AS TENTAÇÕES DE JESUS
1º domingo da Quaresma – 6 de março
1ª LEITURA – DEUTERONÔMIO 26,4-10
Profissão de fé do povo eleito.
Quaresma é tempo de renovação de nossa vida espiritual. A primeira coisa a que somos convidados a fazer é rezar a Nosso Senhor para que nos dê sua graça, pois nada conseguiremos por nós mesmos.
Renovar-nos por dentro é, antes de tudo, verificar se estamos sendo egoístas, querendo tudo para nós e não pensando nos outros. Ligada a essa luta contra o mal está a prática do jejum, não tanto para nos abstermos de alimentos, mas para darmos de comer a quem tem fome.
Essa proposta de ajudar as pessoas que estão com dificuldades, sejam materiais, como fome, sede, roupa, abrigo, ou espirituais, como egoísmo, violência, omissão das próprias obrigações de estado (solteiro, casado, consagrado ao Senhor), é apresentada a nós nesta leitura: o gesto de louvor dos judeus que ofereciam ao Senhor os primeiros frutos de seu trabalho. Eram as chamadas primícias de sua lavoura, apresentadas ao sacerdote para que as oferecesse ao Senhor. Em seguida, o ministro (levita, sacerdote) dividia a oferenda entre as pessoas mais necessitadas de sustento. A santa Igreja, no princípio desta Quaresma, quer também que renovemos nossa fé por meio de gestos concretos de amor para quem precisa de nossos atos de caridade.
SALMO 90(91),1-2.10-15 (R. 15B)
“Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!”
2ª LEITURA – ROMANOS 10,8-13
Profissão de fé dos que creem em Cristo.
Como lemos ou ouvimos na primeira leitura, quem levava os primeiros frutos de seu trabalho ao levita, ou sacerdote, fazia também um ato de fé na proteção de Deus e a pedia também para si e para sua família.
De modo semelhante, São Paulo escreveu aos cristãos de Roma para que agradecessem a Jesus sua salvação, confirmada por sua ressurreição. Esse ato de fé deveria compreender não só palavras, mas também a própria vida empenhada na caridade. Assim escreveu Paulo: “Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (v. 9).
Assim, não nos basta, nesta Quaresma, assistirmos às belas cerimônias da Semana Santa, sobretudo do Tríduo Sagrado da Quinta-feira Santa (instituição da Eucaristia), da Sexta-feira Santa (crucificação e morte de Jesus) e do Sábado Santo, com as festivas cerimônias da ressurreição de nosso Salvador, mas o Senhor nos pede oração, luta contra nossos defeitos e o jejum, pelo qual deixamos de pensar somente em nós, buscando o conforto dos irmãos.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (MT 4,4B)
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus!
“O homem não vive somente de pão,
mas de toda palavra da boca de Deus.”
EVANGELHO – LUCAS 4,1-13
Jesus, no deserto, era guiado pelo Espírito e foi tentado.
Neste início da Quaresma, a sagrada liturgia nos convida a meditar sobre as tentações de Jesus. Como homem perfeito que Ele era, quis ser tentado como nós o somos e nos deixar caminhos para as vencermos nossas tentações.
Uma das suas tentações foi “Ordena a esta pedra que se torne pão!” (v. 3). Não só nesse momento, mas durante toda a sua vida, Jesus foi tentado a usar o seu poder divino para superar as dificuldades pelas quais todos nós passamos, mas Ele se comportou como um de nós, enfrentando fome, sono etc.
Desde seu Batismo, mostrou esse seu propósito: não quis exceção, misturou-se aos pecadores e esperou a sua vez para recebê-lo das mãos de São João Batista, sem querer passar na frente de ninguém. Assim procedeu durante toda a sua vida, nunca fazendo um milagre em proveito pessoal.
O ponto culminante da tentação se deu quando, em meio ao seu sofrimento, já pregado na cruz, ouvia os que iam passando desafiarem-no, dizendo: “Salva-te a ti mesmo! Desce da cruz! (…) Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos!” (Mc 15,29-32).
Aprendamos com Jesus a sermos solidários com os outros, não nos isolando em nosso egoísmo nem procurando exceções. Coloquemos a serviço dos outros os dons e habilidades que Deus nos confiou e lutemos contra o egoísmo de só pensar em nós e deixar que os outros se “virem”.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Estou disposto a preparar a Páscoa de Jesus, orando, praticando o bem e ajudando a quem precisa? Busco o bem-estar dos outros? Sigo pelo caminho que me leva a Deus, junto com meus irmãos?
