Biografia

Nasceu em Florença no dia 2 de abril de 1566, numa família nobre, piedosa, recebeu todo ensinamento cristão por meio de sua mãe, aprendendo assim a desde tenra idade a amar Nosso Senhor.

Filha de Camilo de Pazzi e Maria Buondelmonti. Foi batizada no dia 3 de abril, recebendo na pia batismal o nome de Catarina de Pazzi

Morreu no dia 25 de maio de 1607. Foi beatificada em 1626, pelo Papa Urbano VIII. E canonizada em 1669, pelo Papa Clemente IX

 

1° Santa Maria Madalena de Pazzi e a Palavra de Deus

Na vida monacal as religiosas eram (na época da santa) privadas do acesso irrestrito a Sagrada Escritura, nossa santa, no entanto, tinha como fonte da busca do sobrenatural, as leituras breves da Liturgia das Horas e nas leituras da Santa Missa.

2º Madalena de Pazzi e a intimidade com a Eucaristia

O desejo de está intimamente ligada a Deus, nossa mística nutria especial devoção à Santíssima Eucaristia, desde criança tinha forte desejo de comungar do Corpo de Cristo, no entanto não era possível por causa da norma da Igreja, criança não podia comungar, mas quando ela completou dez anos, o seu pároco vendo a devoção da criança e seu belo comportamento cristão, pediu licença ao bispo para que ela pudesse receber a Eucaristia.

Sua mãe relatou que ela antes de poder comungar, tinha um costume que muitas vezes lhe tirava a paciência, pois depois da comunhão a criança ficava agarrada a suas pernas, depois de muito tempo a mãe resolveu pedir explicações a menina, e eis que ela respondeu, “ Já que não posso comungar, eu quero pelo menos sentir o cheiro de Jesus”.

“Sinto o perfume de Jesus!”

Desde a infância, Catarina deu mostras de ser uma alma eleita. Quando pequena, encontrava maior prazer no silêncio, na oração e nas práticas de piedade do que nas brincadeiras próprias à idade, e era para ela a recreação mais agradável ensinar o Credo, o Pai Nosso e a Ave-Maria às crianças camponesas. Dotada de grande força de vontade e de um temperamento ardoroso e veemente oriundo de seu sangue toscano, mostrava-se, no entanto, sempre obediente e afável com seus pais e superiores.

Antes mesmo de completar a idade requerida naqueles tempos para receber a Eucaristia, nutria ela excepcional devoção ao Santíssimo Sacramento. Certa vez, sua mãe, intrigada com as atitudes da filha, interrogou-a sobre a razão pela qual passava alguns dias inteiros a seu lado, sem separar-se sequer por um instante. Respondeu com candura a pequena: “É que nos dias em que comungais, sinto em vós o perfume de Jesus!”.

Considerando o fervor e a maturidade da menina, seu confessor consentiu em abrir uma exceção, concedendo-lhe fazer a Primeira Comunhão em 25 de março de 1576, quando contava apenas 10 anos. A consolação e o gozo de Catarina não conheceram limites. E, tendo uma vez degustado o Pão dos Anjos, cresceu ainda mais em sua alma a piedade eucarística, conforme a frase da Escritura: “Os que comem de mim terão ainda fome” (Eclo 24, 29). Deste modo, obteve autorização de comungar todos os domingos, para o que ela contava os dias e até mesmo as horas.2

3º Madalena de Pazzi e a vida de penitência

A vida de penitencia era muito cara a nossa santa, desejosa de se unir aos sofrimentos de Nosso Senhor, nossa monja carmelita buscava por meio das penitências viver mais intensamente a vida de Nosso Senhor, encontrando no exercício da Via Crucis, seu prazer espiritual.

Também via muitas graças na vida espiritual, na meditação da vida dos santos.

Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus.  Em certa ocasião disse: “Se Deus, como a São Tomás de Aquino, me perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: ‘Nada, a não ser a salvação das almas’“.

Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitência, de oração e de lágrimas, para aplacar a ira de Deus provocada pelos pecadores.

Para o corpo era de uma dureza implacável; não só o castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o a vigílias, mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosíssimo; durante vinte e dois anos teve por único alimento pão e água.

Não menos provada foi sua alma; Deus houve por bem mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos sofreu ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamento contra a fé, sem que por isso se tivesse deixado levar pelo desânimo.  Muitas vezes se abraçava coma imagem do crucifixo, implorando a assistência da graça Divina.

