sou fiel à oração e à meditação da Palavra de Deus para que me abençoe na missão de ser pescador de homens?
LEITURAS PARA A QUINTA SEMANA DO TEMPO COMUM
7. SEGUNDA: 1Rs 8,1-7.9-13 = Uma nuvem encheu o templo do Senhor. Sl 131(132). Mc 6,53-56 = E todos quantos tocavam Jesus ficavam curados. 8. TERÇA: 1Rs 8,22-23.27-30 = Senhor, disseste: “Aqui estará o meu nome! Ouve as súplicas de teu povo Israel quando aqui orarem”. 9. QUARTA: 1Rs 10,1-10 = A rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão. Sl 36(37). Mc 7,14-23 = O que torna impuro o homem é o que sai do seu interior. 10. QUINTA. Santa Escolástica, vg.: 1Rs 11,4-13 = A idolatria de Salomão causa a divisão no Reino. Sl 105(106). Mc 7,24-30 = Os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas dos filhos. 11. SEXTA. Nossa Senhora de Lourdes: 1Rs 11,29-32; 12,19 = Israel rebelou-se contra a casa de Davi. Sl 80(81). Mc 7,31-37 = Aos surdos faz ouvir e aos mudos, falar. 12. SÁBADO: 1Rs 12,26-32; 13,33-34 = Jeroboão fez dois bezerros de ouro. Sl 105(106). Mc 8,1-10 = Comeram e ficaram fartos.
AS BEM-AVENTURANÇAS DE JESUS
6º domingo do Tempo Comum – 13 de fevereiro
1ª LEITURA – JEREMIAS 17,5-8
Máximas de sabedoria.
Aprendemos no domingo passado que é nosso dever de batizados anunciar a Palavra de Deus onde estivermos. Neste, a sagrada liturgia nos convida a refletir sobre os valores que devem iluminar nossas ações.
Na primeira leitura, Deus, por intermédio do profeta Jeremias, alerta-nos para não depositarmos nossa missão sobre os valores humanos: “Maldito o homem que confia em outro homem”, diz o texto sagrado (v. 5). A sabedoria do mundo, que está longe do Senhor, põe seu ideal na busca do prazer a qualquer custo; daí procedem os roubos, a corrupção e as más consequências, como vingança, e outras manifestações do egoísmo. De outro lado está a sabedoria de Deus: loucura para o mundo, mas salvação para aqueles que desejam seguir pelo caminho de Jesus: “Digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam” (Lc 6,27-28).
É importante que sigamos a sabedoria de Deus, que nos salvará: partilhar os bens, servir aos outros e, sobretudo, perdoar a quem nos tiver ofendido, a fim de que possamos rezar com verdade o Pai-Nosso, ensinado por Jesus: “Senhor, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido!” (Mt 6,12).
SALMO 1,1-4.6 (R. 39,5A)
“É feliz quem a Deus se confia!”
2ª LEITURA – 1CORÍNTIOS 15,12.16-20
Se Cristo não ressuscitou, a nossa fé é vã.
São Paulo se dirigiu aos cristãos da comunidade de Corinto prevenindo-os contra pessoas que proclamavam não haver ressurreição dos mortos. Ora, nos versículos anteriores aos desta leitura, ele lhes tinha discorrido sobre a certeza que tinha na ressurreição de Jesus. “Mas”, concluía ele, “na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (v. 20). Assim, proclamou abertamente, com toda a fé: “(…) Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e em seguida, aos doze” (vv. 3-5).
Por fim, com muita humildade e verdade, São Paulo deixou por escrito seu testemunho de ter também visto Cristo ressuscitado: “E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. Mas pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil” (vv. 3-9).
Jesus ressuscitou como primícias de uma oferenda ao Pai. Nós o seguimos de tal modo que, após nossa morte corporal, também ressuscitaremos como Ele e o encontraremos felizes, após nossa vida pautada pela obediência a seus mandamentos.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (LC 6,23AB)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Ficai muito alegres, saltai de alegria, pois tendes um prêmio bem grande nos Céus.
Ficai muito alegres, saltai de alegria,
Amém! Aleluia, Aleluia!”
EVANGELHO – LUCAS 6,17.20-26
“Bem-aventurados os pobres. Ai de vós, ricos.”