LEITURAS PARA A PRIMEIRA SEMANA DA QUARESMA
7. SEGUNDA: Lv 19,1-2.11-18 = Julga teu próximo conforme a justiça. Sl 18(19). Mt 25,31-46 = Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos foi a mim que o fizestes. 8. TERÇA: Is 55,10-11 = A palavra que sair de minha boca realizará tudo que for de minha vontade. Sl 33(34). Mt 6,7-15 = Vós deveis rezar assim: “Pai nosso que estás nos Céus…”. 9. QUARTA: Jn 3,1-10 = Os ninivitas se afastavam do mau caminho. Sl 50(51). Lc 11,29-32 = Nenhum sinal será dado a esta geração a não ser o sinal de Jonas. 10. QUINTA: Est 14,1.3-5.12-14 = Não tenho outro defensor fora de ti, Senhor. Sl 137(138). Mt 7,7-12 = Todo aquele que pede, recebe. 11. SEXTA: Ez 18,21-28 = Desejo não a morte, e sim a vida do pecador. Sl 129(130). Mt 5,20-26 = Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. 12. SÁBADO: Dt 26,16-19 = Para que sejas o povo santo do Senhor teu Deus. Sl 118(119). Mt 5,43-48 = Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.
JESUS SE TRANSFIGURA DIANTE DE APÓSTOLOS
2º domingo da Quaresma – 13 de março
1ª LEITURA – GÊNESIS 15,5-12.17-18
Deus fez Aliança com Abrão, homem de fé.
As lições que a sagrada liturgia nos apresenta neste domingo são voltadas para o nosso dia a dia, pois a vitória de Jesus não se deu quando as multidões o aclamavam, mas quando estava na cruz.
Já nesta primeira leitura, o Senhor nos ensina que a verdadeira felicidade de Abrão não se deu quando estava bem instalado na sua terra, cercado de sua família e usufruindo dos muitos bens que possuía, mas quando deixou tudo, obedecendo ao convite que o Senhor lhe fez!
Conta-nos o texto sagrado que Deus confirmou suas promessas de acordo com os costumes daquela época, passando no meio de animais, cortados ao meio, na forma de “um braseiro fumegante e uma tocha de fogo” (v. 17), mas, Abrão não passou entre os animais sacrificados. Só o Senhor o fez, mostrando que fazia a aliança de maneira gratuita, sem esperar nada em troca.
Deus continua fazendo aliança conosco desde nosso Batismo e, sobretudo, quando o recebemos na Eucaristia. Devemos agradecer a Nosso Senhor seu amor por nós, pois, mesmo que pequemos, rompendo de nossa parte a aliança que aceitamos fazer com Ele, mantém a amizade feita conosco! Ele entende nossa fraqueza e, mesmo depois de nossa queda, continua, solícito, ao nosso lado para nos dar a mão e nos salvar do abismo dos vícios.
SALMO 26(27),1.7-8.9ABC.13.14 (R. 1A)
“O Senhor é minha luz e salvação.”
2ª LEITURA – FILIPENSES 3,17–4,1
“Cristo transformará o nosso corpo
e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso.”
Nós, quando vivemos em pecado, fazemos uma escolha que, a princípio, pode nos parecer o caminho certo, mas não é, como nos previne o apóstolo São Paulo: “Há muitos por aí (…) cujo deus é o ventre, para quem a própria ignomínia é causa de envaidecimento e só têm prazer no que é terreno. Nós, porém, somos cidadãos dos Céus” (vv. 18-20).
Quando, infelizmente, enveredamos pelo caminho errado dos prazeres do corpo e das práticas imorais, podemos até cumprir alguns compromissos religiosos externamente, mas que não nos alcançam a paz de espírito. Ele a prometeu aos que ouvem sua Palavra e a põem em prática, carregando a própria cruz e seguindo seus passos.
Certa vez, Jesus disse a seus discípulos (e a nós também): “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Alcançaremos o sentido de sua Palavra olhando para Ele morto na cruz para nos perdoar os pecados e assim nos salvar, na prática da caridade. Compreenderemos, então, que tomar a nossa cruz é fazer como Ele, amando nossos irmãos com nosso serviço, renunciando aos próprios afazeres para ajudar a quem estiver precisando de nós, pois, em cada irmão, está o próprio Cristo.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (CF. LC 9,35)
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória!
“Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai:
‘Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós!’.”
EVANGELHO – LUCAS 9,28B-36
“Enquanto Jesus rezava, seu rosto mudou de aparência.”
Jesus sabia que os apóstolos, fazendo coro com todos os seus patrícios, esperavam pelo Messias como sendo um grande guerreiro à frente de um exército bem armado que expulsaria os romanos de seu território, estabelecendo em Israel seu reino definitivo onde eles ocupariam os melhores lugares, mas o Pai revelou a Jesus que sua missão não se realizaria pelo sucesso material, mas por meio de muito sofrimento, humilhação e aparente derrota durante sua transfiguração.
Enquanto Jesus rezava, “transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura” (v. 29). Juntaram-se então a Ele dois personagens bíblicos: Moisés, através de quem o Senhor havia transmitido ao povo hebreu os Dez Mandamentos, simbolizando a lei, e Elias, o grande profeta, representando o Antigo Testamento.
Falavam com o Mestre sobre sua “morte que se havia de cumprir em Jerusalém” (vv. 28-31). Dessa maneira, os apóstolos ficaram sabendo como seria o “triunfo” de Jesus, bem diferente daquele que eles imaginavam e tanto desejavam.
Compreendemos, então, que nossa salvação será carregar a cruz de Cristo, que se traduz pelo amor aos irmãos e pelo bom cumprimento de nossos deveres de estado e obrigações.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Confio que Jesus está sempre ao meu lado para me oferecer sua salvação? Creio que, em cada irmão necessitado de ajuda, está o próprio Cristo? Entendo que carregar a minha cruz é o caminho de Jesus?
LEITURAS PARA A SEGUNDA SEMANA DA QUARESMA
14. SEGUNDA: Dn 9,4b-10 = Pecamos, temos praticado a injustiça e a impiedade. Sl 78(79). Lc 6,36-38 = Perdoai e sereis perdoados. 15. TERÇA: Is 1,10.16-20 = Aprendei a fazer o bem. Procurai o direito. Sl 49(50). Mt 23,1-12 = Eles falam e não praticam. 16. QUARTA: Jr 18,18-20 = Atende-me, Senhor. Sl 30(31). Mt 20,17-28 = Quem quiser tornar-se grande torne-se vosso servidor. 17. QUINTA: Jr 17,5-10 = Bendito quem põe sua confiança no Senhor. Sl 1. Lc 16,19-31 = O rico e o pobre Lázaro. 18. SEXTA: Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 = José, vendido por seus irmãos. Sl 104(105). Mt 21,33-43.45-46 = Parábola dos vinhateiros homicidas. 19. SÁBADO: São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 = O Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai. Sl 88(89). Rm 4,13.16-18.22 = Contra toda a humana esperança, Abraão firmou-se na fé. Mt 1,16.18-21.24a = José fez conforme o anjo do Senhor lhe havia mandado.
QUARESMA É TEMPO DE CONVERSÃO
3º domingo da Quaresma – 20 de março
1ª LEITURA – ÊXODO 3,1-8A.13-15
“O ‘Eu sou’ enviou-me a vós.”
Nesta Quaresma, Deus, Nosso Senhor, dá a nós a oportunidade de nos convertermos de nossa vida para segui-lo ainda mais de perto. Talvez digamos que já vamos à Missa aos domingos e fazemos nossas orações, mas isso não basta. Sempre precisamos rever nosso seguimento de Cristo, pois facilmente nos desviamos da pureza primeira do nosso Batismo.
Converter-se é mudar de caminho. Temos, nesta leitura, um exemplo de mudança de vida: Deus chamou Moisés para abandonar a sua vida rotineira de guardador do rebanho de seu sogro para, nada mais, nada menos, libertar seus patrícios que sofriam como escravos no Egito.
Disse o Senhor a Moisés: “Eu vi a aflição do meu povo que está no Egito e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos” (v. 7). Deus hoje continua vendo nossos sofrimentos e nos assiste dia e noite com sua graça para que não nos falte sua proteção.
Zela para que nos libertemos da escravidão dos vícios, mas espera por nosso consentimento. A primeira atitude deverá ser a de rezarmos ao Senhor, falando-lhe, como filhos a seu pai muito querido, sobre nossa luta contra nossos defeitos e de nosso desejo de ser santos!
SALMO 102(103),1-4.8.11 (R.8A)
“O Senhor é bondoso e compassivo.”