Nos últimos três anos de vida, sofreu diversas enfermidades. Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de consolações espirituais. Impossibilitada de andar era forçada a guardar o leito. Via-se então um fato extraordinário: quando era dado o sinal para a Missa ou Comunhão, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa toda. De volta para a cela, caía de novo na prostração e imobilidade.  Quando lhe aconselharam abster-se da Comunhão, declarou ser-lhe impossível, sem o conforte deste Sacramento, suportar as dores.  No meio dos sofrimentos, o seu único desejo era: “Sofrer, não morrer”.  Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim próximo dos sofrimentos, ela respondeu: “Não, meu padre, não desejo ter este consolo, desejo poder sofrer até o fim de minha vida”.

4º Santa Maria Madalena de Pazzi – Modelo para a vida religiosa

No ano de 2007, o papa Bento XVI escreveu ao arcebispo de Florença uma carta pela passagem dos 400 anos da morte de Santa Maria Madalena de Pazzi, na ocasião o papa apresentou a santa como Modelo para a vida religiosa.

Na trajetória desta santa carmelita, chamam poderosamente a atenção os padecimentos que acabamos de descrever, bem como seus contínuos êxtases, sua virtuosa atuação como mestra de noviças e subpriora, e os grandes milagres por ela operados em vida, como a cura de muitos doentes e a multiplicação de alimentos no mosteiro.

Durante cerca de vinte anos suas irmãs de hábito do Convento de São Frediano recolheram cuidadosamente as palavras brotadas de seus lábios “com tal abundância, que uma só pessoa não seria suficiente para escrever tudo quanto o Espírito Santo lhe dizia”. 6 Tornou-se necessário, então, escalar seis religiosas para tal serviço, de maneira a não perder as preciosas revelações pronunciadas por ela, quando era arrebatada. Tais anotações resultaram em numerosas obras de profundo conteúdo teológico e místico.

Nos santos encontramos pessoas extraordinárias que deixaram um legado que perdura há tantos anos e perdurará parece que por toda a existência do mundo, eles que de maneira, época e processos tão diferentes, encontraram o caminho para serem verdadeiramente felizes. Mas vejamos alguns pontos semelhantes em todos:

  1. Fidelíssimos ao Evangelho de Cristo;
  2. Tomavam suas dores, sofrimentos e cruzes como oportunidade de serem santos e de salvarem as almas.
  3. Viviam na certeza e esperança da felicidade eterna e não a terrena.

Foi assim com Santa Maria Madalena de Pazzi, cuja festa celebramos hoje. Uma mística monja carmelita católica italiana, nascida em Florença no ano de 1566. Seu nome de batismo, Catarina. Nome que no dia de sua entrada no convento foi mudado para Maria Madalena.

Maria Madalena tinha em seu coração desde pequenina um projeto claro de vida, ser esposa de Cristo até a morte, ser santa. Ela mesma sempre dizia a cada pretendente que se dirigiam aos seus pais para obter-lhe a mão: “já escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel até a morte”.

Vencidas muitas dificuldades, Maria conseguiu sua entrada no convento das Carmelitas em Florença, após o investimento de hábito, se prostrou aos pés da mestra do noviciado e pediu-lhe que não a poupasse em coisa alguma, e a ajudasse a adquirir a verdadeira humildade.

Conta-se que no dia da Santíssima Trindade ao fazer sua profissão religiosa, a fez com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em êxtase.

Todos os dias ela oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos infiéis e pecadores, e às Irmãs, pedia, que fizessem o mesmo. Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus.

Em certa ocasião disse: “Se Deus, como a São Tomás de Aquino, me perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: ‘Nada, a não ser a salvação das almas”.

Maria desejava ter sua voz de uma força tal, que fosse possível ser ouvida até os confins do mundo pregando apenas uma coisa: “Amai a Deus!”

Santa Maria Madalena de Pazzi, faleceu em 25 de maio de 1607. Cinquenta e seis anos depois, em 1663, quando se abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se ainda o celeste perfume.

Sempre perguntamos ao Senhor: “Senhor o que queres de mim?”. Deus quer a nossa santidade. E às vezes, costuma-se pensar – disse o Papa Bento XVI – “que a santidade é uma condição de privilégio reservado a uns poucos escolhidos. Na realidade, ser santo é tarefa de todo cristão, de todo homem!”.

Mas para ser santo é preciso abraçar à cruz. O caminho é estreito e doloroso…  Foi o próprio Cristo que não só nos falou, mas como nos provou com sua própria vida à porta para a verdadeira felicidade: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram.” (Mateus 7:13).

Digo isso, porque hoje vivemos em uma sociedade líquida que quer tudo fácil, instantâneo. “Tem pílula da felicidade? Manda uma caixa!”. Esse pensamento não poderia ser mais enganoso… Isso não existe! Muitas das vezes nos soterramos com estímulos externos, que nos bombardeiam incessantemente, com modelos de vidas perfeitas nos cegando e afastando-nos da nossa essência, sermos santos!