Jesus se dirigiu a seus discípulos e lhes deu os parabéns por terem escolhido segui-lo. Lembremo-nos de que eles, com São Pedro à frente, pescadores experimentados que eram, após terem presenciado a estupenda pesca milagrosa que o Mestre havia realizado em pleno meio-dia, tinham deixado tudo e o seguiram (cf. Lc 5,1-11).
O Mestre, então, chamou-os de bem-aventurados porque tinham escolhido possuir o Reino de Deus. Em outras palavras, aplicava-se a eles o que o profeta Jeremias nos dizia na primeira leitura: “Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor!” (Jr 17,7).
Os discípulos tinham tido a coragem de renunciar à posse dos bens terrenos e partilhá-los com os necessitados: é esta uma das novidades do Evangelho. Somos convidados a fazer a mesma escolha. Não se trata de viver na miséria (Deus não quer isso), mas saber usar adequadamente os bens materiais.
O dinheiro em si é neutro. Depende de nós, que no Batismo escolhemos a vida nova de Jesus, não nos apegarmos a ele e aos bens materiais, mas partilhá-los com quem precisa. Lembremo-nos de que também devemos ter sensibilidade para dar vida a quem desanimou. Uma palavra de apoio, de otimismo vale, às vezes, mais do que dinheiro.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Sou pronto em perdoar a quem me ofendeu? Testemunho a ressurreição de Cristo com minha vida? Ajudo a quem precisa material e espiritualmente?
LEITURAS PARA A SEXTA SEMANA DO TEMPO COMUM
14. SEGUNDA: Tg 1,1-11 = Constância na fé. Sl 118(119). Sl 118(119). Mc 8,11-13 = Reclamam de Jesus um prodígio. 15. TERÇA: Tg 1,12-18 = Deus não tenta a ninguém. Sl 93(94). Mc 8,14-21 = “Fermento” dos fariseus e de Herodes. 16. QUARTA: Tg 1,19-27 = Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes. Sl 14(15). Mc 8,22-26 = Cura de um cego em Betsaida. 17. QUINTA: Tg 2,1-9 = Não escolheu Deus os pobres? Mas vós desprezais, o pobre! Sl 33(34). Mc 8,27-33 = Pedro declara sua fé em Jesus. 18. SEXTA: Tg 2,14-24.26 = Fé sem obras, corpo sem alma. Sl 111(112). Mc 8,34–9,1 = Renúncia para seguir Jesus. 19. SÁBADO: Tg 3,1-10 = Pecados da língua. Sl 11(12). Mc 9,2-13 = Transfiguração de Jesus.
MISERICORDIOSOS COMO O PAI DO CÉU
7º domingo do Tempo Comum – 20 de fevereiro
1ª LEITURA – 1SAMUEL 26,2.7-9.12-13.22-23
“O Senhor te entregou nas minhas mãos, mas eu não quis te matar.”
No domingo passado, meditamos sobre a importância de pormos nossa confiança em Deus, Nosso Senhor, e não nos bens terrenos. Hoje, a sagrada liturgia nos propõe a misericórdia como outra virtude fundamental para quem decidiu seguir Jesus em sua vida.
Nesta primeira leitura, é apresentado a nós para reflexão o exemplo de perdão de Davi, que poupou seu inimigo, o rei Saul, que o perseguia para matá-lo. Embora seu escudeiro lhe tivesse proposto tirar a vida de seu inimigo, levado pelo pensar comum das pessoas do mundo, Davi não seguiu seu conselho e o dissuadiu, respondendo-lhe: “Não o mates. Quem poderia impunemente estender a mão contra o ungido do Senhor?” (v. 9). Com esse gesto de perdão, Davi obteve de Deus que tocasse o coração do rei Saul e este se arrependesse do mal que queria fazer a Davi. É essa a doutrina de Jesus: Ele não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Lc 5,27-32).
Todas as pessoas foram criadas por Deus à sua imagem e por isso não temos o direito de levantar a mão contra elas. Perdoar, rezar por aqueles que nos perseguem é tirar de nossos ombros o peso do ódio que, de outra maneira, oprimir-nos-ia pelo resto da vida!
