Tem circulado entre a fala de pacientes do meu consultório de psicanálise e pessoas da minha convivência diária a constatação de que, em geral, a maioria não tem escutado bem. Não são questões auditivas. São questões de escuta atenta. Então, reflito bastante sobre tudo o que me dizem e prefiro não encontrar “culpados”, ou seja, colocar a culpa em redes sociais e aparelhos digitais, o que muitos terapeutas tem feito. Minha preferência é pensar que não estamos nos concentrando o suficiente na musicalidade da escuta. Afinal, música e escuta necessitam concentração.
Proponho uma reflexão baseada na escuta musical: Jesus concentrou com precisão o coração como o lugar onde a escuta é eficaz. Ele diz que o caminho é fazer como Ele mesmo, ou seja, sendo manso e humilde de coração. Mansidão e humildade são palavras que fundamentam a história da escuta humana. Os sábios nos guiaram por caminhos seguros e foram homens de excelente escuta. Atualmente há uma grande procura sobre a música como ferramenta de cura, meditação, equilíbrio e paz.
O cristianismo é mansidão e humildade e, para ser chamada música cristã, os sons musicais na Igreja necessitam veicular e promover acesso à mansidão e à humildade no coração humano. Do contrário, torna-se muito grande o risco de colocar o coração nas deturpações da vida. O Coração de Jesus é a música do Amor por excelência.
É tempo de parar e aprender a escutar a Voz que canta no Sagrado Coração de Jesus, evitando a dispersão e promovendo a concentração. A musicalidade do Coração Divino rege acordes que conduzem, os que verdadeiramente escutam, ao caminho seguro da verdadeira paz. Nossa única tarefa é aprender a escutar sempre. Que o Amor seja nossa música!
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