Sugestão:
– Colocar uma imagem de Nossa Senhora em lugar de destaque no local da reunião ou encontro.
– Comentário: É o amor que inventa os nomes e no nome diz o de que mais gosta na pessoa amada. Quanto mais amada, tanto mais nomes! O amor do povo inventou muitos nomes para a Mãe de Jesus. (lembrar os nomes dados a mãe de Jesus: N.Sra. das dores, Aparecida, Mãe Rainha etc.).
– São tantos nomes que não acabaríamos de falar. Nossa Senhora nos acompanha no desterro e na solidão, nas dores e na morte. Vai conosco em todo canto e alimenta a nossa esperança com a sua ajuda, com os seus conselhos, com a sua consolação. Carregando a imagem Maria, carregamos a esperança de um dia poder chegar lá aonde ela já chegou, e murmuramos sem parar, Ave Maria…
– Lembrar as músicas sobre Maria, que mais marcaram a vida de cada um, quem sabe é possível cantar um trecho de cada uma. Iremos verificar que a nossa fé sempre teve a companhia de Maria. A Ave-Maria normalmente era a primeira oração que a mãe ensinava para os seus filhos pequenos. De alguém muito ignorante em matéria de religião, costuma-se dizer que “não sabe nem a Ave-Maria”. O Pe. Zezinho condensou poeticamente esta experiência na música “Maria de minha infância”: Eu era pequeno, nem me lembro, só(me) lembro que à noite, ao pé da cama juntava as mãozinhas e rezava apressado, mas rezava como alguém que ama. Das Ave-marias que eu rezava, eu sempre engolia umas palavras. E muito cansado acabava dormindo, mas dormia como alguém que amava.
Ave, Maria, mãe de Jesus, o tempo passa, não volta mais. Tenho saudade daquele tempo, que eu te chamava de minha mãe. Ave, Maria, mãe de Jesus, Ave, Maria, mãe de Jesus.
– Fazer um levantamento dos nomes das mulheres do grupo de catequistas. Verificar se trazem o nome de Maria, como por exemplo: Aparecida, Maria do Carmo, Fátima… Por que esta escolha?
N.Sra. da Conceição – Fernando Alves – Recife-PE
Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja
Não se pode falar da Igreja sem falar de Maria. Na religiosidade do nosso povo, ela ocupa um lugar todo especial. Cada pessoa é um sinal de Deus; Maria o é de modo especial. Mais do que qualquer outra mulher, ela nos revela o “rosto materno” do Pai, voltado para nós. O povo se identifica profundamente com Maria e a venera como mãe muito amada.
Maria é alguém, pessoa humana como nós, que se abriu de tal forma ao dom do Espírito Santo que é chamada e invocada pelo povo cristão como Mãe de Jesus e Nossa Senhora. Nela se encontra a realização daquilo que cada cristão é chamado a ser na própria vida. Nela descobrimos o perfil espiritual da primeira cristã: pobreza, serviço, temor de Deus, consciência de sua própria fragilidade, sentido de justiça, solidariedade com o povo de Deus, abertura e disponibilidade ao Plano da Salvação, confiança na realização das promessas divinas, fidelidade e misericórdia.
Na Bíblia, Maria representa todo o povo de Israel, que espera ansiosamente o Messias. Em contraste com o Não de Eva (representando o Não da humanidade – cf. Gn 3,15), Maria dá seu SIM incondicional a Deus (cf. Lc 1,38). Assim, ela é associada à obra da redenção. No evangelho de João (cf. Jo 19,25-27), na cruz, Jesus entrega sua mãe a João, que representa ali a Igreja, e entrega João a Maria. Assim, Maria é a Mãe da Igreja. Como Mãe de Jesus Cristo, ela é também a mãe de cada um de nós, por pertencermos à família de Jesus.
Os dogmas (afirmações de fé) sobre Maria devem ser vistos em referência a Jesus Cristo. Eles querem ressaltar a importância do Cristo. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, reafirma a maternidade de Maria. O Concílio apresenta Maria dentro do Plano da Salvação. Maria está em relação a Cristo e à Igreja, sua maternidade não é considerada em si, mas em seu valor salvífico. Maria não é apresentada como mãe somente por ter gerado a Cristo, mas como aquela que acompanha sempre o Filho, com sua consagração –dedicação total – a Jesus Cristo. Maria é apresentada como modelo da Igreja.
