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A educação na fé, o papel da família no processo educativo e os horizontes da educação cristã integral. Esta é a abordagem do terceiro episódio da série especial CF 2022. A conversa sobre o Discernir é com a jornalista e professora universitária, Suzana Coutinho, e o coordenador do setor de Animação Pastoral da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), Gregory Rial. Quem comanda o bate-papo é o coordenador-geral da Pascom Brasil, Marcus Tullius.
A íntegra da conversa está disponível no Spotify e outros agregadores de podcast.
Confira aqui: T1E3: Discernir · Pascom Brasil (spotify.com)
“Educação na fé, pois a fé é algo pessoal e cada pessoa vai se educando. É lá que eu vou buscar os meus princípios, o discernimento dos sinais que acontecem ao nosso redor, à luz da fé”, esta é a consideração da professora Suzana sobre a importância da fé no processo educativo. Ela alerta que ela que a tomada de decisões na vida nem sempre é fácil, mas a partir da experiência de fé.
Gregory, que também é professor de Filosofia, destaca que integral é um contraponto ao fragmentado, do rompido e que a educação cristã forma a pessoa em todas as dimensões.
“Falar de uma educação cristã integral, na perspectiva do cristianismo, é assumir uma visão de ser humano muito diferente das visões humanísticas clássicas. O humanismo divide o homem em mente e corpo, espírito e matéria. O cristianismo, especialmente no pós-Vaticano II, está recuperando esta visão integral do ser humano. A antropologia cristã dos séculos XX e XXI tem dado conta de que é preciso compreender o homem em todas as suas dimensões.”
Suzana Coutinho, que também atua na Pastoral da Educação, destaca a gravidade da terceirização do papel educador que a família, às vezes, transfere para outras instâncias. Ela também destaca, a partir das reflexões do Papa Francisco, a importância dos atos que são praticados em família, pois são capazes de motivar as crianças no processo educativo.
“A família é a primeira educadora em todos os sentidos: na vida de fé, nas questões sociais e morais. O papel educativo é muito mais amplo do que pegar um papel e ensinar.”
O coordenador de Animação Pastoral da ANEC reforça que muitas famílias terceirizam para a escola a sua tarefa formativa e alerta para os riscos da frase “a escola ensina e a família educa”. Segundo o educador, as crianças são seres que não dissociam os espaços. “A escola é um tipo de continuidade do ambiente doméstico, que reproduz discursos, aprendizados, comportamentos culturais e vice-versa. Também se leva para a família outros aprendizados que a escola permite ter”, afirma.
O texto-base destaca a educação como direito universal e que esta é, inclusive, a compreensão da Igreja (cf. Texto-base CF 2022, 187). Gregory destaca que a falta de recursos na educação pública, cortes orçamentários são questões que nos fazem pensar se a educação é realmente prioridade no nosso país.
“Há uma incongruência entre o plano nacional de educação, que é muito bem pensado e é monitorado por diversos órgãos, e as propostas de governos que nós vimos nos últimos anos. Nós temos muitas propostas difusas e pouco recurso. Isso sinaliza que a educação no Brasil não é uma prioriedade. Nós temos projetos de governo para a educação, mas não temos projeto de Estado.”
O educador ainda destaca as disparidades por regiões do Brasil e por áreas. Segundo Gregory, o Anuário Brasileiro da Educação Básica, publicado pela Organização Não-Governamental Todos pela Educação, revela dados tristes.
“Hoje nós temos mais ou menos 15% das escolas rurais que não têm água potável, cerca de 10% não têm energia elétrica e 10% não têm banheiro.Como que você quer dar uma educação de qualidade, se você não tem um espaço minimamente estruturado para que estas pessoas tenham acesso à educação? É muito cômodo levar a discussão da educação para um lado ideológico, discutir visões de mundo e pedagogias, e esquecer de coisas tão básicas e elementares como água e energia na escola.”
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