Outro dia estavana casa de um querido amigo meu, e não me recorre agora porque, lá pelas tantas da madrugada chegamos no assunto religião. E num momento impensado e infeliz, de pura sinceridade, ele disse: “Eu repudio a Igreja Católica”. Confesso que o sangue me ferveu nas veias, já que me considero parte desta comunidade! Eu até podia ter saído dali, “sacudindo a areia das sandálias”, pra nunca mais voltar… mas não o fiz. Primeiro eu queria saber o porque desta afirmação. E lá vieram as histórias sobre a inquisição e tal… I knew it! E perguntei à ele, porque então ele batizou uma criança tempos atrás, num lugar que ele “repudiava”? E ele me respondeu com outra pergunta: “Porque a Igreja aceita que eu possa batizar?”. E diz que a Igreja está morrendo de medo de perder fiéis e por isso o faz. Pode ser… assim como pode ser mais ainda que tivesse ele dito que repudiava a Igreja Católica, o padre correria com ele dali… pelo o padre da minha paróquia sim …rs…
E eu me perguntei no caminho de casa, porque a Igreja permite que pessoas façam um curso de quatro horas num final de semana e depois “usem” este sacramento como bem entendem? E outros tantos porquês, de perguntas e respostas vieram à minha cabeça numa enxurrada de pensamentos e lamentações…
Não querendo “odiar” meu amigo pelo que ele disse, já que me senti realmente ofendida, comecei a me perguntar “o que Jesus espera de mim nessas horas?”. E vi que a ignorância é o grande fator dessa história… Assim explicaria o porque que pessoas tão inteligentes, sinceras e companheiras como esse meu amigo, pudesse ser hipócrita ao mesmo tempo. Ora, se eu repudio, por exemplo, um cemitério (usei algo que não criasse polêmicas né) só vou entrar lá quando morrer, ainda por cima carregada, não por meus próprios pés… porque repudio o local acharia outro meio de me despedir dos entes queridos antes mesmo que fossem pra lá. Sendo assim, não correria o risco de ser hipócrita.
Mas corre a mesma velha história de que os sacramentos da Igreja Católica viraram uma festa, formatura pra quem quer se “aparecer”, exibicionismo, mandinga para proteger os bebês das bruxas, etc… Para pessoas como meu amigo é pra isso que serve os sacramentos da nossa Igreja, infelizmente.
Mas a Igreja podia ser mais rigorosa? Podia… Mais Seletiva? Podia… E assim também podia eu não ser mais apta a ser catequista por não ser casada “ainda” no religioso, apenas civil… Não porque não acredito no casamento, fosse isso não estaria casada há 10 anos passando por poucas e boas as vezes, mas porque pra mim e meu marido “ainda” não deu… mas tenho rezado muito para que logo dê …rs…
Pra resolver logo o problema na minha cabeça (pois este post nem poderia ser marcado como “desabafo de 1 minuto”…rs…), concluí que isso tudo é uma questão de ética e moral das próprias pessoas, o tal livre arbítrio que Deus nos deu. Repudia? Não faça, não vá, não entre… não participe. Não acredita? Você não é obrigada, pessoa, a fazer nada…
Me atrevo ainda a dizer que essa falta de moral/ética está ligada diretamente à falta de Deus no coração, pois conhecesse a pessoa a Palavra de Deus, o Evangelho, os ensinamentos de Jesus, teria outra atitude, certo?
Quanto a esse meu amigo, ainda tenho entre os mais queridos, pois o que ele sabe, aprendeu nas aulas de história, em reportagens, seriados e artigos… não na Bíblia, na Igreja, na Catequese… Eu quando sou ignorante em determinado assunto, me calo…
E aí lembrei de um texto que li, não lembro se foi o amigo Alberto que escreveu, mas chama pra algo bem verdadeiro; “Pra quem estou fazendo catequese?” Como menciona o texto, Jesus diz que veio para os doentes, pois quem não está doente não precisa de médico. E aí se encontra a essência da catequese, o querigma, o anúncio da Boa Nova…
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