Maria não é só nossa Mãe. Ela também é nossa irmã, porque é a primeira do Povo de Deus a receber a salvação por seu Filho. Salva por Cristo, ela é livre do pecado desde o início da sua existência (Imaculada Conceição) e ela já entrou na glória, onde participa em plenitude, da ressurreição do seu Filho (Assunção de Nossa Senhora). Maria já é totalmente redimida. A íntima relação de Maria com Cristo é que a leva ser preservada do pecado. Esta preservação não se refere aos sofrimentos, dores e morte. Maria, proclamada Igreja, é totalmente de Deus, o pecado não a contaminou. A definição dogmática da Assunção não se refere à morte de Maria, não quer fazer referência a algum lugar; ser elevada, glorificada, significa ser elevada à presença de Deus.
Maria está totalmente voltada para Deus; é toda amor-doação ao Senhor. Pobre e humilde, tornou-se fecunda pelo Espírito (cf. Lc 1,35). Maria é toda de Cristo e toda servidora dos homens. Este é o sentido profundo da sua virgindade. A Lumen Gentium 64 apresenta a virgindade, disponibilidade e entrega, como valor para toda Igreja.
Maria é o modelo de fé
Não pensemos que para Maria tudo estava claro desde o início. Não. Ela vivia sua entrega a Deus na fé. Só depois da ressurreição de Jesus, ela viu com clareza o mistério em que estava envolvida. A vocação de Maria é um dom de resposta ao Senhor. Toda sua vida se expressa nesta frase: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua Vontade”.
Maria é aquela que meditava e guardava a Palavra de Deus no coração e a vivia (Lc 11,27-28; Lc 8,19-21). Aos poucos ela vai entendendo a difícil missão de seu Filho (Lc 2,33-40). Como mulher de fé, guarda tudo e medita em seu coração (Lc 2,19.51). A influência de uma mãe é inegável no homem. Toda a grandeza de Jesus é também um reflexo da grandeza daquela que o formou.
Ser fiel é fazer-se discípulo de Jesus. É o que acontece com Maria na vida pública do Filho. Ela o acompanha, convertendo-se a Ele. É um verdadeiro itinerário de fé de Maria acompanhando a vida do Filho. A vida para Maria foi um desafio: ela devia renovar, cada dia, seu compromisso com Deus. Estava sujeita, como nós, a desviar da rota. Maria foi constantemente provocada pelas palavras e atitudes de Jesus, que eram tão diferentes das pessoas do seu tempo. À medida que Jesus diz ou faz algo novo, Maria se sente chamada a dar mais um passo na fé.
Talvez o mais duro desafio que Maria enfrentou em confronto com Jesus, foi a posição de liberdade que ele tomou em relação à família. Certamente não deve ter sido fácil para ela renunciar aos privilégios de mãe, perder o controle sobre Jesus, não tê-lo dentro de casa. Jesus não pertence mais à sua família. Sua atitude é como uma espada cortante. Contudo, Maria aceita o desafio e corrige sua rota. Entra humildemente no grupo dos seguidores, dos aprendizes de Jesus. Aquela que educou Jesus na infância e juventude, agora está lá para aprender. Não tem lugar de destaque. Despojou-se de seu poder de mãe para se tornar discípula de Jesus.
Em Caná ela toma a iniciativa e se converte em colaboradora: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Essas palavras têm uma grande força simbólica: a perfeita discípula e seguidora de Jesus se torna mestra e guia dos cristãos! É como se hoje Maria continuasse a dizer aos cristãos: “vale a pena buscar a vontade de Jesus, ouvir suas palavras e tomar atitudes concretas!”
Na cruz ela acompanha o filho no momento mais dramático de sua missão. Maria está junto de Jesus não apenas como mãe sofrida e desesperada; ela representa, também, o pequeno grupo que perseverou, que não fugiu no momento da perseguição e da crucificação de Jesus. É a corajosa seguidora de Jesus, que permanece no seu amor (Jo 15,4.10). Junto com ela ficam algumas mulheres. O gesto de “permanecer de pé” significa persistência, constância e adesão. Em meio aos discípulos nós vamos encontrar Maria após a ressurreição (At 1,14).
Junto com Maria e as mulheres só fica um homem: o “discípulo amado”. Na Tradição cristã, se diz que ele é o jovem apóstolo e evangelista João. O discípulo amado testemunha o que Jesus fez e disse (cf. Jo 19,35;21,24). Ele também representa a comunidade cristã, o imenso grupo dos que seguem os passos de Jesus, e se tornam seus servidores e amigos. Caná e Cruz não aconteceram somente uma vez. Estão se realizando ainda. Nós somos hoje os discípulos amados de Jesus. O Pai nos dá o mesmo amor com o qual amou a Jesus (Jo 17,26). E nos presenteia Maria, mãe-educadora, para nos ajudar a viver nossa vocação cristã!
