O mês de outubro é um mês de grande intensidade na vivência de nossa fé católica, pela celebração da Padroeira do Brasil. Neste ano de 2021, temos também a alegria de celebrar os noventa anos da inauguração do Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), grande símbolo da nossa fé católica e de toda a nossa nação.
A construção foi sugerida pela primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss à princesa Isabel, mas a ideia só tomou corpo em 1921, quando se reuniu, no Círculo Católico, a primeira assembleia destinada a discutir o projeto local para a edificação do Cristo.
Optou-se pelo Corcovado pelo seu grande pedestal e pela ótima localização, sendo possível a sua visualização de várias zonas da cidade. O projeto escolhido foi o do engenheiro Heitor da Silva Costa. A pedido do cardeal Dom Sebastião Leme é organizada, em setembro de 1923, a “Semana do Monumento”, uma campanha nacional para arrecadação de fundos para as obras. A sociedade em geral se mobiliza. Vendem-se rifas, fazem-se festas, escoteiros pedem dinheiro nas portas das casas e até as tribos dos bororós, do Estado do Mato Grosso, contribuem para tornar esse sonho uma realidade.
Entre os anos de 1921 e 1923, Heitor da Silva Costa trabalhou em seu projeto ao fazer os desenhos em parceria com o pintor e gravurista Carlos Oswald, além de fazer também os estudos relativos ao material a ser utilizado e ao tamanho final do monumento. Dentre diversos escultores, sua escolha recaiu sobre o francês Paul Landowski. Silva Costa escolheu também o engenheiro francês Albert Caquot. As obras de edificação do Cristo Redentor foram iniciadas em 1926. Heitor Levy foi o engenheiro mestre de obras e Pedro Fernandes Vianna da Silva, o engenheiro fiscal.
De altura, o Cristo possui trinta metros e três centímetros. Com a base, que mede oito metros e abriga o Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, fica a imagem com 38 metros.
No dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, tivemos a solene inauguração com uma Missa celebrada no campo das Laranjeiras, mas o grande evento foi mesmo no Corcovado, contando com autoridades civis, religiosas e militares, quando Dom Leme consagrou o Brasil ao coração de Jesus. Um grande dia que ficou na memória de todos os brasileiros.
Esse monumento foi totalmente financiado pelo povo e construído pela Igreja Católica. Não foram tão fáceis os caminhos para isso, como ainda hoje temos muitas dificuldades. Até hoje é a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro que tem cuidado, restaurando e conservando o monumento com a ajuda de patrocinadores e amigos.
Por sua imponência e grande reconhecimento internacional foi eleito e apresentado publicamente no estádio da Luz, na cidade de Lisboa, no dia 7 de julho de 2007, como uma das sete maravilhas do mundo moderno, ao lado da muralha da China, do Coliseu, na Itália, de Machu Picchu, no Peru, Petra, na Jordânia, Taj Mahal, na Índia, e Chichén Itzá, no México. Deve ser motivo de grande alegria saber que o grande símbolo do Brasil ante os outros povos é a imagem do Cristo que abençoa, acolhe e abraça a todos os homens, sem fazer distinção de pessoas.
Estamos tendo muitas atividades para celebrar este momento que antecede por dez anos o centenário do Cristo Redentor. Neste ano, ao celebramos os noventa anos do monumento, que é um belo símbolo de fé que marca a nossa cidade do Rio de Janeiro, mas também todo o nosso Brasil, peçamos ao Cristo que inspire a todos que o acessam, visitam ou veem a terem sempre a certeza de que seus braços abertos em sinal de acolhida e de paz sejam uma realidade entre os povos. Que o Senhor nos abençoe, dando a cada um de nós o dom do amor, da paz, da fé e da fraternidade. Cristo sempre está de braços abertos a todos e, assim, acolhe a todos sem distinção. Sintamo-nos acolhidos e abraçados por Ele.
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