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Por Ricardo Diniz de Oliveira
Descobrir-se catequista é sentir o chamado de Deus, reconhecer-se vocacionado e colocar a catequese no projeto pessoal de vida. A partir daí esta missão se torna fonte de realização para o catequista. Contudo, os desafios de catequizar, nestes tempos de pós-modernidade, fazem essa missão cada vez mais exigente. E a primeira dificuldade é dizer sim.
“A Palavra do Senhor quando chegou, desinstalou meu coração.
Ao chegar desafiou-me, a exigir uma resposta de sim ou não.
É fácil dizer sim, é fácil dizer não, mas dói depois do sim e dói depois do não”.
Essa canção de Pe. Zezinho retrata bem como, em dado momento, fomos provocados pela Palavra de Deus. Assim como alguns personagens bíblicos (por exemplo, Moisés e Jeremias), questionamos: seremos capazes de tão importante missão? De vencer o desafio de conciliar família, trabalho, estudo, lazer? De persistir quando, em alguns casos, o trabalho catequético não agrada à família? Neste caso o diálogo e a persistência impulsionam para o catequizar.
Na caminhada catequética vamos percebendo que, com o sim, vêm exigências essenciais para bem servir: compromisso, pontualidade, assiduidade, maturidade humana, engajamento com a comunidade, planejamento, testemunho de fé e formação humana, teológica e metodológica. Surgem também desafios na convivência com o grupo de catequistas e a comunidade (entrosamento, diálogo, trabalho em equipe), principalmente quando os pontos de vista são discordantes.
Outro problema é a falta de um projeto paroquial de catequese. Não há planejamento, o grupo de catequistas não possui objetivos claros, nem projetos que a curto, médio e longo prazo, ajudam a melhorar os problemas da catequese. Muitas vezes a comunidade e o clero entregam a catequese ao grupo de catequistas e não apoiam e nem percebem que todos são responsáveis pelo processo catequético. Pensar em estruturas adequadas, recursos, formações e, principalmente, a acolhida dos catequizandos e suas famílias na vida comunitária, é tarefa de todos. Talvez por isso muitos catequistas se sintam desamparados e desmotivados depois de um tempo na catequese.
Outro grande desafio, hoje, é a família dos catequizandos. A realidade em que elas se apresentam a nós é muito heterogênea. A estrutura familiar, a formação cultural, o modo de educar os filhos, as condições socioeconômicas, as influências da mídia, positiva ou negativamente, e as vivências plurais e, por vezes nenhuma, da religião compõem um mosaico muito complexo das famílias hoje. Exige-se cada vez mais que o catequista dialogue comunitariamente sobre essas questões, busque boa formação e tenha muita criatividade.
Cada tempo trará novas barreiras a ultrapassar. E é a partir do núcleo de nossa fé, crer no Deus Trindade encarnado e libertador, que poderemos ajudar na missão pela qual Jesus viveu e morreu: fazer presente o Reinado de Deus aqui e agora. Confiar e entregar-se a um Deus que nos chama, nos ajudará a enfrentar o maior desafio de ser catequista hoje: a perseverança.
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