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Infelizmente ainda se insiste numa catequese muito conceitual, com mais “coisas” para “apreender” do que para perceber vitalmente. Jesus fazia o contrário: vivia encontros profundos que modificavam a vida. A vida das pessoas era o centro da sua atenção e preocupação. Todos são importantes para ele. Os evangelhos narram os vários encontros de Jesus e o vemos sempre no meio das pessoas, ouvindo, falando, ajudando, interrogando, conhecendo, aprendendo.
Outra fascinante maneira de ser de Jesus: não dava respostas prontas. Os que se aproximavam dele eram levados a pensar, a encontrar soluções, a refletir, a mudar de vida. Ele fazia perguntas, contava histórias e deixava as pessoas tirarem conclusões.
Jesus usava cenas cotidianas e dava exemplos concretos; ensinava com firmeza e provocava uma conversão da vida. Os vários encontros que teve, mais do que revelar se curou alguém ou não, mostram o cuidado que tinha com cada pessoa. Jesus não tinha medo de ser contaminado, mas cuidava do doente, do caído. Não tinha preconceitos. Pessoas que se sentiam sem valor passavam a experimentar o imenso amor de Deus e viam a vida com outros olhos. Jesus amava a todos incondicionalmente e tinha grande intimidade com o Pai.
As pessoas descobriam quem Jesus era, seguindo-o pelo caminho. O método de Jesus deve nos inspirar a melhorar nossos encontros catequéticos, ainda muitas vezes cheios de palavreados vazios e distantes da vida das crianças, jovens e adultos. Nossa preocupação primeira é com a pessoa num processo de crescimento, de buscas.
O Catequista é um provocador
Inspirado por Jesus, o catequista é aquele que provoca Encontros. Provoca encontros entre as pessoas, das pessoas consigo mesmas, com Deus e com a comunidade cristã.
A catequese é lugar do Encontro. A cultura atual é da fragmentação da vida, por isso, percebemos que os catequizandos estão em busca de um “lugar” onde possam se sentir “inteiros”, onde se sintam acolhidos como são. Os verdadeiros Encontros são profundos, sempre mudam algo na vida das pessoas que se encontraram. Quando mais amor há, maior é a saudade e o desejo de retorno. Assim também na catequese: quanto mais amizade, fraternidade houver entre os catequizandos, maior será o desejo de ficar ali ou de retornar.
O catequista é o “cozinheiro” dos encontros, prepara “pratos” saborosos (conversas) para oferecer aos catequizandos que se encontram. O maior desejo do catequista é que a “comida”, a mensagem cristã, produza felicidade, vá revelando sentido para a vida, como Jesus fazia.
Alguns catequistas, espantados com isso, argumentam: “Mas nós temos que ensinar Deus para essas crianças e jovens…”. É preciso então lembrar o que o cristianismo sempre enfatizou: Deus, a gente não ensina; a gente encontra. “O mesmo acontece com a fé em Deus. Ou seja, a fé no Deus vivo não se faz vida em nós como resultado de alguns argumentos ou teorias, mas, sobretudo por aquilo que vemos e sentimos, por aquilo que apalpamos com nossas próprias mãos, por tudo aquilo que, ao senti-Lo, se faz vida em nós. Deus entra pelos sentidos e O encontramos na vida” (Pe. Adroaldo Palaoro sj).
Catequese é Vivência de Amor
Por isso, a missão da catequese é provocar o Encontro com aquele que é verdadeira Alegria da nossa vida, Deus mesmo. Mas Deus, a gente experimenta; e uma das formas de experimentá-lo é na experiência de Amor. A Catequese é então aquela que proporciona uma vivência de Amor. O autor da 1ª Carta de São João concorda: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor”. (1João 4,7-8)
O conhecimento de Deus passa pela experiência de amar. A catequese é um caminho, um jeito de aprender a amar, de alargar o coração, de descobrir companheiros de caminhada e aprender a viver em comunidade. Nesse caminho, Jesus é o grande companheiro a nos provocar a paixão comum pelo Reino de Deus, do qual a Igreja é sinal e instrumento. Ele nos revela o Pai.
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