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O Padre Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, começou a falar, em seus últimos anos de vida, do “santuário do coração”. De toda a rede de santuários, o mais importante, para ele, é justamente o santuário do coração.
Mas como era sua concepção do coração como santuário? Para o Pe. Kentenich, o nosso coração é um santuário de Nossa Senhora. Ela modela e transforma nosso coração, tornando-o cada vez mais uma morada de Deus e templo da Santíssima Trindade. Cada um é e há de ser um santuário vivo, habitado pelo Deus uno e trino, consagrado e entregue a Ele.
Todos nós aprendemos esta verdade nas aulas do catecismo. E todos nós já lemos alguma vez na Bíblia sobre este mistério: “Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?”.
Mas a pergunta é: será que vivemos realmente este mistério? Podemos apenas conhecê-lo, mas estar pouco unidos e vinculados a este Deus que mora em nós. Talvez estejamos buscando Deus fora, quando na verdade Ele está dentro de nós. Por isso, precisamos buscá-lo muito mais em nosso interior, no fundo da nossa alma.
Depois de encontrar Deus no nosso coração, a grande tarefa é vincular-nos a Ele. O Pe. Kentenich sugere três atitudes para viver esta relação com Deus:
1. Olhar com fé para o Deus do meu coração: perceber sua presença e contemplá-lo, ver o que Ele fala e como age em mim, aprender a fazer silêncio, a parar de vez em quando.
2. Falar com o Deus que mora no meu coração: aprender a conversar com Ele ao longo do dia sobre as minhas coisas, minhas preocupações, anseios; orar espontaneamente, rezar jaculatórias, expressar-lhe meu amor filial.
3. Fazer sacrifícios pelo Deus do meu coração: para manifestar-lhe meu amor maduro e tornar-me solidário com Cristo sofredor, oferecer-lhe meu capital de graças, ou seja, minha luta diária por superar-me e crescer em santidade.
O Pe. Kentenich explica, a respeito disso: “Se nós, homens modernos, descobríssemos novamente Deus dentro de cada um, então sempre nos sentiríamos tranquilos, serenos e seguros. Se redescobrimos o Senhor em nosso interior, e a ação do Espírito Santo, isso será de grande importância para a nossa vida espiritual e também para a nossa saúde mental e física” (“Meu coração, teu santuário”, 60).
Daí vem a importância do santuário-coração. Nele, aprendemos a nos vincular às pessoas do mundo sobrenatural: Maria, Cristo, Deus Pai, o Espírito Santo. Nele, recebemos as graças do arraigo profundo, da transformação interior, da fecundidade apostólica. E, assim, vamos crescendo e amadurecendo, até nos tornarmos santuários vivos de Nossa Senhora e de Deus.
Entre estes vínculos, o mais importante é o vínculo com Deus Pai. Este é o principal desafio do nosso santuário do coração: crescer em nossa atitude de filhos diante dele. Isso é decisivo para a nossa felicidade pessoal. Da nossa condição de filhos depende também nosso êxito como apóstolos.
Esta é a atitude de um filho adulto que compartilha responsabilidades com seu Pai, que forja história junto dele. É um filho que luta por um mundo digno do Pai, no qual reinam os valores da verdade, da justiça e do amor. É um filho que se sente chamado a construir a nação de Deus Pai, forjar um reflexo do seu Reino celestial no meio do nosso mundo.
Perguntas para a nossa reflexão:
1. Eu sou esse santuário vivo que irradia o amor ao Senhor, a união indissolúvel com o coração de Deus?
2. Sinto-me construtor de um mundo novo?
3. Que atitude concreta posso adotar para me relacionar com o Deus do meu coração?
Por Pe. Nicolás Schwizer via Aleteia
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