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Entre nós, seres humanos, devido aos limites próprios de nossa condição e também dos resquícios do pecado original, existem, por vezes, distâncias substanciais entre o que pensamos e o que falamos, entre o que falamos e fazemos. A mesma distância entre fé e obras etc. Em Deus, porém, não existem essas contradições e incoerências. Leia: “A palavra do Senhor criou os céus, e o sopro de seus lábios, as estrelas. Como num odre junta as águas do oceano, e mantém no seu limite as grandes águas” (Sl 32).
Esse Criador, causa e origem de tudo o que existe, tudo realizou mediante Seu Espírito. Como comentamos nas duas matérias anteriores, a Igreja se refere à terceira Pessoa da Trindade, como sendo uma “Promessa de Deus”. Sua ação, assim como a oferta redentora de Cristo, está comprometida com a obra de Salvação.
“Desfigurado pelo pecado e pela morte, o homem permanece ‘à imagem de Deus’, à imagem do Filho, mas está ‘privado da glória de Deus’, privado da ‘semelhança’. A promessa feita a Abraão inaugura a ‘economia da salvação’, no termo da qual o próprio Filho assumirá ‘a imagem’ e restaurá-la-á na ‘semelhança’ com o Pai, voltando a dar-lhe a glória, o Espírito ‘que dá a vida’” (CIC 705).
A Igreja, ainda refletindo sobre a lei que o povo da Antiga Aliança tanto amava e defendia, nota também a inconsistência da resposta desse povo. O amor incansável de Deus, entretanto, veio ao encontro deles por meio da encarnação, missão e oferta redentora de Jesus Cristo.
O Salvador veio e semeou a semente da Boa Nova nos corações. Aqueles cuja existência foi um “solo oportuno”, tornaram-se destinatários da Promessa de Deus, ou seja, alvos do Espírito Santo. “Contra toda a esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé e do poder do Espírito Santo. Nessa descendência serão abençoadas todas as nações da terra. Essa descendência será o Cristo no qual a efusão do Espírito Santo fará ‘a unidade dos filhos de Deus dispersos’. Comprometendo-Se por juramento, Deus obriga-Se, desde logo, ao dom do seu Filho muito-amado e ao dom do ‘Espírito Santo prometido, que constitui o título de garantia da nossa herança para a redenção do povo que Deus adquiriu para Si mesmo’” (CIC 706).
O Espírito Santo, assim como Jesus Cristo, não veio anular a Lei e os profetas, pelo contrário, veio levar a bom termo a vivência e o cumprimento do que eles anunciaram. Jesus, por meio de Seu testemunho, mostra a força redentora do amor. O Espírito Santo capacita e predispõe esses corações que aceitaram o anúncio da Paz realizada em Cristo, a acolherem e anunciarem ao mundo o amor recebido.
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