Pedimos a intercessão de Santa Maria Madalena de Pazzi para que sejamos dóceis a este chamado de sermos santos. Seja na vida religiosa, na família e na sociedade como um todo.

5º As visões místicas da monja carmelita

Durante muitos anos nossa santa foi agraciada por Nosso Senhor Jesus Cristo, com inúmeras visões místicas.

Essas visões eram muito diversificadas, delas 40 foram exclusivamente com o próprio Divino Salvador, também teve experiencias místicas com a Santíssima Virgem Maria, com Santo Agostinho, (essa apenas uma vez), com o Espírito Santo, com os anjos.

Maria Madalena sofreu durante cinco aos, as mais terríveis tentações de desespero, contra a fé e a pureza; clamando a Deus por socorro, com a graça venceu todas as dificuldades.  Satanás costuma molestar com tais tentações as pessoas que se dedicam ao serviço do Senhor. Diz São Gregório: “Se sois perseguidos por tentações, não desanimeis. Pedi a Deus a graça e Ele não vos deixará cair. Deus é fiel e não permite que sejais tentados mais do que podem as vossas forças” (I Cor 10,13).  Oferece-vos a graça, para que possais vencer a tentação. Além disto, tendes a vossa vontade, que não pode ser forçada por ninguém.  “Eis a fraqueza do inimigo”, diz São Bernardo, “que não poderá vencer senão àquele que o consentir. O inimigo pode excitar a tentação, mas de nós depende consenti-la ou rejeitá-la”.

Na Quaresma de 1585, os fenômenos extraordinários chegaram a um auge de intensidade. No dia 25 de março, apareceu-lhe Santo Agostinho que gravou em seu peito as palavras “Et Verbum caro factum est”. Na segunda-feira da Semana Santa, recebeu os sagrados estigmas de Cristo, contudo não de forma visível.


Na Quinta-Feira Santa, Irmã Maria Madalena entrou num êxtase que durou vinte e seis horas. Ao longo de todo o período no qual se comemora a Paixão do Divino Redentor, ela sentiu em si, fisicamente, as mesmas dores, as mesmas angústias, os mesmos tormentos de Jesus. Surpresas e maravilhadas, as demais religiosas puderam contemplá-la percorrendo as diversas dependências do mosteiro, ora acompanhando o Divino Mestre em sua agonia, ora em seu julgamento, ora ainda na dolorosa coroação de espinhos. Por fim, viram-na entrar, com uma cruz aos ombros, na sala do Capítulo onde se estendeu no chão para ser pregada no madeiro, depois se recostou na parede e, de braços abertos, repetiu as sete últimas palavras do Crucificado. Alguns dias depois, foi-lhe dado assistir à descida de Cristo aos infernos, à sua Ressurreição e, finalmente, à sua gloriosa Ascensão.

6º A contribuição de Madalena de Pazzi para a Igreja

Nossa santa deu a sua contribuição para o bem da Igreja, primeiro como toda monja, ela contribuiu pela vida de oração, mas não foi só assim, ela interveio por meio de cartas ao Romano Pontífice para poder favorecer a reforma da Igreja, pedindo ao papa por meio de cartas, em torno de 21 cartas, com vários temas, entre eles pedindo a reforma da vida religiosa, e a reforma da Igreja.

As cartas foram direcionada ao Papa Sisto V.

O preconceito de alguns por falta de conhecimento da vida e obra desta santa, leva a disseminar muitas coisas negativas a respeito dela. Há quem diga que ela vivia nas nuvens, sem muita preocupação com as realidades aqui da terra, e isso obviamente não é verdade.

Preocupada com a vida da Igreja, nossa santa viveu um jejum de pão e água durante 21 anos, oferecendo esse sacrifício pelo bem da Igreja em todos os sentidos.

Santa Maria Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres, modelo perfeito de vida e santidade, nasceu em Florença no ano de 1566. No batismo foi chamada Catarina, nome que no dia para a entrada no convento foi mudado para Maria Madalena.  É uma das eleitas do Senhor, que desde a mais tenra infância dera indícios indubitáveis de futura santidade.

Menina ainda, achava maior prazer nas visitas à Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete anos de idade e já começava a fazer obras de mortificação. Abstinha-se de frutas, tomava só duas refeições por dia, fugia dos divertimentos, para ter mais tempo para ler os santos livros, principalmente os que tratavam da sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Assim se explica o grande amor a Jesus Cristo, que tantas coisas maravilhosas lhe operou na vida. Não tendo ainda a idade exigida, não lhe era permitido receber a sagrada Comunhão.

