“Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
E deu à luz seu filho primogênito e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio;porque não havia lugar para eles na hospedaria.”
(Lc 2,6-7)
“Noite feliz, noite feliz.
Ó Jesus, Deus da luz,
Quão afável é o teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão
E a nós todos salvar,
E a nós todos salvar.”
(Joseph Mohr/Franz Gruber)
Ao contemplarmos o ano que finda, movidos pelas luzes de Natal que se acendem dando cor e beleza aos espaços das nossas casas, praças e cidades, justamente quando as folhas do calendário caem suavemente e nos anunciam que chega um tempo novo, somos convidados a contemplar a espiritualidade da esperança e do recomeço. Neste momento de transição, olhamos para trás, avaliamos as conquistas e desafios vividos no ano que finda e nos voltamos para o futuro com os corações cheios de esperança – somos o povo da esperança, como nos diz São Paulo.
A temporada natalina, tão intrinsecamente ligada ao encerramento do ano, lembra-nos da luz que veio ao mundo. O sol nascente nos veio visitar. É o nascimento do Salvador, o Emanuel que está conosco.
No presépio humilde, encontramos não apenas uma história antiga, uma memória de algo vivido no passado; antes, é um presentificação da verdade de que Deus está conosco, um convite eterno para renovar nossa fé e confiança na promessa divina.
É um tempo de reavivar a esperança em Deus, na humanidade e em nós mesmos. A esperança como uma chama frágil é acesa em nossos corações, iluminando o caminho da jornada que se desdobra diante de nós.
Olhamos para o presépio e vemos o Salvador, tão humilde, uma criança necessitada de cuidados. A história da salvação de um modo novo. Deus, que sempre cuidou da humanidade, apresenta-se como criança. Um menino frágil, ensinando ao mundo os desígnios do Criador. Um novo modo de se fazer presente em nosso meio e nos ensinar a viver.
A espiritualidade católica, imbuída pela encarnação do Verbo de Deus, é permeada pela certeza de que, independentemente das tempestades que enfrentamos, a graça divina está sempre presente. Olhamos para o Menino Jesus, envolto em panos simples, e lembramos que Deus escolheu a simplicidade para se manifestar. Isso nos convida a encontrar a beleza no ordinário da vida, a reconhecer a presença divina nos detalhes cotidianos da nossa existência.
Além do Natal, a liturgia nos presenteia com a celebração da Solenidade de Maria, Mãe de Deus, no primeiro dia do novo ano. Maria, a mulher que disse “sim” ao plano divino, torna-se para nós um modelo de confiança e entrega.
Neste fim de ano, ouçamos o convite do Cristo que se encarna em nosso meio para nos ensinar a viver e a amar. Que a luz do Natal continue a brilhar em nossos corações, guiando-nos pelos caminhos da fé, da caridade e da paz.
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