fEstimados irmãos,
“Cristo é a nossa paz: do que era dividido, Ele fez uma unidade. Em Sua carne derrubou o muro de separação: a inimizade.” (Ef 2, 14)
Ao aproximar-se a Solenidade do Natal do Senhor, volto meu olhar para o Presépio e, enquanto contemplo ali a representação do Mistério da Encarnação, detendo-me especialmente na figura dos pastores e dos Magos, penso e rezo pela nossa Província.
Com efeito, Deus decidiu atrair ao Presépio aqueles homens tão diferentes em todos os aspectos, mas que agora, prostrados em verdadeira adoração diante do Menino-Deus, são por Ele mesmo introduzidos na plena igualdade e verdadeira unidade, que só podem surgir do reconhecimento da única soberania, que é a de Deus. Fora disso tudo é divisão motivada por interesses que não encontram consonância no Coração de Jesus e que, invariavelmente, levam à ruína, pois “todo reino dividido em grupos que lutam entre si, será arruinado.” (Mt 12, 25)
Agora que a pandemia parece dar sinais consistentes de arrefecimento, um horizonte de luminosa esperança se descortina nas mentes e nos corações dos que humildemente aprenderam as duras lições destes tempos tão difíceis. Qual verdadeira “Estrela-Guia”, esta esperança nutre um vigor talvez adormecido e reanima a determinação para tomar a peito a realização de grandes obras.
Neste Natal, peço ardorosamente ao Deus encarnado que nos conceda a unidade dos que sabem que a igualdade só existe quando todos se submetem à misericordiosa autoridade de Deus, a esperança dos que sabem que não serão desiludidos enquanto realizarem a vontade de Deus, a determinação dos que sabem ser possível concretizar coisas grandiosas quando se busca sinceramente caminhar na companhia de Deus.
Aos meus irmãos de Ordem, desejo que caminhemos na direção daquele horizonte de esperança, lutando juntos por uma Província unida e, por isso mesmo, forte; capaz de oferecer à Igreja nas porções do Povo de Deus que nos foram confiadas, o tesouro inestimável do Carmelo.
O Natal de Jesus não é um segredo; ao contrário, é um alegre anúncio. Naquela noite fria em Belém de Judá, os anjos anunciaram aos pastores: “Não temais! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lc 2,10-11).
Este anúncio se repete para nós cristãos a cada ano, quando celebramos o nascimento do nosso Salvador. Jesus não nasce de novo, mas se revela sempre de uma forma diferente, cada vez que nos aproximamos da gruta de Belém. Nisso, o Natal se revela como um mistério sempre novo, surpreendente!
Tenham todos um Santo e Feliz Natal, acompanhado de um ano de 2022 repleto de abundantes frutos para a Glória de Deus e a construção do seu Reino entre nós.
Em Cristo, no Carmelo.
Frei Adailson Quintino dos Santos, O.Carm.
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