SALMO 102(103),1-4.8.10.12-13 (R. 8A)
“O Senhor é bondoso e compassivo.”
2ª LEITURA – 1CORÍNTIOS 15,45-49
“E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste.”
Nesta segunda leitura, continuamos nossa reflexão sobre a criação de nosso corpo. Lembremo-nos do trecho da Palavra de Deus que nos narra, a respeito, o seguinte: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança’” (Gn 1,26). Em seguida, o trecho sagrado após revelar a supremacia dos homens e das mulheres sobre todos os animais irracionais, concluindo: “Deus criou o homem à sua imagem; criou o homem e a mulher” (Gn 1,27).
Por isso, quando duas pessoas brigam, perdem a racionalidade e agem como bichos. Tanto assim que, mais tarde, após os ânimos terem serenado, defendem-se dos erros cometidos, alegando que naquela hora tinham ficado “cegas” ou que tinham “perdido a cabeça”.
Cristo, quando se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria, elevou nossa natureza humana ao grau de filhos adotivos de Deus. Mesmo no “calor” de uma discussão, temos de respeitar essa dignidade. São Paulo nos revela que, quando morrermos, receberemos um corpo espiritual à semelhança ao de Jesus.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (JO 13,34)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem, agora, vos dou; que também vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor.”
EVANGELHO – LUCAS 6,27-38
“Sede misericordiosos como também o vosso Pai é misericordioso.”
O versículo da aclamação ao Evangelho deste domingo nos dá a medida do amor que devemos ter para com nossos inimigos. Jesus nos previne de que é um novo mandamento e inaugura uma nova ordem, preparando-nos assim para a grande revelação: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34).
Compreendemos, então, que, a exemplo do amor de Jesus por nós, nosso amor aos irmãos não deve ter medidas, pois Ele morreu na cruz por amor aos pecadores que somos todos nós. Depois disso, talvez nos surpreendamos menos com a radicalidade do sermão de Jesus sobre a misericórdia. O motivo fundamental para sermos misericordiosos com nossos irmãos que nos tenham ofendido está no fim desta leitura: “Amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo porque ele é bom para com os ingratos e maus” (v. 35). Por fim, o grande e novo mandamento de Nosso Senhor: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (v. 36). Resumamos as categorias em que podemos nos encaixar: 1) como maus, recebendo o bem, mas pagando com o mal; 2) como justos, pagando o mal com o mal e o bem com o bem; 3) e, por fim, a mais importante: como filhos de Deus, pagando o mal com o bem. Em qual delas vivemos?
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Sigo o mandamento de Jesus de perdoar a quem me ofende e rezar por essa pessoa? Tenho presente em mim que qualquer um é filho de Deus e deve ser tratado com respeito? A exemplo do Pai celeste, pago o mal com o bem?
LEITURAS PARA A SÉTIMA SEMANA DO TEMPO COMUM
21. SEGUNDA: Tg 2,13-18 = A verdadeira sabedoria. Sl 18(19B). Mc 9,14-29 = Vem em socorro à minha falta de fé. 22. TERÇA. Festa da Cátedra de São Pedro, ap.: 1Pd 5,1-4 = Eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo. Sl 22(23). Mt 16,13-19 = Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus. 23. QUARTA. São Policarpo, b. mt.: Tg 4,13-17 = Não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida! Devíeis dizer: “Se o Senhor quiser”. Sl 48(49). Mc 9,38-40 = Quem não é contra nós é a nosso favor. 24. QUINTA: Tg 5,1-6 = Advertência aos maus ricos. Sl 48(49). Mc 9,41-50 = Evitar o escândalo a todo custo. 25. SEXTA: Tg 5,9-12 = Eis que o juiz está às portas. Sl 102(103). Mc 10,1-12 = O que Deus uniu o homem não separe! 26. SÁBADO: Tg 5,13-20 = A oração fervorosa do justo tem grande poder. Sl 140(141). Mc 10,13-16 = Quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele.
JESUS ENSINANDO POR PARÁBOLAS
8º domingo do Tempo Comum – 27 de fevereiro
1ª LEITURA – ECLESIÁSTICO 27,5-8
“Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar.”
