A vida da monja carmelita se traduz em um desejo intenso de buscar o rosto de Deus, como “o único bem necessário”(Lc 10,42). A monja carmelita dedica e consome a sua existência na comunidade contemplativa a serviço da Igreja e da humanidade. Constantemente impulsionada à contemplação e a posse total de Deus que chama e sustenta.
A Irmã Geovânia Paula Januário da Silva mora no mosteiro Flos Carmeli, em Jaboticabal (SP), e explica que as monjas carmelitas fazem um compromisso de viver em obséquio de Jesus Cristo.
“Nossa vida é marcada pela oração, trabalho e silêncio, que são vividos dentro da vida fraterna e comunitária. Trabalhamos também sempre em silêncio, cultivado a vida de intimidade com Deus, para guardar a presença de Deus e em tudo buscamos o Absoluto, que é Deus”, disse.
Falando um pouco sobre a rotina diária, a Irmã Geovânia explica que o dia a dia da monja carmelita começa na oração e culmina no fim do dia com a oração também.
“Começamos o dia com as laudes, depois fazemos a oração pessoal, participamos da Santa Missa, rezamos as horas menores. Após isso, as irmãs que estão no noviciado preenchem o tempo com os estudos e formações enquanto as irmãs que já possuem promessas seguem um rotina de trabalho que pode ser na costura, nas hóstias, nos serviços dos mosteiros, como limpar, varrer e passar. Após o almoço, temos uma hora livre para conversar, interagir e depois uma hora de repouso. Na parte da tarde, realizamos a leitura espiritual, as horas médias e voltamos as atividades, seja a formação ou rotina de trabalho. Logo após, rezamos a oração do terço, fazemos as vésperas. Em seguida ao jantar, temos mais uma hora de recreio, a sequência de oração em coro (completas e ofício das leituras) e então pela nossa regra guardamos o silêncio até o dia seguinte”, explicou.
Ela ressalta ainda que as irmãs de vida contemplativa diferem das irmãs de vida apostólica no sentido de não terem o que chamam de apostolado ativo, pois o apostolado da monja é o apostolado da oração, feito na oração.
“Tem pessoas que gostam de dizer que é como se fôssemos o pulmão da Igreja, que bombeia o sangue para as veias, para as irmãs de vida apostólica, bispos, para as paróquias, para a Igreja, para que tenham forças para trabalhar à serviço do Reino”, explicou.
A Irmã Geovânia explica que o processo de discernimento para quem deseja ingressa no Carmelo acontece de forma individual. A candidata reza sempre junto com quem a acompanha e esse processo vai sendo realizado através do conhecimento da Vocação e pela oração.
“Após o primeiro contato, começamos o discernimento. A candidata tem a opção de fazer uma experiência vocacional no Mosteiro, conviver com a gente por um tempo. Logo após, rezamos e avaliamos se faz sentido a moça deve prosseguir. Ela prosseguindo, ela ingressa no postulantado, depois no noviciado, que é quando recebe o hábito e o véu branco, fica nessa etapa por 2 anos. Acontece então os primeiros votos e a monja fica na formação temporária entre 6 anos e 12 anos e logo após faz sua profissão solene”, disse.
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