Ao longo da jornada, frequentemente um canto brota espontaneamente nos lábios, servindo como um fiel companheiro para expressar as motivações do viajante. Isso é especialmente verdade na vida de fé, que é uma peregrinação guiada pela luz do Senhor ressuscitado. As Sagradas Escrituras são repletas de cantos e os Salmos são exemplos claros disso: as orações do povo de Israel foram escritas para serem cantadas e, por meio do canto, apresentar ao Senhor os acontecimentos mais humanos. A tradição da Igreja continua essa união, utilizando o canto e a música como elementos vitais da liturgia. O jubileu também se manifesta como um evento de um povo em peregrinação à porta santa e usa o canto para vocalizar seu lema, “Peregrinos de esperança”.
O texto, criado por Pierangelo Sequeri para inspirar a composição do hino do Jubileu 2025, capta vários temas do ano santo. Notavelmente, o lema “Peregrinos de esperança” ecoa nas escrituras do profeta Isaías (9 e 60). Os temas de criação, fraternidade, ternura de Deus e esperança no futuro são expressos em uma linguagem que, embora não tecnicamente teológica, ressoa de forma substancial e alusiva, alcançando de forma eloquente os ouvidos contemporâneos.
Diariamente, o povo de fiéis apoia-se na fonte da vida com confiança. O canto que surge naturalmente durante o caminho é um apelo a Deus, carregado de esperança por libertação e suporte. É um desejo de que esse canto alcance os ouvidos daquele que o inspira. Deus, como uma chama sempre viva, mantém a esperança acesa e energiza os passos do povo em marcha.
O profeta Isaías frequentemente visualiza a família de homens, mulheres, filhos e filhas reunindo-se à luz da Palavra de Deus: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1). Essa luz é a de Jesus, o Filho que se tornou homem e que com sua Palavra une todos os povos e nações. A chama viva de Jesus impulsiona o caminho: “Levanta-te, veste-te de luz, porque vem a tua luz, a glória do Senhor brilha sobre ti” (Is 60,1).
A esperança cristã é dinâmica e ilumina a jornada da vida, revelando o rosto de irmãos e irmãs, companheiros de caminho. Essa não é uma peregrinação de indivíduos isolados, mas uma caminhada coletiva de um povo confiante e alegre, movendo-se em direção a um novo destino. O Espírito da vida continua a iluminar o amanhecer do futuro emergente. O Pai Celeste observa com paciência e ternura a jornada de seus filhos e lhes abre o caminho, apontando para Jesus, seu Filho, que se torna o caminho para todos.
Peregrinos da Esperança
Texto de Pierangelo Sequeri
Texto versão portuguesa: António Cartageno
Chama viva da minha esperança,
este canto suba para ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em ti!
Toda a língua, povo e nação
tua luz encontra na Palavra.
Os teus filhos, frágeis e dispersos
se reúnem no teu Filho amado.
Chama viva da minha esperança,
este canto suba para ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em ti!
Deus nos olha, terno e paciente:
nasce a aurora de um futuro novo.
Novos Céus, Terra feita nova:
passa os muros, ‘Spírito de vida.
Chama viva da minha esperança,
este canto suba para ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em ti!
Ergue os olhos, move-te com o vento,
não te atrases: chega Deus, no tempo.
Jesus Cristo por ti se fez homem:
aos milhares seguem o caminho.
Chama viva da minha esperança,
este canto suba para ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em ti!
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