2ª LEITURA – 1CORÍNTIOS 10,1-6.10-12
A vida do povo com Moisés no deserto
foi escrita para ser exemplo para nós.
São Paulo nos fala do que aconteceu ao povo que seguia Moisés: “Todos foram batizados em Moisés na nuvem e no mar; todos comeram do mesmo alimento espiritual e todos beberam da mesma bebida espiritual… Não obstante, a maioria deles desgostou a Deus…” (vv. 2-4).
Nós também comungamos o corpo do Senhor e bebemos seu sangue, oxalá não se diga de nós que também desgostamos o Senhor. A verdadeira conversão é a do coração e não somente de atos externos de piedade. Muitas vezes, assistimos ao triste cenário de cristãos que acabam de celebrar a santa Missa mas, assim que saem da igreja, começam a falar mal dos outros, faltando assim com a caridade.
Para saber como vai nosso amor ao próximo, comecemos por observar como tratamos nossos familiares em casa. Será que os acolhemos como gostaríamos de ser recebidos? Cumprimentamos a todos, mesmo que tenhamos mágoa de algum deles? E, quando ofendemos alguém, desculpamo-nos?
“Quem pensa estar de pé, veja que não caia” (v. 12): esta frase derradeira da leitura nos deve servir de advertência para examinarmos nossa consciência com humildade e sem falsas desculpas acerca de nosso seguimento de Cristo.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (MT 4,17)
Glória e louvor a vós, ó Cristo!
“Convertei-vos, nos diz o Senhor,
porque o Reino dos Céus está perto.”
EVANGELHO – LUCAS 13,1-9
“Se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo.”
O Evangelho nos fala que foram levar a Jesus a notícia do massacre de galileus, ordenado por Pilatos, quando ofereciam seus sacrifícios na Páscoa. Teriam se insurgido contra os soldados romanos e o governador teria mandado abafar aquele começo de revolta com extrema violência.
Certamente, os interlocutores que foram levar a triste notícia a Jesus esperavam dele uma resposta violenta. Ele, porém, aproveitou aquele triste fato para chamá-los à conversão.
É preciso mudar a mentalidade de que a um ato violento se deve responder com outro igual ou maior. Jesus ensinava: “Tendes ouvido o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente.’ Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau” (Mt 5,38-39).
A segunda parte do Evangelho, em que nos é narrado o episódio da figueira estéril, contém mais um ensinamento de nosso Mestre: quem encontrou a luz não pode continuar nas trevas (cf. Mt 5,14-15), ou seja, quem recebeu a iluminação de Jesus sobre a necessidade de pagar o mal com o bem não pode mais alimentar ódio em seu coração contra quem o ofendeu.
O bondoso Jesus nos dá mais tempo para modificarmos nosso coração e imitá-lo: “Vinde a mim (…) porque sou manso e humilde de coração e achareis repouso para as vossas almas” (Mt 11,29-30).
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Nesta Quaresma, tenho rezado para que Deus me dê a graça da conversão? Alimento no coração a misericórdia para com os outros? Seguindo a doutrina de Jesus, perdoo a quem me tiver ofendido?
LEITURAS PARA A TERCEIRA SEMANA DA QUARESMA
21. SEGUNDA: 2Rs 5,1-15a = Naamã recorre a um profeta estrangeiro para se curar. Sl 41(42). Lc 4,24-30 = Nenhum profeta é aceito em sua pátria. 22. TERÇA: Dn 3,25.34-43 = Malgrado nossos pecados, perdoai-nos, Senhor. Sl 24(25). Mt 18,21-35 = Perdoar sem limite. 23. QUARTA: Dt 4,1.5-9 = Cumpri e praticai as leis e os decretos. Sl 147(147B). Mt 5,17-19 = Não vim abolir, e sim completar a lei e os profetas. 24. QUINTA: Jr 7,23-28 = Não escutam a vós nem aceitam as advertências de Deus. Sl 94(95). Lc 11,14-23 = É pelo diabo que ele expulsa os demônios. 25. SEXTA. Anunciação do Senhor: Is 7,10-14; 8,10 = Eis que uma virgem conceberá. Sl 39(40). Hb 10,4-10 = No livro está escrito a meu respeito; eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade. Lc 1,26-38 = Eis que conceberás e darás à luz um filho. 26. SÁBADO: Os 6,1-6 = Quero amor, mais que sacrifícios. Sl 50(51). Lc 18,9-14 = Parábola do fariseu e do publicano.
