O Espírito Santo é responsável por unir e manifestar a ação de Deus na Igreja e no mundo. Sabemos que a comunidade eclesial está unida, permanece unida apesar das adversidades, graças à ação do Espírito Santo. Neste sentido afirmou o papa João Paulo II: “o Espírito Santo vem para permanecer com os Apóstolos desde o dia de Pentecostes, para permanecer com a Igreja e na Igreja e, mediante ela, no mundo” (DVI, 14).
Como ser comunidade cristã autêntica nos tempos atuais apesar das diferenças, ideias, pensamentos? No tempo da Igreja, o Espírito é verdadeiramente “o protagonista de toda a missão eclesial: a Sua obra brilha esplendorosamente”. O Espírito Santo que agiu na Igreja primitiva por meio dos Apóstolos, e operava ao mesmo tempo nos ouvintes; é o mesmo que age do mesmo modo hoje: “pela Sua ação a Boa Nova ganha corpo nas consciências e nos corações humanos, expandindo-se na história. Em tudo isto, é o Espírito Santo que dá a vida” (RM, 22). Cabe aqui relembrar as palavras de São Paulo (1 Cor 12, 4.11): Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo (…). É o único e mesmo Espírito que isso tudo realiza.
A resposta principal parte do princípio de que para um apostolado autêntico exige-se a fé como condição prévia e fruto do encontro pessoal com Jesus vivo no Espírito Santo. De tal modo, declarou o papa peregrino em discurso que “o encontro com Jesus Cristo está ligado à qualidade da vida eclesial” (JOÃO PAULO II, 1981, n.2). A Igreja é consciente, de que a qualidade da vida eclesial depende da qualidade da vida interior do homem, e que este amadurece e fortalece-se sob a influência do Espírito Santo. Deus uno e trino, (dom e Amor), ao comunicar-se ao homem no Espírito Santo como dom, transforma o mundo a partir do interior, a partir dos corações e das consciências. A ação do Espírito Santo como promotor da unidade eclesial remete ao desejo de Jesus, “quando pedia ao Pai ‘que todos sejam um, como eu e tu somos um’ (Jo 17, 21-22) (…) nos sugeriu que existe uma certa semelhança entre a união das pessoas divinas e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade” (GS, 24) (DVI,59).
A unidade é, portanto dom de Deus, os crentes experimentam a solicitude de Deus, em Jesus Cristo por meio do Espírito, “doador da vida”. Sim, Ele dá oportunidade de uma nova vida e capacidade de relação de amor. É por meio do Espírito, dom escatológico que “o crucificado ressurreto une seus irmãos consigo e entre si” (HILBERAT, 2012, p. 428).
O Espírito Santo, explica Cantalamessa: “é caridade na Igreja, enquanto vínculo de sua unidade; o Espírito Santo é caridade em cada fiel, enquanto lhe permite fazer uma experiência viva do amor de Deus” (CANTALAMESSA, 2014, p. 211). Os cristãos agem na caridade, quando testemunhas autênticas da dignidade do homem, nas mais diversas condições: na perseguição, no martírio, ou nas condições normais da sociedade, contribuem assim por meio da sua obediência ao Espírito, com a “renovação da face da terra”. O Espírito inspira, enfim no coração dos homens que atuam no hoje da família humana para que seja cada vez mais humana (GS 53-59) (DVI, 60).
Só podemos concluir que toda a vida da Igreja só é possível se vivida no Espírito de Deus, já que nasceu do Espírito e é o mesmo Espírito que a mantém até a glorificação final!
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