No domingo passado, meditamos sobre a necessidade de sermos misericordiosos para com o nosso próximo que nos pode ter ofendido, pois também somos pecadores. Hoje, a sagrada liturgia nos pede que também sejamos misericordiosos em nossos julgamentos. Nosso Senhor nos ensinava, então: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. (…) com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,37-38).
Não se sabe o que vai no coração de uma pessoa, a não ser quando ela começa a falar, porque a boca fala do que o coração está cheio (cf. Mt 12,34). Por isso, o autor sagrado nos repete na leitura de hoje: “Assim, a palavra manifesta o que vai no coração do homem” (v. 7).
Deus nos pede que só alimentemos pensamentos bons para com nosso próximo e procuremos julgá-lo sempre para o melhor. Só o Senhor sabe o que se passa no coração das pessoas quando praticam esta ou aquela ação. Quando, porém, acharmos que objetivamente estão errando, rezemos por elas.
Oremos com o salmista: “Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos. Percebeis quando me deito e quando eu ando, de longe os meus caminhos vos são todos conhecidos” (Sl 138[139],1-3).
SALMO 91(92),2-3.13-16 (R. 2A)
“Como é bom agradecermos ao Senhor.”
2ª LEITURA – 1CORÍNTIOS 15,54-58
“A vitória foi-nos dada por Jesus Cristo.”
São Paulo nos ensina que o controle sobre os pensamentos que enchem nosso coração, mantendo os bons e desprezando os maus, deve ser nossa tarefa constante. Sobretudo, devemos cuidar para não pecar pela língua, conforme nos deixou escrito São Tiago: “A língua é um pequeno membro, mas pode gloriar-se de grandes coisas. Se alguém não cair por palavra, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. (…) Com ela bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela amaldiçoamos as pessoas, feitas à semelhança de Deus. De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição” (Tg 3,1.9).
Não aceitemos, porém, a ideia de que poderemos refrear o mau uso de nossa língua com nossas próprias forças. Precisamos pedir a ajuda de Nosso Senhor para que nos valha com sua graça a fim de não nos deixar cair em tentação.
São Paulo, depois de revelar aos cristãos de Corinto que na hora da morte receberiam de Deus um corpo novo, à maneira do corpo de Jesus ressuscitado, recomendou-lhes que não deixassem de dar testemunho do Reino de Deus junto aos outros: “Meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor” (v. 58).
Aclamação ao Evangelho (Fl 2,15d.16a)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Como astros no mundo vós resplandeceis,
mensagem de vida ao mundo anunciando;
da vida a Palavra, com fé, proclamais,
quais astros luzentes no mundo brilhais!”
EVANGELHO – LUCAS 6,39-45
“A boca fala do que o coração está cheio.”
O trecho do Evangelho de Nosso Senhor que nos é apresentado é o prolongamento das reflexões das leituras anteriores. Ele nos previne de não sermos cegos querendo guiar outros cegos (cf. v. 39); para isso é necessário que meditemos sua doutrina para passarmos para os outros seus verdadeiros ensinamentos.
Amar aos inimigos, perdoar a quem nos prejudicou é, por certo, uma das doutrinas de Jesus que poderemos querer ensinar aos outros com distorções. Muitas vezes, quando exigimos justiça por algum mal que nos foi feito, na verdade não queremos o bem do outro nem que ele se converta, mas a vingança pelo mal sofrido. Porém, se em lugar de prejudicados fôssemos os causadores do prejuízo, não é verdade que ficaríamos aliviados e agradecidos pelo perdão que a pessoa lesada nos concedesse? Por isso, a regra de ouro que nosso Salvador nos deu precisa estar sempre presente em nosso coração: “O que quereis que as pessoas vos façam, fazei-o vós a elas” (Mt 7,12). É dessa forma que levaremos à prática essa mesma verdade citada pelo apóstolo São Paulo aos cristãos de Roma: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem” (Rm 12,17-21).
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Evito julgar as pessoas? Se as vejo errando, rezo por elas para que se convertam? Em minhas orações diárias, peço a Deus que me ajude a refrear a minha língua? Procuro gravar em meu coração a “regra de ouro” de Jesus: “O que quereis que as pessoas vos façam, fazei-o vós a elas” (Mt 7,12).
LEITURAS PARA A OITAVA SEMANA DO TEMPO COMUM E
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