O termo “agente pastoral” é muito comum dentro do âmbito católico. Ao digitar, por exemplo, “agente de pastoral” no buscador do Google encontramos quase 4 milhões de entradas. Embora tenha se popularizado, a origem dessa expressão é incerta. O que sabemos é que a vida eclesial nos levou aos agentes pastorais, que são um verdadeiro tesouro para a Igreja. Podemos dizer que toda a riqueza contida dentro do significado de “agente pastoral” tem um fundamento sólido: o Concílio Vaticano II, especialmente com a Constituição Dogmática Lumen Gentium, ao romper o esquema eclesiológico anterior de uma Igreja piramidal e propor as categorias de comunhão e de povo de Deus.
É verdade que antes do Concílio Vaticano II os leigos já haviam assumido o protagonismo da missão, especialmente com a Ação Católica, e que a Teologia do Laicato tinha se desenvolvimento ao longo da primeira metade do século XX. Mas, a partir do Concílio Vaticano II, houve um aprofundamento da dimensão laical na missão da Igreja, com destaque para os temas de carismas e ministérios, ministérios instituídos e não instituídos.
Mas, afinal, quem pode ser considerado um agente de pastoral? Muitos, com a mentalidade clericalista, pensam que “são leigos suplentes dos padres” ou “voluntários da Igreja”. Os documentos do magistério da Igreja não delimitam quem são os agentes de pastoral, incluindo até mesmo os bispos e presbíteros em alguns casos, embora tenda a ressaltar os leigos engajados nas diversas pastorais e movimentos.
Com isso, poderíamos definir o perfil dos agentes de pastoral como o exercício de um encargo pastoral de direção, de liderança ou coordenação, que implica a participação na missão pastoral e ministerial da Igreja, para o qual tenha recebido o reconhecimento oficial da autoridade eclesial, dedicando grande parte do seu tempo a essa missão e por um tempo determinado.
Um agente de pastoral, especialmente quando assume uma responsabilidade de liderança, deve buscar integrar, pelo menos, três dimensões em sua vida: maturidade humana, vida cristã e compromisso pastoral, como veremos proximamente. Isso requer formação contínua e abertura para os novos desafios, especialmente para aqueles suscitados pelo Espírito Santo. Um excelente guia dos agentes é o texto da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, sobre as “tentações dos agentes pastorais” (cf. EG 76-109)[1].
Pe. Eguione Nogueira, cmf
[1] Cf. PAPA FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii gaudium, acesso em: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html.
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