Desde 1615, de modo oficial, a Igreja Católica celebra a memória dos Santos Anjos da Guarda. Essa celebração acontece no dia 2 de outubro e é uma ocasião para refletir que, ao longo da história da salvação, Deus confiou aos seus anjos o encargo de proteger os patriarcas, os seus servos (cf. Sl 90[91],10-12) e todo o povo eleito (cf. Ex 23,20-23). No Novo Testamento podemos contemplar São Pedro na cadeia sendo libertado por seu anjo (cf. At 12,7-11). Jesus, ao defender os pequeninos, diz que os anjos neles veem sempre a face do Pai que está nos céus (cf. Mt 18,10).
Os anjos, do mesmo modo que os seres humanos, são criaturas inteligentes e livres, portanto, devem dedicar-se a Deus por opção livre e amor preferencial. Diferentemente dos seres humanos, eles não são seres corporais, mas espirituais. A existência dos anjos é uma verdade de fé, testemunhada pelas Sagradas Escrituras e pela tradição. A vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos. Em sua liturgia, a Igreja se associa aos anjos para adorar ao Deus três vezes santo (cf. Catecismo da Igreja Católica, 311 e 328).
Desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção e intercessão dos anjos. Conforme nos ensina o Catecismo: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida. Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (Catecismo da Igreja Católica, 336).
Assim, podemos afirmar que os anjos, junto com os santos, intercedem por nós, pois estão constantemente diante de Deus. Logicamente, podemos fazer nossos pedidos diretamente a Deus Pai, mas, como cristãos, temos Jesus Cristo como nosso mediador e por meio dele apresentamos nossos pedidos. Em relação a Jesus Cristo temos muitos intercessores: Maria Santíssima tem grande destaque, depois dela os anjos e santos também intercedem por nós.
Os Santos Anjos, especialmente nosso anjo da guarda, têm a missão de nos proteger e de interceder por nós. Os anjos podem nos socorrer e nos livrar de grandes perigos, tragédias e males, mas não podemos nos limitar a isso. Precisamos entender que em toda história da salvação o mais importante não é a brevidade de nossa vida terrena, mas a eternidade de nossa vida com o Senhor, ou seja, a salvação de nossa alma, para a qual nosso anjo da guarda zela dia e noite.
Finalizando, rezamos com a Igreja: “Ó Deus, que na vossa misteriosa providência mandais os vossos anjos para guardar-nos, concedei que nos defendam de todos os perigos e gozemos eternamente do seu convívio. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém” (Missal romano, oração do dia, p. 670).
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