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Jesus veio implantar uma nova forma de convivência para o ser humano ter possibilidade real de liberdade e salvação. Somente seguindo os próprios instintos a pessoa não é capaz de vislumbrar uma vida de sentido, pois, tem inoculado no fundo do próprio eu, um desejo ardente de superação dos próprios limites. Somente Deus pode saciar a sede de infinito no humano.
Mas o Filho de Deus fez o próprio caminho, executando o projeto de seu Pai e dando condição do ser humano reatar sua ligação sobrenatural com Deus. Ficou para o Espírito Santo a ajuda, com sua força de amor, para cada pessoa praticar o ensinamento e o seguimento de Jesus. Sem ele não somos capazes de trilhar as sendas do Mestre sem cair e desanimar. A terceira pessoa divina acende em nós a chama de seu amor e nos impulsiona para a prática da justiça e do bem do semelhante. Seu fogo abrasador nos entusiasma e nos faz ver com satisfação o caminho que leva à vida realizadora no caminho de Cristo.
Sem a ação do Espírito Santo vivemos como na torre de Babel, sem nos entendermos. Acontece o caos. Uns passam por cima dos outros. Os mais frágeis são pisoteados e não têm vez. As discriminações são constantes. A ética é fadada a acontecer apenas em pequenos grupos. O bem comum é lesado. A maioria dos recursos materiais, intelectuais e científicos fica mais nas mãos de elites inescrupulosas e grandes parcelas sofrem sem usufruir dos benefícios do desenvolvimento.
As línguas faladas nas diferentes culturas e realidades humanas são entendidas por todos quando se deixam conduzir pela ação do Espírito Santo. Não se trata simplesmente de pronúncia de sílabas incompreensíveis e sim da linguagem do amor, entendia por todos os que vivem a solidariedade e o compromisso de vida no entendimento, na promoção da vida e da dignidade de todos.
Mesmo quando percebemos ou experimentamos nossos limites e nos sentimos incapazes de superá-los “o Espírito Santo vem em socorro de nossa fraqueza… é o próprio Espírito que intercede em nosso favor com gemidos inefáveis” (Romanos 8, 26). Por isso, não sucumbimos nem desanimamos, tendo a certeza de não estarmos sozinhos para superar nossos limites. Com a força do mesmo Espírito recuperamos o entusiasmo para acreditar na Igreja, que é conduzida por Ele e não soçobra, mesmo sofrendo as fragilidades de alguns de seus membros. Como e com a Igreja somos capazes de indicar o caminho do Filho de Deus para todos.
Fazendo nossa parte o Espírito Santo nos dá força de perseverarmos em nossa caminhada na direção do Mestre. Por isso, Ele mesmo confirma: “’Aquele que crê em mim, conforme diz a Escritura, rios de água viva jorrarão do seu interior’. Jesus falava do Espírito, que deviam receber os que tivessem fé nele” (João 7,38-39).
Por Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG)
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