ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
O Carmelo, que significa jardim, é uma cadeia de colinas que termina por um promontório perto de Haifa em Israel, lugar de culto desde a antiguidade, citado pelo profeta Isaías (o esplendor do Carmelo) entre os dons de Deus a seu povo.
Cinco Séculos depois de Moisés, Elias, homem de Deus, morou aí em solidão, vestido com uma larga cintura de pele e de uma peliça, como posteriormente João Baptista no tempo de Jesus.
Com suas grutas e nascentes, tornou-se logo um espaço particularmente atraente para aqueles que buscavam encontrar-se com Deus na solidão e no silêncio. Com efeito, a Sagrada Escritura aponta o Carmelo como lugar de maturação vocacional do profeta Elias, homem de coração ardente, cujas palavras – “Consumo-me de zelo pelo Senhor dos Exércitos” (1Rs 19,10) – inspirariam o grupo de anônimos ex-cruzados vindos da Europa que, em meados do século XII – após a retomada dos Lugares Santos –, decidiram aí estabelecer-se como eremitas.
Sua vida, partilhada entre a solidão das ermidas e momentos de oração em comum numa capela dedicada à Mãe de Deus, não demorou a atrair novos seguidores e a exigir um mínimo necessário de organização. Foi por isso que, em 1209, a comunidade dos eremitas dirigiu a Santo Alberto, patriarca de Jerusalém, o pedido de que lhes escrevesse uma Regra. A partir do estilo de vida levado por aqueles homens, o santo bispo elaborou um documento simples e conciso, no qual os mínimos detalhes da vida da nova família religiosa eram todos pensados em função do ideal de “viver em obséquio de Jesus Cristo”, tendo a Virgem Maria como Irmã e Mestra.
Quando tudo parecia encaminhar-se à estabilidade estrutural, os carmelitas viram-se forçados a voltar a seus países de origem, impulsionados pelo ressurgir da ira dos mouros. De volta à Europa, aqueles religiosos desconhecidos encontraram dificuldades para ser reconhecidos pelas autoridades eclesiásticas e depararam com a necessidade de adaptar seu estilo de vida eremítico ao contexto eclesial europeu, no qual então florescia a vida religiosa mendicante, caracterizada pela vida conventual e a pregação itinerante.
Ameaçados de supressão, os religiosos vindos do Carmelo recorreram à Mãe de Deus, que – como conta a tradição – apareceu a São Simão Stock e entregou-lhe o escapulário como sinal de sua especial proteção sobre os carmelitas e garantia de que a Ordem não pereceria. Desde então, o escapulário do Carmo tornou-se testemunho do caráter eminentemente marial da família carmelita.
Procedendo às necessárias adaptações da Regra e do estilo de vida, os Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, de eremitas contemplativos que eram, converteram-se em frades pregadores reconhecidos por sua entranhada devoção a Nossa Senhora. Essa mudança de feição carismática não se trata de mera acomodação às circunstâncias, senão antes de docilidade ao Espírito Santo.
Em 1452, o Papa Nicolau IV, atendendo a um pedido do Beato Jean Soreth, Geral da Ordem, outorgou a bula Cum nulla, concedendo direito de agregação à Ordem a mulheres e leigos. Foi assim que surgiram as Monjas Carmelitas e as Ordens Terceiras, fraternidades de leigos que bebem da espiritualidade nascida no monte Carmelo.
Comments0