ACONTECE NA IGREJA Amor Bíblia Carmelitas Carmelo Catecismo Catequese Catequista Catequistas CNBB Coronavírus Deus ESPAÇO DO LEITOR Espiritualidade Espírito Santo Eucaristia Família Formação Fé Igreja Jesus juventude Maria MATÉRIA DE CAPA Natal Nossa Senhora do Carmo O.Carm. Ocarm Oração Ordem do Carmo Papa Francisco Pentecostés provocarmo Páscoa Quaresma Reflexão SANTO DO MÊS Sociedade Somos Carmelitas somoscarmelitas São Martinho Vida vocacional Vocação vocação carmelita
A parábola constitui, sem dúvida, uma das páginas da Escritura que consegue envolver os catequistas e os destinatários de seu anúncio, tornando-se fonte de muitas pistas e iniciativas catequéticas. Tudo isso só é possível se antes se realizou a pesquisa e o aprofundamento, de que se falou. Caso contrário, cairíamos no antigo risco de “servirmo-nos” da palavra, em vez d “servir” à palavra, enquanto Palavra de Deus.
Eis alguns exemplos de como a parábola pode realmente tornar-se um “laboratório” para a catequese às crianças, aos adolescente, aos jovens e aos adultos.
O catequista depois de proclamar e comentar a parábola, pode pedir aos ouvintes que representem em desenho os personagens ou aqueles aspectos que mais os impressionaram. Deste modo, o significado global da parábola aparece exatamente da seqüência dos desenhos de todos.
Com as crianças, convém ler a parábola, depois projetar o filme ou slides e depois proclamar de novo o texto bíblico, que será então recebido com maior profundidade.
A dramatização é também importante forma de comunicação que exige reflexão, expressão corporal e criatividade. Se for possível, os personagens recitem em voz alta o texto sagrado, ou então façam os gestos, enquanto um leitor proclama a parábola. Seria ainda melhor se, como apêndice à parábola, se pudessem dramatizar outras cenas que tornam atual o ensinamento do Senhor. Isto permite realçar que a parábola, mais que ser recordada, é vivida hoje.
Para a leitura da parábola, requer-se no grupo um clima de concentração e de silêncio, exatamente em sinal de respeito à Palavra de Deus e de acolhida de sua proposta. Quem então proclama o texto sagrado, deve fazê-lo com seriedade e de solenidade, de pé.
Algumas vezes a parábola pode ser lida por mais pessoas, cada uma representando a parte de um personagem ou do cronista.
Mesmo quando os textos de catequese (para cada faixa etária) citam uma parábola ou a apresentam só em parte, é preferível ler seu texto integral diretamente do Evangelho.
Entre os cantos a serem aprendidos, convém dar preferência àqueles que são o próprio texto da parábola musicado. O grupo todo das crianças ou pré-adolescentes pode unir-se no canto das parábolas ou escutar a gravação em religioso silêncio. Isto se pode fazer também durante a celebração eucarística (especialmente quando o Evangelho proclama a mesma parábola), no silêncio depois da homilia.
Na catequese é sempre muito educativo recordar outras parábolas semelhantes à que foi proclamada e recordar outras expressões evangélicas, que se adaptam bem ao seu conteúdo, como também identificar as palavras-chave do texto sagrado para concentrar nelas a atenção e a pesquisa.
É também frutuoso o esforço de reformular as parábolas utilizando episódios e linguagem correntes. Tal transcrição deve, de uma parte, salvaguardar a integridade original do texto bíblico e, de outra, encaminhar uma mediação, através de situações e terminologia novas.
Com os adolescentes e os jovens, pode-se preparar uma série de entrevistas relativas a uma parábola, avaliando depois as respostas para ver se estão em sintonia com o texto evangélico.
A análise das parábolas permite também delinear uma “identificação” de Deus, de Cristo, do Reino e dos discípulos. Estas características podem ser escritas num cartaz, tornando-se uma pequena profissão de fé, a ser recitada em coro, ou um esquema para o exame de consciência.
A parábola é também um ótimo ponto de partida para a revisão de vida de um grupo (além de servir, para cada um em particular), para a comunicação e para o confronto da própria experiência interior, solicitada e justificada pelo texto sagrado. Exerce função libertadora e enriquecedora deixar cada um expor em que personagem ou situação da parábola ele mais se reconhece. É também animador fazer seguir a uma parábola o relativo comentário, escrito por um Padre da Igreja ou por um Santo ou por uma Testemunha viva.
É certamente útil, alguma vez, centralizar o sacramento da reconciliação ou um dia inteiro de oração numa única parábola, apresentado-a em seus aspectos e em suas incidências. Da mediação da parábola, é fácil passar depois à súplica, ao agradecimento e ao louvor. Na escolha da parábola, convém ter sempre presente o tempo litúrgico em curso e a caminhada de fé de cada grupo.
Para lembrar que Cristo foi aquele que viveu a parábola por primeiro e melhor que todos, pode-se colocar uma sua imagem, tendo diante uma vela acesa, antes de começar a proclamação do trecho do Evangelho. O mesmo se diga para Maria e os Santos.
As parábolas permitem caracterizar algumas celebrações litúrgicas, guiadas pelo catequista ou pelo Padre. Por exemplo, depois de ter lido a parábola do semeador, pode-se simbolicamente entregar aos presentes uma espiga que lembra o mistério e a responsabilidade do amadurecimento, ou se evidencia com solenidade o livro da Palavra, porque “a semente é a Palavra”.
A parábola do bom samaritano (Lc 10, 30-37) é uma ótima introdução à entrega do mandamento novo (Jo 13, 34), porque o amor é a característica dos cristãos. Lendo as parábolas do vigilante e das virgens (Mc 13, 35-36); Lc 12, 35-38), pode-se entregar, aos presentes, uma vela acesa, símbolo da atenta vigília de oração do cristão no mundo, na expectativa da volta do Senhor.
A parábola da grande ceia (Lc 14, 16-24), ajuda a descobrir os sinais típicos do banquete eucarístico e a veste batismal (Mt 22, 11-14), como condição para nele participar.
A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18, 9-14), ilumina profundamente os gestos de inclinar-se e do bater no peito diante de Deus, como também ajuda a valorizar o momento penitencial dentro da missa.
A narrativa das parábolas evangélicas é enfim muito adaptada como base de comunicação para a catequese diferencial, em vantagem, por exemplo, dos deficientes mentais e dos retardados. Para estes, com efeito, a narrativa bíblica, cantada e visualizada, é muito eficaz e substitui a teoria abstrata.
Colaboração: Maria Helena L. de Carvalho – Novo Hamburgo
Fonte: Luiz Guglielmoni – Revista Catechesi, Itália (1983/15, pp.11-19)
Orientações gerais e indicações práticas para uso das parábolas na catequese.
R. M. O. traduziu
Comments0