Ser um: a unidade. “Sabemos com que intensidade Jesus pediu isso ao Pai para seus discípulos na Última Ceia. Ele não simplesmente recomendou isso aos discípulos como um projeto ou um propósito a ser realizado: ele pediu isso a eles como um dom, o dom da unidade”, disse Francisco, acrescentando:
É importante lembrar o seguinte: a unidade não é obra nossa, não somos capazes de alcançá-la sozinhos: podemos fazer a nossa parte – e devemos fazê-la -, mas precisamos da ajuda de Deus. É Ele quem nos reúne e nos anima, e crescemos mais coesos entre nós quanto mais estamos unidos a Ele.
“Por isso, se quiserem que a comunhão cresça entre vocês, convido-os, em suas decisões capitulares”, frisou o Papa, “a levar em consideração o valor da vida sacramental, da assiduidade na escuta e na meditação da Palavra de Deus, da centralidade da oração pessoal e comunitária, em particular da adoração, não se esqueçam da adoração, como meios de crescimento pessoal e fraterno e também como “serviço à Igreja””.
Que a capela seja o lugar mais frequentado de suas casas religiosas, por todos e por cada um, especialmente como lugar de silêncio humilde e receptivo e de oração escondida, para que sejam as batidas do Coração de Cristo a marcarem o ritmo de seus dias, a modular os tons de suas conversas e sustentar o zelo de sua caridade.
A seguir, Francisco disse algumas palavras sobre a fofoca: “A fofoca é um incômodo, parece uma coisa pequena, mas destrói por dentro. Tenham cuidado, tenham cuidado! Nunca falar mal do outro, nunca. Existe um bom remédio para a fofoca: morder a língua. Assim, a língua se inflama e não nos deixa falar. Lembremo-nos sempre disso: sem oração não se vai adiante, não se fica de pé: nem na vida religiosa, nem no apostolado! Sem oração não se faz nada”.
Depois, o Papa falou sobre o segundo aspecto: para que o mundo creia.
“A unidade tem essa capacidade de evangelizar. É uma meta desafiadora, diante da qual surgem muitas perguntas”, disse Francisco, perguntando a seguir: “Como ser missionário hoje, numa época complexa, marcada por grandes e múltiplos desafios? Como dizer, nas diversas áreas de apostolado em que vocês trabalham, “algo significativo a um mundo que parece ter perdido o coração”? “Muitas vezes”, disse o Papa, “vemos que este mundo parece ter perdido o coração!”
Aqui está o segredo de um anúncio crível e de um anúncio eficaz: deixar escrever, como Jesus, a palavra “amor” em nossa carne, ou seja, na concretude de nossas ações, com tenacidade, sem nos deter diante dos julgamentos que nos açoitam, dos problemas que nos angustiam e das maldades que nos ferem, sem nos cansarmos, com afeto inesgotável pelo irmão e irmã, solidários com Cristo Redentor em seu desejo de reparação dos pecados de toda a humanidade.
“Solidários com Ele, crucificado e ressuscitado”, disse ainda o Papa, “que, diante de quem sofre, de quem erra e de quem não crê, não nos pede julgamento, mas ‘amor e lágrimas por quem está longe […], para nos confiar e entregar a Deus’, e ao mesmo tempo nos promete ‘uma paz que salva de toda tempestade'”.
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