Maria, Mãe, desperta o coração do filho adormecido em cada ser humano. Leva-nos a desenvolver a vida do batismo pela qual nos tornamos filhos. Ao mesmo tempo, esse carisma materno faz crescer em nós a fraternidade e, assim, Maria faz com que a Igreja se sinta uma família.
Maria é bendita entre as mulheres
Nós hoje queremos ser livres e buscamos em tudo a liberdade. Maria dialogou com Deus e se colocou diante dele como pessoa decidida. Deus a tratou com liberdade e deixou que ela lhe respondesse também com liberdade. Maria nos ensina, portanto, a construir a história mediante uma vida agradável a Deus. Ela nos ensina a não colocar nossa confiança nos poderosos, mas assumir a tarefa de libertar, de promover e de realizar a vida nova, a utopia cristã no Magnificat. (Lc 1,46-55).
Olhando nossas comunidades hoje, onde a mulher tem um papel fundamental, quantas Marias não estão agora cuidando dos trabalhos pastorais, com alegria, disponibilidade e profecia! Quantas catequistas!
Esta é a hora de Maria, isto é, o tempo do Novo Pentecostes a que ela preside com sua oração, quando sob o influxo do Espírito Santo a Igreja inicia um novo caminho em seu peregrinar. Que Maria seja, nesse caminho, a estrela da evangelização sempre renovada (cf. Puebla 81) e nos inspire a ser catequistas do Reino.
Maria era uma moça simples. Era porta-voz da esperança de todo um povo, do Povo Deus! Maria, além de ser do povo, era também de Deus, totalmente, e Deus estava com ela! Ser de Deus e do Povo! Estes dois pontos marcam a vida da nossa Senhora. E é por isso que a gente a venera com tanto entusiasmo, carregando a imagem nos andores e invocando o seu nome. Peçamos que ela seja nossa companheira na missão de construirmos um mundo novo, como pede o seu Filho Jesus.
Vinde conosco, ó Mãe de Deus e nossa,
Nesta difícil travessia da vida,
Santa Mãe Maria, somos vosso povo!
Assim seja agora, sempre e todo dia,
Virgem santa, Virgem bela,
Mãe amável, mãe querida.
Mãe pura do meu Senhor.
Ave, Ave, Ave, Ave Maria!
Sugestão para a oração final
-Espalhar no chão em círculo gravuras de mulheres e colocar também uma imagem de N.Sra., uma vela. Colocar uma faixa com os seguintes dizeres: “O Senhor fez em mim maravilhas. Santo é seu nome” (Lc 1,49).
Rezemos juntos:
Maria, tu és o sinal de esperança certa e de consolo para nós, que ainda peregrinamos na terra.
Dá-nos um coração simples e pobre como o teu, para poder esperar verdadeiramente.
Dá-nos um coração orante e contemplativo para descobrir constantemente as pegadas do Senhor em nossa história.
Dá-nos um coração sereno e forte para que degustemos a cruz pascal e contagiemos os homens a alegria de seguir seu Filho Jesus.
Amém.
Ave Maria…
Cantemos: Senhora e Rainha (música de Pe. Zezinho)
O povo te chama de Nossa Senhora, por causa de Nosso Senhor.
O povo te chama de mãe e rainha, porque Jesus Cristo é o rei do céu.
E por não te ver como desejaria, te vê com os olhos da fé.
Por isso ele coroa a tua imagem, Maria, por seres a mãe de Jesus,
por seres a mãe de Jesus de Nazaré.
Como é bonita uma religião que se lembra da Mãe de Jesus.
Mais bonito é saber quem tu és!
Não és deusa, não és mais que Deus, mas, depois de Jesus, o Senhor,
neste mundo ninguém foi maior.
Aquele que lê a palavra divina, por causa de Nossa Senhora,
Já sabe que o livro de Deus nos ensina que só Jesus Cristo é o intercessor!
Porém, se podemos orar pelos outros, a mãe de Jesus pode mais!…
Por isso te pedimos em prece ó Maria, que leves o povo a Jesus,
porque, de levar a Jesus, entendes mais!
Sugestão de Bibliografia para aprofundar o assunto:
-MURAD, Afonso. Quem é esta Mulher? Maria na Bíblia. São Paulo, Paulinas, 1996.
-CNBB. Com Maria Rumo ao Novo Milênio. São Paulo, Paulinas, 1999.
-KONINGS, Johan. Ser Cristão. Fé e prática. Petrópolis, Vozes, 2003.
Lucimara Trevizan por Catequese Hoje
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