ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
O Santo Padre se deteve em três expressões que explicam o significado do Sacramento da Reconciliação. A primeira: “abandonar-se ao Amor”; a segunda: “deixar-se transformar pelo Amor”; e a terceira: “corresponder ao Amor”.
Abandonar-se ao Amor significa fazer um verdadeiro ato de fé. A fé nunca pode ser reduzida a uma lista de conceitos ou a uma série de afirmações em que acreditar. A fé se expressa e se compreende dentro de uma relação: a relação entre Deus e o homem e entre o homem e Deus, segundo a lógica do chamado e da resposta: Deus chama e o homem responde. A fé é o encontro com a Misericórdia, com o próprio Deus que é Misericórdia, e é o abandono nos braços desse Amor misterioso e generoso, do qual tanto precisamos, mas ao qual, às vezes, temos medo de nos abandonar.
Segundo o Papa, “a experiência ensina que quem não se abandona ao amor de Deus acaba, mais cedo ou mais tarde, abandonando-se a outra coisa, terminando “nos braços” da mentalidade mundana, que no final traz amargura, tristeza e solidão. Portanto, o primeiro passo para uma boa Confissão é o ato de fé, de abandono, com o qual o penitente se aproxima da Misericórdia. Todo confessor deve ser sempre capaz de se surpreender com os irmãos que, pela fé, pedem perdão a Deus e, somente pela fé, se abandonam a Ele, entregando-se em Confissão. A dor pelos próprios pecados é o sinal de tal abandono confiante ao Amor”.
Viver a Confissão desta maneira significa deixar-se transformar pelo Amor, esta foi a segunda expressão refletida por Francisco. “Sabemos muito bem que não são as leis que salvam: o indivíduo não muda por causa de uma árida série de preceitos, mas por causa do fascínio do Amor percebido e oferecido livremente. É o Amor que se manifestou plenamente em Jesus Cristo e em sua morte na cruz por nós”, disse ainda o Pontífice, acrescentando:
Assim o Amor, que é o próprio Deus, se tornou visível aos homens e às mulheres, de uma maneira antes impensável, totalmente nova, capaz de renovar todas as coisas. O penitente que encontra, na conversa sacramental, um raio desse Amor acolhedor, se deixa transformar pelo Amor, pela Graça, iniciando a viver essa transformação do coração de pedra em coração de carne. É assim também na vida afetiva: somos transformados pelo encontro com um grande amor.
“O bom confessor é sempre chamado a perceber o milagre da mudança, a ver o trabalho da Graça no coração dos penitentes, encorajando o máximo possível a ação transformadora. A integridade da acusação é o sinal desta transformação que o Amor realiza: tudo é entregue para que tudo seja perdoado”, disse ainda o Papa.
A terceira e última expressão é: corresponder ao Amor. “O abandono e o deixar-se transformar pelo Amor têm como consequência necessária uma correspondência com o amor recebido. O cristão tem sempre em mente as palavras de São Tiago: «Mostre-me a sua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha fé.»”
O verdadeiro desejo de conversão se torna concreto na correspondência ao amor de Deus recebido e aceito. Trata-se de uma correspondência que se manifesta na mudança de vida e nas obras de misericórdia que se seguem. Quem foi acolhido pelo Amor, acolhe o irmão. Quem se abandonou ao Amor, consola os aflitos. Quem foi perdoado por Deus, perdoa seus irmãos e irmãs de coração.
Segundo Francisco, “o bom confessor sempre indica o indispensável amor ao próximo, como um exercício diário no qual se treina o amor por Deus. O propósito de não cometer pecado novamente é o sinal da vontade de corresponder ao Amor. Assim, a frequente celebração do Sacramento da Reconciliação torna-se, tanto para o penitente como para o confessor, um caminho de santificação, uma escola de fé, de abandono, de mudança e de correspondência ao Amor misericordioso do Pai”.
São muitas as recomendações feitas por Francisco aos confessores aos quais ele convidou a “serem misericordiosos” que “significa ser irmão, pai e consolador”. Uma “atitude religiosa que nasce da consciência de ser pecador perdoado que o confessor deve ter”, afirmou o Papa.
Acolher em paz, acolher com paternidade. Cada saberá como é a expressão da paternidade: um sorriso, olhos em paz. Acolher oferecendo tranquilidade, e depois deixar falar. Às vezes, o confessor percebe que há certa dificuldade em ir adiante com o pecado. Se você entendeu, não faça perguntas indiscretas.
Deter-se para “não lhe dar mais dor, mais tortura” e sem perguntas inúteis, evitando parecer “o xerife que vai torturar”.
O Papa concluiu, convidando os confessores a “confiarem o ministério da reconciliação à poderosa proteção de São José, homem justo e fiel”.
Comments0