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A família vai se reunir para celebrar o Natal. Presentes, cartões de boas-festas, muita alegria logo no início das férias. É um barato! Um velhinho barbudo, fantasiado de vermelho, convida as crianças a comprar, de olho no dinheiro do papai. As famílias se reúnem e fazem festa.
Até nos esquecemos de que o Natal tem sua origem na Bíblia. Os evangelistas Mateus e Lucas nos contam o que aconteceu. Através deles sabemos da penosa viagem do casal José e Maria, quando ela estava nos dias de ganhar o menino Jesus. Eles eram judeus e moravam em Nazaré, um vilarejo da Galiléia. Toda a região estava sob domínio dos romanos e o imperador César Augusto ordenara o recenseamento da população (contagem dos habitantes), exigindo que cada família se inscrevesse em sua cidade de origem. Como as famílias deles eram de Belém, cidadezinha da Judéia, precisaram viajar às pressas para cumprir a ordem do imperador.
Lá chegando, não acharam hospedagem nas casas e acabaram se abrigando num estábulo, onde Jesus nasceu. Envolto em panos, o menino foi colocado num cocho (recipiente de madeira que serve para colocar comida para os animais). O bafo dos animais ajudou a aquecê-lo na noite fria.
Esse é o lado pobre e realista do Natal. O que de fato aconteceu aos olhos humanos. Mas a Bíblia fala também do lado sobrenatural l desse acontecimento. O povo esperava ansioso pela vinda do Messias, o Salvador, que os profetas tinham anunciado. Po: isso, alguns sinais foram percebidos quando Jesus nasceu.
Os pastores das redondezas ouviram cânticos de anjos e perceberam que algo estava acontecendo. Logo se juntaram em volta da estrebaria, adorando o recém-nascido. A mesma coisa aconteceu com três reis de tribos que moravam muito longe dali. Eles eram sábios e experientes, e viram no céu uma nova estrela. Percebendo que se tratava de um anúncio, seguiram-na e chegaram à estrebaria, onde ofereceram ao menino presentes simbólicos que indicavam qual seria o seu futuro: o ouro da realeza, o incenso da santidade e a mirra do sofrimento.
Ao saber do acontecido, os poderosos se incomodaram. Não sabendo como identificar o menino, Herodes, o rei da Judéia, de Belém e dos arredores, mandou matar todas as crianças com menos de 2 anos. Mas José, avisado em sonho, já havia levado mãe e filho para fora de seu país.
Assim, enquanto o povo simples e os sábios homenagearam o menino-Deus, os poderosos tentaram matá-lo. Qual dessas atitudes está presente no nosso Natal? O Natal é uma mensagem de salvação e esperança para os pobres, mas com o tempo se tornou uma festa dos ricos e sobretudo do comércio. Em seu lado realista, o Natal significa a dignidade da pobreza e mostra que o dinheiro não é tudo na vida: é possível viver com pouco dinheiro e ter uma vida digna.
Hoje em dia constatamos que não celebramos nem o lado humano nem o sobrenatural do nascimento de Jesus. Festa de ricos, o Natal deixou de ser a celebração da dignidade da pobreza. Festival de propagandas e de comércio, o Natal também já não é mais um momento de meditação, de análise, de pensamento sobre as coisas de Deus.
Mas mesmo assim, o Natal é um fato e todo mundo festeja. Por detrás das festas, das compras e dos presentes, ficou ainda alguma coisa que tem atravessado os séculos nestes quase 2.000 anos de Cristianismo. No fundo, nosso coração fica alegre de verdade. E as pessoas se aproximam mais umas das outras. Caem barreiras. Desfazem-se ódios e inimizades. Até as guerras cessam por um dia, pelo menos. O coração de todos se alimenta de paz e esperança. A solidariedade brota.
Mesmo com todo o barulho do co-publicidade, parece que nós também ouvimos o cântico dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!” Sem que a gente perceba direito, a Bíblia continua presente nas festas natalinas, por mais absurdas que sejam as aparências. Ela está escondida, mas ativa, dentro do nosso próprio coração.
O Natal é um só. Jesus nasceu para todos os homens. É uma verdade que parece meio apagada, parece ficção. Mas nosso coração diz que essa verdade veio para ficar. No fundo de todos os corações humanos, o Natal é a festa da paz, do amor e da solidariedade. Ontem, hoje e sempre.
Fonte: Catequisar
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