O FILHO PRÓDIGO
4º domingo da Quaresma – 27 de março
1ª LEITURA – JOSUÉ 5,9A.10-12
O povo de Deus celebra a Páscoa
depois de entrar na Terra Prometida.
No domingo passado, meditamos que devemos aproveitar este tempo da Quaresma para verificar o que devemos mudar em nossa vida espiritual. Entendemos, então, que é muito importante que cultivemos sentimentos de perdão em relação a quem nos tiver ofendido.
Para aprofundar o ensinamento dessa virtude da caridade, no Evangelho de hoje iremos meditar sobre uma das mais bonitas parábolas contadas por Jesus, a do filho pródigo sobre a misericórdia infinita de nosso bom Deus.
Nesta leitura do Livro de Josué, lemos que o povo de Deus, após alcançar a Terra que lhe fora prometida pelo Senhor, decidiu celebrar a festa da Páscoa, assim como havia sido feito por seus antepassados quando abandonaram o Egito, atravessaram o mar Vermelho e tinham se posto a caminho para aquela Terra onde então haviam chegado.
Nunca nos esqueçamos de que, assim como foi o Senhor quem libertou os hebreus da escravidão do Egito, também é Ele quem pode devolver a paz de consciência às nossas almas pelo seu perdão divino. Uma conclusão se impõe: a necessidade de rezarmos sempre ao Senhor para que se compadeça de nós e nos ilumine para o caminho do arrependimento e dos bons propósitos.
SALMO 33(34),2-7 (R. 9A)
“Provai e vede quão suave é o Senhor!”
2ª LEITURA – 2CORÍNTIOS 5,17-21
Por Cristo, Deus nos reconciliou consigo mesmo.
São Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, começa com uma frase muito verdadeira dirigida àqueles que, mesmo tendo se arrependido dos pecados e recebido o perdão do sacerdote no Sacramento da Confissão, deixam-se abater pela lembrança dos erros praticados: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez de novo!” (v. 17).
Foi Nosso Senhor Jesus, misericordioso e acolhedor, quem aceitou do Pai ser instrumento de reconciliação entre Ele e nós, que somos pecadores. Prossegue, pois, o apóstolo: “Porque é Deus que, em Cristo, reconciliava consigo o mundo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (v. 19).
Cabe-nos agora permitir que nosso coração se abra a essa imensa graça de Deus que nos é oferecida nesta Quaresma. Por isso, São Paulo nos conclama: “É Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (v. 20).
Uma vez tendo sido perdoados por Deus, que conosco usou de misericórdia infinita, devemos também ter o coração aberto para nossos irmãos, que porventura nos tenham ofendido, sabendo perdoá-los e aceitando com boa vontade seu pedido de desculpas.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (LUCAS 15,18)
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus!
“Vou levantar-me e vou a meu pai e lhe direi:
‘Meu Pai, eu pequei contra o Céu e contra ti’.”
EVANGELHO – LUCAS 15,1-3.11-32
“Este teu irmão estava morto e tornou a viver.”
A parábola do filho pródigo contada por Jesus para nos revelar o coração misericordioso de Deus foi uma resposta aos fariseus que murmuravam contra Ele, dizendo “Este homem recebe e come com pessoas de má vida!” (vv. 1 e 2). Precisamos fazer um exame de consciência para verificar se também nós nos achamos justos e por isso nos enchemos de orgulho.
Essa parábola nos faz lembrar de outra, também contada pelo Mestre, de dois homens que subiram ao templo para rezar. Enquanto um elogiava a si próprio por cumprir todas as prescrições da lei e desprezava o outro, este, da porta da casa de Deus, batia no peito e se arrependia de seus pecados (cf. Lc 18,9-14). Jesus revelou que foi perdoado o que se reconhecia pecador e não o outro.
Talvez algumas reflexões nos ajudem a compreender melhor a parábola do filho pródigo. Primeiro, todos somos pecadores. Por isso, nenhum de nós pode “atirar pedras” nos outros (cf. Jo 8,1-11). Segundo, “Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos Ele amado e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados” (1Jo 4,10). Finalmente, ninguém se salva sozinho, mas sim pelo amor gratuito e infinito de Deus.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Reconheço-me pecador? Agradeço ao Senhor por me amar? A exemplo do bom Deus, que me perdoa generosamente os pecados, faço o mesmo com quem me tiver ofendido?
LEITURAS PARA A QUARTA SEMANA DA QUARESMA
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