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Realizado nos dias 13 e 14 de novembro, o encontro, como em outros anos, teve seu primeiro dia dedicado a temas relativos à administração. As conferências foram abertas à participação de profissionais colaboradores das casas e paróquias da Província de diversas regiões do país.
No segundo dia, o bispo da Diocese de Petrópolis (RJ), Dom Gregório Paixão, OSB, falou aos participantes sobre a “proteção do Patrimônio Cultural e Artístico Religioso”, com enfoque nos bens eclesiásticos tombados no Brasil. As boas-vindas ao conferencista foi dada por Frei Adailson Santos, O.Carm., em nome do Prior Provincial, Frei Evaldo Xavier, O.Carm., que estava em Campinas, coordenando o encontro da CNBB em comemoração aos 10 anos da assinatura do Acordo entre o Brasil e a Santa Sé.
Conservar o belo para evangelizar
Dom Gregório iniciou sua reflexão na quarta-feira (14) falando sobre a dimensão missionária da Igreja e o necessário diálogo que deve existir com a cultura para que a missão de evangelizar o mundo seja cumprida.
“A Igreja ao longo de dois mil anos externou como expressão de seu amor a Deus a beleza e a elegância. A palavra beleza significa ‘Casa onde Deus brilha’ e elegância, ‘revestir-se com a veste de Deus’. Por isso, de forma alguma podemos abrir mão do grande patrimônio histórico e cultural que temos. Pois para nós é uma forma de evangelizar, de comunicar ‘O Belo’, Jesus Cristo”, disse o bispo, que destacou o fato do artista sacro desenvolver sua arte a serviço de Deus, da comunidade, da religião e da cultura. Ou seja, sempre “em função de um objetivo maior”.
Para Dom Gregório, o cuidado com o patrimônio histórico e cultural, é também uma forma de cuidar dos pobres, uma vez que esse patrimônio é de todo o povo de Deus. Ao restaurar um bem cultural, a Igreja “devolve ao povo o que pertence ao povo”.
Para que essa missão seja desenvolvida com precisão, é importante que todos os membros da Igreja tenham consciência de que os bens culturais precisam de manutenção e restauração adequados, dentro das normas. Por esse motivo, a formação das novas gerações é, para o bispo de Petrópolis, uma tarefa essencial. É neste contexto que a escolha desse tema para a formação permanente da Província foi muito providencial e será enriquecedora para toda a Igreja.
“Devemos conservar o que temos e preparar as novas gerações para a beleza e para as linguagens contemporâneas. Os carmelitas possuem um patrimônio cultural fenomenal, reconhecido pela nação brasileira, que precisa ser conservado e amado. Estarmos aqui refletindo sobre isso é um passo importante para a continuidade do trabalho de conservação que já vem sendo feito, para podermos devolver às pessoas esse belo patrimônio que lhes pertence como membros do povo brasileiro”, pontuou o bispo.
Dias de formação e fraternidade
Para Frei Geraldo D’Abadia, O.Carm., do Convento do Carmo de Unaí (MG), o Encontro de Formação Permanente é muito importante para os freis, porque proporciona um momento de aprofundamento e reflexão, que no dia-a-dia da vida missionária não é possível. Além disso, destacou, são dias de encontro e fraternidade entre os irmãos da Ordem que moram em lugares diferentes do país. Sobre a temática deste ano, Frei Geraldo afirmou:
“Foi muito importante tomar consciência de que somos guardiões de um patrimônio histórico e nacional e que possuímos fontes públicas de recursos para preservação desse patrimônio. Eu saio daqui com a certeza de que temos uma grande responsabilidade em cuidar desse patrimônio que não é só nosso, mas é do povo. Cuidar do patrimônio do povo é também fazer uma opção pelo pobre, que foi quem o construiu ao longo da história. Hoje devemos guardar, zelar, para que a população, e o pobre, continuem a usufruir dele”.
Antônio Francisco foi um dos colaboradores da Província que esteve presente ao Encontro. Para ele, que é administrador da Paróquia e do Convento do Carmo, em Mogi das Cruzes (SP), a participação para os colaboradores é muito importante. “Enriquece muito e nos proporciona mais conhecimento acerca dos cuidados que precisamos ter no cotidiano de nosso trabalho”, disse.
Fotos: Andréia Gripp
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