Amor e Perdão
26/01/2011A auto-suficiência
26/01/2011Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO
BISPO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP
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Estamos vivendo numa crise muito grande de sentido ou de vazio de objetivos. Por causa disto, a sociedade se apóia no ter, tentando suprir as suas carências, levando as pessoas a uma perda da real dignidade, do seu próprio ser. Não é este o caminho de realização de vida pretendida com qualidade verdadeira.
O Evangelho fala do seguimento de Jesus Cristo como caminho de sabedoria, com exigências sérias e determinadas, supondo inclusive renúncias particulares. Aí está o sacrifício profundo do ter e a busca da dignidade pessoal como condições para o bem.
A sabedoria divina, que traz uma felicidade duradoura, supõe sempre atitudes de justiça e de equidade no relacionamento. Isto exige abolição total da escravidão que humilha as pessoas e tomar compromisso de acolhimento do ser humano com fatos concretos de fraternidade na convivência.
Muita gente vai atrás de Jesus, mas são poucos os que o seguem realmente de fato. É impressionante o número dos que se dizem “católicos não praticantes”. No seguimento de Jesus Cristo, ele não é uma das opções na vida. Ele é a opção, a orientação de vida, “o caminho, a verdade e a vida”.
O Evangelho é a orientação segura para o seguimento. Os seus princípios envolvem toda a vida da pessoa e a desafia a sair do comodismo, do anonimato e da anestesia da cultura de massa. O católico não praticante vive adormecido e estéril.
A cultura do ter e do consumismo é uma tentativa da pessoa ser aquilo que não é, fazendo dos shoppings verdadeiras catedrais do deus consumismo. Com isto, o desapego dos bens materiais se torna muito mais difícil.
Não basta não fazer o mal para ser seguidor do Mestre Jesus. É necessário ter superado o egoísmo e a auto-suficiência, colocando o itinerário dos Mandamentos em primeiro lugar, fazendo a vontade de Deus e não a nossa.
A palavra de Jesus é desafiadora, que compromete as pessoas sem, contudo, tirar-lhes a liberdade. É caminho de felicidade total, sem condicionamentos, dando sentido para a existência humana.