Todos os anos nós vivemos o Tempo Litúrgico da Quaresma. Vemos em nossas Igrejas Paroquiais a cor roxa presente nos paramentos dos sacerdotes, na mesa da Palavra e sobre o Altar e, em muitos lugares, também sobre as Imagens dos Santos. Realizamos a Via-Sacra e os cantos litúrgicos mudam caracteristicamente. Porém, estes são sinais externos que sinalizam para nós a espiritualidade proposta para esse período. E nós, como podemos viver interiormente a Quaresma? Como experimentar de maneira frutuosa os exercícios espirituais desse tempo de penitência?
É importante, antes de tudo, entendermos o que é penitência e para que ela serve. Nós fomos criados por Deus repletos de sua graça. Éramos puros e vivíamos em comunhão com o nosso Criador. No livro do Gênesis, capítulo 1 no qual nos é apresentada a narrativa da criação do universo, dos animais e do ser humano, a imagem do Jardim do Éden representa o paraíso da unidade da criatura com o Criador. Mas a tentação do espírito do mal e o infeliz consentimento do ser humano em “coletar e comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal” abalaram esta harmonia.
Esse fruto, na verdade, é um atributo divino; conhecer todas as coisas é um poder de Deus. A tentação do demônio consiste em seduzir o ser humano para ‘afastar-se de Deus e pretender ser o deus de si mesmo’. Essa desobediência primitiva, também chamada de ‘pecado original’ se interpôs entre o ser humano e Deus, como um muro de separação em consequência do mau uso do livre arbítrio, quando se consentiu em desobedecer a Deus. Então a morte e o pecado entraram no mundo e todos os descendentes do primitivo casal passaram a nascer manchados de pecado e inclinados à desobediência.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos redimiu dessa condição de morte, através de seu sofrimento, morte e ressurreição, o Sacrifício Pascal de Cristo. E o Sacramento do Batismo, fruto da Redenção do Senhor, destruiu esse muro de separação e nos restituiu o estado de graça original. Mas ainda estamos sujeitos à tentação e a sermos inclinados à desobediência a Deus. A penitência é um exercício de autodomínio e de mortificação para o pecado. Diante da possibilidade de pecar ou não, a Igreja nos propõe a prática da penitência como uma forma de sermos fortes e decididos pela graça de Deus e dizer ‘não’ ao pecado.
Existem várias formas de fazer penitência. Vejamos aqui cinco maneiras de realizarmos concretamente esses exercícios espirituais:
Ajudar aos necessitados – Fazer o bem aos que necessitam é uma maneira de fazer o bem triunfar sobre o mal. Nesses tempos difíceis de catástrofes, todos podemos de alguma maneira ajudar a quem necessita com alguma doação. Afinal, todo o bem feito aos outros, na verdade, é feito a Nosso Senhor Jesus Cristo!
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