Em entrevista concedida pelo Papa Francisco à jornalista Stefania Falasca, do jornal italiano Avvenire, no dia 17 de novembro de 2016, o Santo Padre destacou algumas reflexões inspiradoras sobre a misericórdia. Confira:
“O Onipotente tem péssima memória. Quando Ele perdoa você, Ele se esquece do seu pecado. Quem descobre que é muito amado começa a sair daquela solidão ruim, daquela separação que leva a odiar os outros e a si mesmo. Eu espero que muitas pessoas tenham descoberto que são muito amadas por Jesus e tenham se deixado abraçar por Ele. A misericórdia é o nome de Deus e é também a ‘fraqueza’ dele, o ponto fraco dele. A misericórdia de Deus o leva sempre ao perdão, a esquecer os nossos pecados. Eu gosto de pensar que o Onipotente tem uma péssima memória. Quando Ele perdoa você, Ele se esquece [do seu pecado]. Porque Ele é feliz em perdoar. Para mim, isso basta. Assim como para a mulher adúltera do Evangelho, ‘que muito amou’. ‘Porque Ele muito amou’. Todo o cristianismo está aqui.”
“Amor a Deus e amor ao próximo são dois amores inseparáveis. Jesus não pede grandes gestos, apenas o abandono e o reconhecimento. Santa Teresa de Lisieux, que é doutora da Igreja, na sua ‘pequena via’ para Deus, indica o abandono da criança, que adormece sem reservas nos braços do seu pai, e lembra que a caridade não pode permanecer fechada no fundo. Amor a Deus e amor ao próximo são dois amores inseparáveis.”
“A Igreja existe somente como instrumento para comunicar às pessoas o desígnio misericordioso de Deus. Fazer a experiência vivida do perdão que abarca a família humana inteira é a graça que o ministério apostólico anuncia. A Igreja existe somente como instrumento para comunicar às pessoas o desígnio misericordioso de Deus. No Concílio, a Igreja sentiu a responsabilidade de estar no mundo como sinal vivo do amor do Pai. Com a Lumen gentium, ela voltou para as fontes da sua natureza, ao Evangelho. Ele desloca o eixo da concepção cristã de certo legalismo, que pode ser ideológico, à Pessoa de Deus, que se fez misericórdia na encarnação do Filho. Alguns continuam não compreendendo, ou branco ou preto, mesmo que seja no fluxo da vida que se deve discernir. O Concílio nos disse isso. Os historiadores, porém, dizem que um Concílio, para ser bem absorvido pelo corpo da Igreja, precisa de um século… Nós estamos na metade.”
Artigo captado da edição de abril da Revista Ave Maria. Para ler os conteúdos na íntegra, clique aqui e assine.
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