O Documento 107 da CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil): “Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários”, lançado há poucos dias, nos diz que a Iniciação à Vida Cristã é o processo pelo qual se é conduzido para “dentro” do mistério amoroso do Pai e de ser inserido na comunidade eclesial: para professar, celebrar, viver e testemunhar a fé em Jesus Cristo, no Espírito Santo. É justamente por esse processo que a pessoa toma conhecimento do “encontro” com a pessoa de Jesus Cristo e de inserção na comunidade cristã. Esse processo contempla também os três sacramentos que formam uma unidade: Batismo, Eucaristia e Crisma, nos diz Dom Aloísio A. Dilli, Bispo da diocese de Santa Cruz do Sul, RS.
A Catequese é um dos lugares onde se dá o processo de Iniciação à Vida Cristã. O catequista deve ser um mistagogo, ou seja, aquele que conduz ao mistério, ele deve encontrar meios para levar o catequizando a ter esse encontro com Jesus e os mistérios da fé. Neste processo ele pode apelar para o auxílio das Ciências da Educação, particularmente a pedagogia contemporânea, discernida à luz do evangelho como nos recomenda o DNC (Diretório Nacional de Catequese).
Os símbolos são recursos pedagógicos que podem ser utilizados na catequese para conduzir ao mistério. Eles comunicam, transmitem, manifestam algo que está “além” deles. Poderíamos pensar no exemplo de uma foto: ela é muito mais do que uma foto, ela é uma recordação de um momento especial, de uma pessoa significativa. Outro exemplo é uma bandeira: ela representa um país, uma pátria, um local. Ainda poderíamos colocar como exemplo um presente dado a alguém: ele representa mais do que ele é, representa um sentimento da pessoa que o dá.
Na catequese os símbolos têm sua importância para a Iniciação à vida cristã (IVC), eles são facilitadores nesse processo: fica muito mais fácil para a compreensão humana, quando conseguimos visualizar em alguma coisa, algo que desperte nossos sentidos.
Nos encontros de catequese, os símbolos devem ser usados de acordo com o tema que irá ser refletido, devem ser bem visíveis para que os participantes percebam sua presença. E, mais importante, eles devem ser explorados, não devem ser utilizados apenas como acessórios, mas, devem fazer parte do encontro.
Jesus foi um grande mistagogo e utilizou-se de vários símbolos para passar a sua mensagem. Como exemplo, podemos citar: Ele disse que era a água viva para a mulher samaritana (João 4, 13-14); Ele utilizou o grão de mostarda para falar da fé (Lc 17,6); Ele disse que era o caminho, a verdade e vida (Jo 14,6); disse que era a luz (Jo 8,12); e deu-se no pão e no vinho (Lc 22, 18-20); e utilizou vários símbolos para falar de uma realidade invisível. Portanto, é esse o papel fundamental do símbolo: comunicar uma coisa que vai além dela mesma. Por isso a Igreja nos diz que: os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade invisível.
Renata Rodrigues Neto
Catequista de IVC – Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe – Estância/SE
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