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Todos nós temos artistas de que gostamos, admiramos. Em geral, o povo brasileiro é muito movido a música; tem música para todos os momentos. A música embala boa parte de nossas vidas: em cada aniversário em que cantamos “parabéns a você…”, nas cantigas populares, no Hino Nacional, nas trilhas sonoras dos filmes a que assistimos…
De todas as artes, a música é uma das mais utilizadas para expressar sentimentos e é capaz de alcançar lugares dentro do ser humano que somente as palavras não alcançariam. E são várias as comprovações científicas sobre o efeito terapêutico que a música exerce sobre o ser humano. A música tem o poder de divertir, entreter, relaxar, emocionar. Ela marca momentos de nossa vida.
E como não poderíamos deixar de refletir, a música está presente, e muito presente, na Igreja: na sagrada liturgia, nos encontros dos movimentos e pastorais, nos retiros etc.
Todos temos alguma música que marcou momentos importantes dentro da nossa caminhada na Igreja.
Eu cresci vendo a minha mãe cantando na igreja e isso gerou em meu coração um desejo de também cantar. Eu era uma criança muito ligada à música, desde cedo com o ouvido muito atento às canções que eram tocadas em casa e na igreja. Percebia as aberturas de vozes e por vezes naturalmente já pensava em como seria abrir uma segunda voz em uma música mais básica. De vez em quando eu pegava algumas fitas cassete e gravava minha voz cantando para ter uma ideia de como ela era. Porém, não gostava muito do resultado das minhas gravações.
Aos meus 12 anos de idade, por incentivo e insistência da minha mãe, comecei a cantar no ministério de música, mas demorei um pouco a acreditar que realmente havia em mim o dom de cantar e o chamado para evangelizar por meio da música. Tive de superar muito a timidez que me prendia, tive de aprender a apreciar o que eu fazia de bom e me esforçar mais para ser e fazer melhor. Comecei a estudar canto aos meus 14 anos e, com o auxílio e o incentivo do meu professor, pude desabrochar mais do que acreditava. Fui entendendo quanto a técnica para cantar era importante e me afeiçoei a isso.
Ao mesmo tempo, minha caminhada com Deus foi se firmando e compreendi que meu canto não poderia ser só bonito e técnico: eu precisava levar Deus a quem me ouvisse. Isso não se faz somente com a técnica.
Ao longo desses mais de vinte anos cantando, ministrando e pregando por todo o Brasil e no exterior, meu ministério cresceu e fui vivendo e colhendo muitas experiências. Participei de vários retiros direcionados aos músicos, onde aprendi muito sobre esse ministério.
Um dia, numa manhã, tive a inspiração de escrever um livro. Sempre gostei de escrever, mas, naquele dia, não foi uma vontade simplesmente humana que surgiu em mim. Senti que era uma inspiração divina!
Acolhi com amor essa inspiração e comecei a trabalhar no que se tornaria, dentro de alguns anos, o meu primeiro livro, Muito mais que música: formação e partilhas da minha vivência ministerial.
Tive a graça de lançá-lo pela Editora Ave-Maria que, desde o primeiro contato, recebeu-me com muito carinho. No livro, trago muito da minha história, da minha trajetória, muitas descobertas que fiz dentro do terreno de evangelização musical. Nas páginas dele, pode-se encontrar também uma formação sólida não só para músicos, mas para todos que estão buscando ir além na vida de amizade com Deus. É a vida de amizade com Ele que dará substância para tudo o que fazemos, para o bom exercício do nosso trabalho e na vivência da nossa vocação.
Por trás de um artista que vemos no palco, há muito mais que música: há uma história, muita vida, lutas, dores, superações, esforços.
O povo em geral gosta de música? Sim!
Mas quem está com a alma sedenta de Deus, precisa só da música? Não!
A alma precisa de Deus! E se o meu ministério é a música, preciso fazer o possível para proporcionar que, por meio do meu canto e dos instrumentos, de uma música bela, ungida e bem executada, a alma sedenta de Deus se encontre com Ele. Porém, como ninguém dá o que não tem, preciso primeiramente fazer experiência com esse Deus, preciso manter um relacionamento com Ele no meu dia a dia, é isso que vai fazer diferença no meu canto.
As pessoas precisam de muito mais do que música.
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