No Cenáculo, na última ceia com seus discípulos, em seu discurso de despedida, Jesus revela de forma profunda e surpreendente a pessoa do Espírito Santo. O Espírito é anunciado ao longo da vida e missão de Jesus, mas foi no Cenáculo que tal anúncio culminou na revelação mais completa da pessoa e da missão do Espírito Santo. Eis a promessa que Jesus fez aos seus seguidores, que chega até hoje a todo aquele que crê: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque permanece convosco. Não vos deixarei órfãos” (Jo 14,16-18).
No fim das sete semanas pascais, chegando o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam reunidos no Cenáculo à espera da realização da promessa do derramamento do Espírito (cf. At 2). Jesus derrama em profusão o Espírito como prometeu, a Páscoa de Cristo chega ao seu ápice na efusão do Espírito Santo, que é plenamente “manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina” (Catecismo da Igreja Católica, 731).
Aqueles que recebem o dom do Espírito Santo e seus carismas são introduzidos pessoal e comunitariamente numa contínua relação de fé e comunhão com a Santíssima Trindade. Esta experiência pessoal com o Espírito Santo gera um “mais vivo sentido de Deus” (Gaudium et Spes, 7). Por isso, é tão vital a necessidade do Espírito e dos seus carismas para a renovação e a vida da Igreja em seus membros.
Que beleza a obra que o Espírito realiza na vida dos nossos santos. Este ano, de forma particular, o Papa Francisco declarou que canonizará a Beata Elena Guerra, a quem o Papa João XXIII chamou “Apóstola do Espírito Santo”. Assim, ela escreveu ao Papa Leão XIII, no desejo de que toda a Igreja clamasse constantemente por um novo Pentecostes: “O Pentecostes não terminou; de fato, é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo deseja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto, não temos nada a invejar dos Apóstolos e dos primeiros cristãos; nós temos que nos dispor, como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles” (Elena Guerra, 1985, p. 27).
A irmã Elena escreveu muitos livros estimulando as pessoas a viver uma vida no Espírito a fim de dar um testemunho autêntico de vida cristã e para tornar o Espírito Santo mais conhecido, amado e adorado a todos os povos.
Oremos a oração que Elena nos ensinou em sua Novena ao Espírito Santo: “Pai Santo, em nome de Jesus, envia seu Espírito para renovar o mundo.”
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