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A Vida Religiosa vive um momento de crise fraterna, de abertura ao diálogo, pois a contemporaneidade apresenta um mundo individualista, egocêntrico, que de forma sorrateira entrou dentro dos nossos claustros e nossos conventos; querendo discretamente apresentar aos nossos olhos com maior relevância somente os defeitos dos irmãos (as).
Entretanto, já no século XIX, Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, nos apresenta um olhar diferente para com as fraquezas dos nossas irmãos (as), quando em seu Manuscrito C, relata um pouco da sua convivência com a Irmã Teresa de Santo Agostinho: Assim relata a Doutora; “uma Irmã que tem o condão que me desagrada em todas as coisas: as suas maneiras, as suas palavras, o seu caráter, pareciam-me muito desagradáveis”. Portanto, Irmã Teresa de Santo Agostinho a incomodava e tinha tudo para contribuir com uma relação de contendas. Apesar de todos esses defeitos que automaticamente saltavam aos olhos de Teresa quando se aproximava daquela Irmã, reconhecia que era uma santa religiosa e que mesmo não sendo “agradável” segundo os seus gostos, deveria ser muito agradável a Deus. Em suma vai dizer Teresa “a caridade não devia consistir nos sentimentos, mas em obras”.
Na Exortação Apostólica Gaudete Et Exsultate, do Papa Francisco, o santo Padre nos exorta sobre “A chamada à santidade no mundo atual”, e nos apresenta Jesus o Divino Mestre como único modelo de santidade, e testemunho de vida fraterna. No parágrafo 72. Disse Ele: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito» (Mt 11, 29). Se vivemos tensos, arrogantes diante dos outros, acabamos cansados e exaustos. Mas, quando olhamos os seus limites e defeitos com ternura e mansidão, sem nos sentirmos superiores, podemos dar-lhes uma mão e evitamos de gastar energias em lamentações inúteis. Para Santa Teresa de Lisieux, «a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, e não se escandalizar com as suas fraquezas.
Por fim, Teresa e Francisco, nos ensinam que por meio de um olhar misericordioso para conosco e para com os irmãos (as), somos capazes de viver e fazer da vida fraterna um oásis. Sem dúvida ela deve subsistir onde há, comunhão; fraternidade; relações verdadeiras e vínculos de fidelidade.
Frei Fabiano Guimarães – Noviço (Mogi das Cruzes)
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