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O Brasil ganhará uma jovem beata: conhecida como “heroína da castidade”, Benigna Cardoso da Silva será beatificada em 24 de outubro de 2022, dia em que se celebra o seu martírio. A jovem, nascida no Ceará, foi assassinada aos 13 anos por lutar pela sua virgindade.
A beatificação da menina foi anunciada em uma coletiva de imprensa pela Diocese de Crato (CE), e contou com a presença do bispo Dom Magnus Henrique e Pe. Wesley Barros, coordenador da comissão para a beatificação.
“Com júbilo e alegria proclamamos a data da beatificação da Menina Benigna, martirizada em nossa diocese. Deus seja louvado”, afirmou Dom Magnus.
A celebração acontecerá na Praça da Catedral de Nossa Senhora da Penha, no Crato, e será presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos da Santa Sé, cardeal Marcelo Semeraro.
Filha de José Cardoso da Silva e Thereza Maria da Silva, ficou órfã de pai e mãe muito cedo, sendo adotada juntamente com seus irmãos mais velhos pela família “Sisnando Leite”.
Era uma jovem muito simples e cheia de humildade. Modesta por natureza, tímida, reservada e meditativa, não usava vestidos sem mangas, curtos nem com decotes. Sua generosidade, carisma e simpatia a fazia querida e cativada por familiares, amigos e conhecidos, tornando-se um modelo de juventude para época.
Em casa, desenvolvia bem todas as tarefas domésticas, com intuito de ajudar sua família adotiva. Era boa filha, sempre obediente e prestativa.
Extremamente religiosa e temente a Deus, nutria um grande desejo de fazer a Primeira Eucaristia, e depois desse sonho realizado, seguia à risca os mandamentos divinos. Era assídua na participação eucarística.
Aos 12 anos de idade, Benigna começou a ser assediada por um rapaz chamado Raul Alves com propostas de namoro, rejeitadas de forma categórica por ela, que nada queria com ele.
Durante vários meses Raul assediou a moça, que sempre o rejeitou, pois não tinha a intenção de namorar e porque desejava gastar seu tempo com as coisas de Deus.
Até que na tarde do dia 24 de outubro de 1941, Benigna foi buscar água em um poço próximo à sua casa, e Raul ficou à espreita atrás do mato. Aproximou-se da jovem e tentou seduzi-la, e mais uma vez foi rejeitado. Ele tentou agarrá-la e Benigna lutou bravamente contra seu agressor.
Raul percebendo que a jovem não cederia, enfureceu-se e sacando um facão a golpeou cortando-lhe os dedos da mão. Ela continuou a lutar, dizendo que preferia a morte a pecar contra a castidade. Depois disso foi atingida na testa, nas costas e por fim no pescoço.
Padre Cristiano Coelho, vigário da região na época e confessor de Benigna deixou escrito, na época, ao lado do seu batistério: ”Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha.”
O assassino foi preso, pagou pelo seu crime e, arrependido, voltou ao local 50 anos depois para chorar, elevar preces e pedir perdão a Benigna. Neste retorno, relatou sua mudança de vida, sua conversão ao cristianismo. Segundo ele, seu ato foi de loucura e “ela se mostrou virtuosa, quando resistiu para não pecar e não apenas para ver se escaparia.”
Fonte: ChurchPop
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