O desejo, entretanto, de receber a Jesus na sagrada Hóstia era-lhe tão grande, que os olhos se enchiam de lágrimas, quando via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa.  Com dez anos fez a primeira comunhão foi indescritível alegria que recebeu, pela primeira vez, o Pão dos Anjos.  Ela mesma afirmou muitas vezes que o dia da Primeira Comunhão tinha sido o mais belo de sua vida. Logo depois da Primeira Comunhão, se consagrou a Deus, pelo voto de castidade perpétua.

Quando contava doze anos, nos seus exercícios de mortificações, chegou a usar um hábito grosseiro, e dormir no chão, a por uma coroa de espinhos na cabeça e a castigar por muitos modos o seu delicado corpo, manifestando assim o ardente desejo de tornar-se cada vez mais semelhante ao Divino Esposo.  Quando diversos jovens se dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mão, ela pode declarar-lhes: “Já escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel até a morte”.  Vencidas muitas dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das Carmelitas em Florença.

Após a vestição, se prostrou aos pés da mestra do noviciado e pediu-lhe que não a poupasse em coisa alguma, e a ajudasse a adquirir a verdadeira humildade. Tendo recebido o nome de Maria Madalena, tomou a resolução de seguir a grande Penitente no amor a Jesus Cristo e na prática de heroicas virtudes.

No dia da Santíssima Trindade fez a profissão religiosa com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em êxtase. Estes arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente, e Deus se dignou de dar à sua serva instruções salutares e o conhecimento de coisas futuras. O fogo do divino amor às vezes ardia com tanta veemência que, para aliviá-la, era preciso que lavasse as mãos e o peito com água fria. Em outras ocasiões, tomava o crucifixo nas mãos e exclamava em voz alta: “Ó amor! Ó amor! Não deixarei nunca de vos amar!” Na festa da Invenção da Santa Cruz percorreu os corredores do convento, gritando com toda a força: “Ó amor! Quão pouco se Vos conhece! Ah! Vinde, vinde ó almas e amai a vosso Deus!” Desejava ter voz de uma força tal, que fosse ouvida até os confins do mundo. Só uma coisa queria pregar aos homens: “Amai a Deus!”.

Maior sofrimento não lhe podia ser causado, do que dando a notícia de Deus ter sido ofendido. Todos os dias oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos infiéis e pecadores, e às Irmãs, pedia, que fizessem o mesmo.

Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus.  Em certa ocasião disse: “Se Deus, como a São Tomás de Aquino, me perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: ‘Nada, a não ser a salvação das almas”.

Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitência, de oração e de lágrimas, para aplacar a ira de Deus provocada pelos pecadores. Para o corpo era de uma dureza implacável; não só o castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o a vigílias, mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosíssimo; durante vinte e dois anos teve por único alimento pão e água.

Não menos provada foi sua alma; Deus houve por bem mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos sofreu ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamento contra a fé, sem que por isso se tivesse deixado levar pelo desânimo.  Muitas vezes se abraçava coma imagem do crucifixo, implorando a assistência da graça Divina.

Nos últimos três anos de vida, sofreu diversas enfermidades. Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de consolações espirituais. Impossibilitada de andar era forçada a guardar o leito. Via-se então um fato extraordinário: quando era dado o sinal para a Missa ou Comunhão, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa toda. De volta para a cela, caía de novo na prostração e imobilidade.  Quando lhe aconselharam abster-se da Comunhão, declarou ser-lhe impossível, sem o conforte deste Sacramento, suportar as dores.  No meio dos sofrimentos, o seu único desejo era: “Sofrer, não morrer”.  Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim próximo dos sofrimentos, ela respondeu: “Não, meu padre, não desejo ter este consolo, desejo poder sofrer até o fim de minha vida”.

Quando os médicos lhe comunicaram a proximidade da morte, Maria Madalena recebeu os sacramentos da Extrema Unção e do Viático com uma fé, que comoveu a todos que estavam presentes. como se fosse grande pecadora, pediu a todas as Irmãs perdão de suas faltas.  O dia 25 de maio de 1607 libertou-lhe a alma do cárcere do corpo. Deus glorificou-a logo, por um grande milagre.  O corpo macerado pelas contínuas penitências, doenças, jejuns e disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que enchia toda a casa.

Cinquenta e seis anos depois, em 1663, quando se lhe abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se ainda o celeste perfume.  Beatificada em 1626 pelo Papa Urbano VIII, foi inserta no catálogo dos Santos em 1669, pelo Papa Clemente IX.

 

Por Frei Marcelo Aquino, O.Carm