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Na raiz de nossa missão está Jesus, o enviado do Pai. É ele quem nos convida e envia (Jo 20, 21). Ele é o modelo de todo missionário. Missionário é aquele que recebe uma missão. Não vai em nome próprio, mas em nome de quem o envia. A sua primeira tarefa é identificar-se com aquele de quem recebe a missão. Deverá imitar Jesus que diz: “Nada faço por mim mesmo, mas falo como me ensinou o Pai. E quem me enviou está comigo” (Jo 8, 28-29). E Ele diz aos missionários: “Estarei com vocês até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Por isso o carmelita, a carmelita, antes de tudo, são homens e mulheres de oração. Somos contemplativos: é assim que somos conhecidos na Igreja.
Somos contemplativos, porque fomos contemplados por Deus com os seus benefícios. Ele colocou em nós um de seus dons para ser revelado e entregue ao seu povo. E é assim que realizamos a nossa missão nas comunidades: com a riqueza da nossa vida contemplativa, buscando fazer crescer a busca de Deus e a vida de oração.
Identificados com o nosso carisma, levamos para a missão as nossas devoções: Elias e Maria, respectivamente, pai e mãe dos carmelitas. Somos inspirados pela maneira como eles viveram a fé, a esperança e o amor; o modo com que encarnaram a Palavra de Deus em suas vidas, e como souberam colocar o Seu Reino presente na comunidade e na vida do povo.
Todos no carisma carmelita somos chamados a evangelizar: padres, frades, freiras e leigos. Produzimos bons frutos a partir da vivência dos valores da nossa herança espiritual, valorizando os trabalhos pastorais e missionários já existentes em cada área missionária.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos” (Lc 4, 18).
Esta é a missão que Jesus recebeu do Pai. Para que esta missão pudesse ser continuada em nome dEle, Jesus convocou um grupo, formou uma comunidade. “Chamou a si os que ele quis, e eles foram até ele. E constituiu 12, para que ficassem com ele, e para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios” (Mc 3, 13-15). Assim, são dois os movimentos básicos da missão: “ficar com Jesus”, e “pregar e expulsar os demônios”.
O missionário carmelita em primeiro lugar une-se a Jesus, busca ter o Espírito de Cristo, e constitui uma equipe. Num segundo momento revela o Pai, é testemunha de Jesus e assume a luta que o Senhor iniciou contra os demônios, isto é, os poderes do mal que estragam a vida do povo e a empobrecem.
São dois aspectos que se completam como dois lados da mesma medalha. O estar com Jesus, a oração, a vida de fé em comunidade e o trabalho em equipe dão consistência e conteúdo à Palavra que se anuncia e à luta que se trava. A Palavra e a luta, quando são frutos da vivência do Evangelho, revelam a dimensão do Reino que existe no esforço humano de transformação e libertação.
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