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Este grande santo da Ordem Religiosa dos Servos de Maria era da família nobre dos Benizi e Frescobaldi de Florença e natural dessa cidade, na Itália. Nasceu a 15 de agosto do ano de 1233, que, segundo afirmam alguns, foi o ano da própria festa da Assunção, na qual os sete fundadores dos Servos de Maria tiveram a sua primeira visão de Nossa Senhora.
Os pais de Filipe já estavam casados há muito tempo, porém, ainda não tinham filhos, sendo Filipe um filho de promessa. Aos 13 anos, foi enviado, com seu preceptor, a Paris para estudar Medicina. Voltou e foi para a Universidade de Pádua, onde, aos 19 anos, formou-se em Filosofia e Medicina. Durante um ano, exerceu a profissão na sua cidade natal.
Devoto de Maria e muito religioso, possuía também sólida formação religiosa. Nesse período de estabelecimento profissional, passou a frequentar a igreja do mosteiro e com os religiosos aprofundou o estudo das Sagradas Escrituras. Logo suas orações frutificaram e recebeu o chamado para a vida religiosa. Filipe contou que tudo aconteceu diante do crucifixo de Jesus: uma luz veio do céu e uma voz mandou-o servir ao Senhor, na Ordem dos Servos de Maria.
Filipe dirigiu-se ao convento de Santa Maria de Cafaggio (em Florença) e, lá chegando, pediu insistentemente pelo prior. Era então prior do convento um venerável padre de nome Bonfilho, que recebeu o servo de Deus. Os dois ficaram longo tempo conversando sobre as coisas divinas. A ele, o homem de Deus, Filipe, contou uma visão que revela. Depois pediu para ser admitido na companhia dos frades até a morte.
Aprouve ao Altíssimo olhar para o seu servo e revelar aos confrades a sua ciência, que viria a tornar ilustre a ordem. Aconteceu que, certo dia, por salutar obediência, ele foi mandado para Siena, em companhia de um confrade de nome Vitor. Pelo caminho, encontraram dois frades da Ordem dos Pregadores, provenientes da Alemanha, os quais se admiraram de ver aqueles frades com um hábito para eles desconhecido. Puseram-se então a falar com o bem-aventurado Filipe, perguntando de que condição eram e de que ordem traziam o hábito. A eles o homem de Deus, com toda humildade e profunda sabedoria, assim respondeu: “Se quiserdes saber a respeito da nossa origem, somos naturais desta cidade; se perguntardes de que condição somos, chamam-nos servos da Virgem Gloriosa, de cuja viuvez trazemos o hábito; levamos uma vida segundo o exemplo dos santos apóstolos e procuramos viver segundo a regra de Santo Agostinho’’. E, assim discorrendo, vieram a tratar de questões difíceis, às quais o homem de Deus respondia com grande segurança, demonstrando, acima de tudo, uma fé autêntica, validamente sustentada com muitas citações bíblicas e exemplos dos santos. Depois, cada qual seguiu o seu caminho. Quando retornaram a Florença, o companheiro do santo homem pôs-se logo a contar aos outros como o bem-aventurado Filipe se havia portado com aqueles frades dominicanos. Diante disso, todos encheram-se de alegria. Fizeram-no clérigo e, de grau em grau, o promoveram às Sagradas Ordens.
Chegou o dia em que o prior Bonfilho tomou o caminho destinado a todos mortais. Reunidos os frades para celebrar o capítulo na cidade de Florença, no ano do Senhor de 1266, o então prior geral Frei Maneto de Florença demitiu-se do cargo. Os frades capitulares, inspirados pelo Espírito Santo, unanimemente elegeram o bem-aventurado Filipe, embora ele se encontrasse então no convento de Cesena. Humilde e sereno, Filipe não queria aceitar o cargo, mas acabou cedendo à vontade dos irmãos por dezenove anos.
“Governou a Ordem com grande equilíbrio, dotando-a de uma sábia legislação, defendendo com tenacidade sua sobrevivência e tornado-a célebre com sua santidade. Recebeu na Ordem muitos irmãos, estes também homens de grande dedicação à vida religiosa, que tinham São Filipe em conta de mestre e modelo de vida evangélica e de serviço à Virgem Maria. Com razão, pois é tido como um dos pais da Ordem.”
No mês de agosto, passado o dia da Assunção de Nossa Senhora, o Senhor quis que seu servo Filipe fosse levado aos céus pelos anjos. No oitavo dia após a Assunção, o homem de Deus, rodeado pelos frades em oração, partiu para o céu. Era o ano do Senhor de 1285, 23 de agosto.
Morreu em Todi, na Úmbria, onde ainda hoje seu corpo é venerado. Foi canonizado por Clemente X em 1671.
O texto é uma adaptação dos extratos da Legenda do bem-aventurado Filipe, de autor anônimo do século XIV (n° 5.7-12.19.23 passim; Monumenta O.S.M., II, o. 69-79)
Informações cedidas pelo site oficial da Ordem dos Franciscanos revelam que as relíquias de São Filipe Benizi estão sob os cuidados do Santuário que carrega seu nome, em Perugia, na Itália. Antes conhecido como Santa Maria das Graças, o local teve seu nome alterado.
São Filipe também é homenageado em Montefano, província de Macerata, onde uma das mais famosas igrejas da região recebe o seu nome há séculos, e em Bagni San Filippo, Castiglione d’Orcia, na Toscana, onde está localizada uma grota que carrega seu nome, um pequeno oratório aberto para visitações.
Ó, Deus, glória dos humildes, por meio de São Filipe protegestes com amor a família dos Servos de Santa Maria, amplamente a propagastes e com santas leis a consolidastes. Concedei-nos que, à imitação de tão grande Pai, sirvamos fielmente à Virgem Maria e propaguemos com zelo apostólico a palavra do vosso Filho, Jesus Cristo, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Texto escrito por Frei Oldair José Maria, extraído da seção “Santo do Mês” da Revista Ave Maria, na edição de agosto de 2017.
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