A catequese é lugar do Encontro e todo encontro precisa de preparação. O catequista pensa no que irá “servir”, que conteúdo da mensagem cristã irá propor, que debate irá provocar, e que sabor diferente isso irá trazer para vida. O local e o material a ser usado também precisam ser previstos.
Como a catequese quer promover o amadurecimento da vida, o catequista evita brincadeiras e músicas que infantilizam os jovens e adultos. Trata a cada um com igualdade, não se considera superior a ninguém. Acolhe a todos com muito carinho e amor. É sinal de amor na vida de cada catequizando.
Três cuidados importantes nos encontros catequéticos:
1º – A música não pode faltar de jeito nenhum.
2º – O encontro seja espaço criativo, lugar de reflexão, de debates, de músicas, de painéis etc.
3º – O trabalho com gravuras, pinturas, filmes… é indispensável, uma vez que a cultura atual é a da imagem.
Saber conduzir a conversa é fundamental num encontro cujo segredo é o diálogo. Dialogar é saber lidar com os sonhos, as dores, as alegrias, os vazios, as esperanças e decepções de cada um. Num verdadeiro encontro, não há perdedores e vencedores, mas a delicada arte da participação, do envolvimento. O catequista é a pessoa que provoca a “revelação” de cada um.
O Encontro com os Catequizandos
O diálogo do encontro pode ser conduzido da seguinte maneira:
O Ponto de partida é o levantamento das experiências do grupo de catequizandos a respeito do assunto a ser conversado. Isso pode se dar através de dinâmicas, trabalho em grupo, debate etc. O catequista provoca a conversa, tira do grupo o que pensa, o que vive ou viveu, o que sabe a respeito do tema. Haverá experiências positivas (amor, amizade) ou negativas (sofrimento, tristeza). Se não levarmos isto em conta, a mensagem não os atinge, nem é assimilada.
Com essa constatação o catequista passa a Aprofundar a experiência do grupo com o conteúdo da mensagem cristã, o tema do encontro. É o momento do “confronto” entre as experiências constatadas e vividas e a Mensagem cristã. Busca-se discernir a realidade à luz da Palavra de Deus.
É preciso também tirar conclusões e consequências para a vida de cada um e a vida da comunidade cristã. É o momento em que o grupo, a partir da conversa do encontro, com ajuda do catequista, verifica o que muda na vida, no jeito de pensar. Que consequências práticas o encontro provoca.
O ponto alto do encontro acontece quando o catequista cria um “clima” para celebrar a vida e a fé: o que o grupo e cada um dos catequizandos tem a dizer a Deus a partir do que está vivendo e do que descobriu no encontro.
Algumas “dicas” importantes
1. O trabalho em grupo pode ser no início, no meio ou no final do encontro. Depende do objetivo. Mas sempre é bom variar, para não cair na rotina.
2. O “criar laços” leva tempo. É preciso paciência com o grupo. Às vezes leva meses para que os catequizandos (crianças, jovens e adultos) comecem a participar, a falar. É preciso sempre insistir num jeito participativo, provocando a conversa em grupos e aos poucos a turma vai pegando o gosto da participação e do debate. O contrário também pode acontecer, a turma pode ser falante demais. Tudo depende do jeito de conduzir o encontro.
3. O momento do aprofundamento do conteúdo não é para “lições de moral”, mas para comunicar a novidade da mensagem cristã a respeito do assunto tratado. Não pode ser usado para uma “aula” demorada sobre o assunto. O catequista comunica o conteúdo de maneira dialogada e breve.
4. O aprofundamento da mensagem cristã tem a Palavra de Deus como fonte. O texto bíblico que é a inspiração da conversa pode ser apresentado de diversas maneiras (narrativas, jograis, dramatização e outros).
5. O mais importante é o debate, a conversa em grupos menores, que leva o grupo a tirar conclusões, a “mastigar” o conteúdo. O catequista deve conduzir o plenário e sempre procurar tirar consequências para a vida.
6. O momento da celebração no final será muito bom porque provoca uma conversa com Deus, a partir do que se vivenciou. Mas, pode ser também no início do encontro. É um momento que deve ser preparado com carinho pelo catequista. Ele precisa observar que:
– É preciso tempo para o catequizando aprender a falar naturalmente com Deus;
– Não queira que o catequizando reze da maneira que ele, adulto com anos de caminhada cristã, reza.
– Seja criativo, use símbolos, gravuras etc…
7. O desenvolvimento proposto para o encontro não significa que o mesmo tenha que acontecer somente desta maneira. A música usada no início pode provocar a reflexão e o aprofundamento do conteúdo. Pode ser que num encontro a turma fique só no levantamento da realidade, das experiências. Claro que foi encontro! Na próxima semana aprofundam-se os passos seguintes. Não pode haver pressa em passar para o próximo tema. O ritmo de caminha da turma precisa ser respeitado.
8. A catequese não se resume a transmissão do conteúdo, mas o conteúdo precisa ser apresentado de forma criativa, provocar questionamentos, reflexões, debate. Somente dessa maneira haverá mudança de mentalidade, conversão.
9. Os catequizandos precisam se sentir sujeitos do processo formativo. Por isso, a apresentação do tema deve envolver a todos.
10. O “como apresentar o conteúdo” também é conteúdo.
11. Tudo faz parte da catequese: a acolhida, a maneira com que provocamos a participação, acolhemos as opiniões diferentes, corrigimos os desvios, rezamos etc.
Nas próximas edições iremos indicar e comentar outros recursos metodológicos, meios que nos ajudam a tornar o encontro de catequese criativo e significativo para o catequizando.
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