No “primeiro dia”, Deus criou os anjos, “criou o céu e a terra”, isto é o mundo espiritual e o corporal. Os anjos são espíritos, dotados de inteligência e vontade. Os anjos são, servidores de Deus, colocados entre Deus e os homens. A Bíblia se refere com frequencia em relação aos anjos e apresenta-os sobre a forma humana, as vezes acrescentando-lhe asas (nossos recursos são pobres, para descrever a presença majestosa de um anjo).
Na epístola (Cl, 1, 16) São Paulo fala numa hierarquia entre os anjos. Com a variedade de dons e encargos conferidos por Deus, os anjos são divididos em três hierarquias e, cada uma delas, em três coros. A primeira hierarquia é a dos que contemplam a Deus: Serafins, Querubins e Tronos. A Segunda ocupa-se do governo do mundo: Dominações, Virtudes e Potestades. A terceira é encarregada de executar as ordens divinas: Principados, Arcanjos e Anjos. Indistintamente porém, todos são designados como anjos.
Sendo mais semelhantes a Deus, como puros espíritos, os anjos são superiores ao homem. Pela inteligência, eles conhecem a Deus, os outros anjos e os homens, de modo intuitivo, isto é, conhecem sem precisar de raciocínio. Conhecem os futuros necessários, por exemplo, um eclipse do Sol (que está subordinado as leis da natureza), porém não conhecem os futuros livres, isto é, os condicionados à vontade humana, como, por exemplo, o que cada um de nós fará durante o eclipse.
Os anjos são maiores do que nós por sua força e poder. Um anjo, porém, não está em todo lugar, como Deus está. Mas, dentro da esfera de seu poder, assim como o homem pode tocar, ao mesmo tempo vários objetos ao seu alcance, ele pode agir, ao mesmo tempo em diversos lugares. Assim como o homem vê, ouve, percebe, toma conhecimento de várias coisas ao seu redor, um anjo vê, isto é, conhece intuitivamente ao mesmo tempo, muitas coisas – e muito melhor do que o homem. Toda esta superioridade angélica existe, também, nos demônios (anjos maus).
A Igreja sugere que Lúcifer, o anjo orgulhoso, sentiu-se ferido em seu amor-próprio ao pressentir que algum dia teria que se prostrar diante de um homem (Jesus – Deus, mas também homem). Anjos fiéis, chefiados por São Miguel, lutaram contra lúcifer e seus companheiros, vencendo-os. Foram, então, os anjos maus (ou demônios) precipitados no inferno, para eles criado. O inferno foi criado após o pecado dos anjos – anjos que, embora decaídos, conservam a sua hierarquia (Ef 6, 12)
Deus é a Luz, a Verdade, o Amor. No céu, a felicidade está em contemplá-lo. O demônio, “príncipe das trevas”, “pai da mentira”, semeador de ódio e discórdia, voluntariamente afasta-se do Sumo Bem. Então precipita-se no vácuo do desamor – e eis, então, O inferno (o inferno é a ausência do amor). Os demônios, os espíritos sem amor, os mentirosos, apresentando ao homem o mal como se fosse um bem, procuram arrastá-lo para o seu inferno, isso através da tentação.
A Tentação não é pecado. É oportunidade de combate. O combate é que nos deve tornar mais fortes, mas dignos. Mas é importante saber lutar. Cada um conhece, o seu ponto fraco.
Nuns é a sensualidade, noutros a cobiça, etc… Sejamos prudentes, é preciso a humildade de reconhecer que, muitas vezes, a vitória consiste na retirada diante da tentação. É necessário, sobretudo, considerar o julgamento de Deus, em vez de preocupar-se demais com as volúveis opiniões dos homens.
“Um cão acorrentado, só morde os que dele se aproximam” O demônio é este prisioneiro, porque Deus o acorrentou. Ele pode influir sobre a nossa memória e imaginação, mas não tem poder direto sobre nossa inteligência e vontade. “O demônio – pode prejudicar-nos por meios persuasivos, jamais pela violência. Ele é incapaz de nos forçar ao consentimento”, pois este depende de nossa vontade.
Os maus pensamentos devem se logo afastados – para que não se transformem em ações. O melhor meio de afastá-lo é o desprezo, sem perturbação ou tristeza. Em vez de viver afastando, maus pensamentos, povoemos nossa mente com idéias elevadas e apuremos nossa sensibilidade para coisas boas, como a oração (indispensável), boa música, bons filmes, bons documentários, esporte, arte, etc… A tentação é permitida por Deus. “O justo deve ser provado” – está nos Evangelhos. Mas “ninguém é tentado acima de sua forças”. E os anjos bons nos protegem. Cada pessoa tem seu protetor particular, o seu Anjo da Guarda, que a acompanha sempre.
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