No próximo dia 02 de fevereiro, terça-feira, a Igreja celebra o 25º Dia da Vida Consagrada – Jubileu de Prata, ocasião em que os consagrados são chamados a dar testemunho da absoluta primazia de Deus e de seu Reino – “recordam-nos, por sua vida, o absoluto de Deus, assim como o Pai era absoluto para Jesus. Sim, Jesus nada fez sem o Pai e nada fez diferente do Pai”, afirma o arcebispo de Campinas e membro da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom João Inácio Muller.
“Seu prazer e alimento era fazer a vontade do Pai. Ainda: vivia encharcado pelo Espírito Santo (Lc 4, 18). O Espírito Santo movimentava seu ir e vir, sua orientação de vida, seu anunciar, seu fazer, seu sentir, sua predileção para com os pobres, seu vibrar…, tudo. Em seu viver, Jesus tinha certeza nítida e próxima da presença constante do Pai e do Espírito Santo. Ele estava na intimidade do Pai e do Espírito Santo. Habitavam-se, no amor recíproco, apaixonado. O viver de Jesus Cristo era expressão do profundo de Deus”.
Os bispos, reunidos em Aparecida, ensinam que os consagrados e as consagradas são discípulos missionários de Jesus Testemunha do Pai (DAp 216). Segundo Dom João Inácio, cada religioso consagrado é dom do Pai, por meio do Espírito, à sua Igreja. Esta, a exemplo de Jesus, reza do coração do Pai cada vocacionado, que é expressão do diálogo orante entre a Igreja e Deus Pai. “Como precisamos rezar por mais vocações à Vida Consagrada!”, afirma o bispo.
Segundo Dom João, a beleza da vida religiosa consagrada é a alegria da configuração a Cristo, pois é “um caminho de especial seguimento de Cristo, para dedicar-se a Ele com coração indiviso e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e da humanidade, assumindo a forma de vida que Cristo escolheu para viver neste mundo: vida virginal, pobre e obediente” (DAp 216).
Neste sentido, de acordo com ele, o viver do religioso consagrado é “retrato do Evangelho, é moldura inteligível de fácil compreensão para as pessoas de hoje; é exegese do Evangelho, é visibilidade atual da vontade do Pai. Por isso, os consagrados vivem em Deus: veem, ouvem, tocam, constantemente Deus. Conhecem e sabem Deus, conhecem o sabor de Deus, o que lhe apetece”.
Dom João Inácio afirma, ainda, que os Consagrados sentem-se amados por Deus e sabem que são importantes para Ele. “Este é o fundamento da verdadeira alegria. Os consagrados são pessoas que, como diz São João: “Conhecemos o amor que Deus tem por nós e n’Ele cremos”.
Aqui radica o segredo da alegria. São amigos do Senhor, entraram no mistério e servem ao Senhor com alegria, dispostos a tudo, pois, ancorados em Deus, que é Amor: amor que alcança sua máxima expressão na Cruz. Por isso o Papa Francisco diz: “sempre, onde estão os consagrados, sempre haja alegria”, alegria de quem se sabe nas mãos amorosas de Deus, passe o que passe. Quando em nossa vida aparece o descontentamento crônico, a queixa contínua por tudo e de todos, é sinal de que o amor está se apagando. E, se desaparece o amor, irrompe, sem nos darmos conta, a linguagem dos direitos. O egoísmo e os ciúmes, que caminham de mãos dadas, decodificam nossa memória, e então nem estamos agradecidos, e muito menos alegres. “A vida consagrada, quando deixa de girar em torno da graça de Deus, retrai-se no próprio eu: perde impulso, acomoda-se, paralisa” (Papa Francisco).
Dom João diz que o Papa Francisco chama os religiosos à sua identidade: a dar testemunho de que o encontro com Cristo faz feliz, e que contagiem o mundo com essa alegria; que tenham a coragem de sair às periferias existenciais com gestos concretos. “Gratidão e parabéns aos irmãos e irmãs consagrados. O chamado continua: “Vinde e vede”!”, finaliza dom João.
Fonte: CNBB
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