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Aarão pertencia à tribo de Levi. Era o irmão mais velho de Moisés e de Maria, filho de Amram e Jocabed. Ele aparece em vários livros da Bíblia (Êxodo, Salmos, Eclesiástico, Carta aos Hebreus) e tem suma importância para as três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Seu primeiro papel na Sagrada Escritura está em Êxodo 4,14.27, quando recebe a ordem de Deus para ir ao encontro de Moisés no Egito. Já era de idade avançada (83 anos), mas acolhe o pedido do Senhor com fidelidade e prontidão.
No encontro com o faraó, Aarão torna-se o porta-voz de Moisés e pede que deixe o povo sair do Egito, pois esse é o desejo do Deus de Israel. Nesse momento começa sua vocação e sua contribuição na história da libertação daquele povo sofrido.
É considerado o primeiro sumo sacerdote dos hebreus. Conforme descreve o Eclesiástico, “Exaltou seu irmão Aarão, semelhante a ele, da tribo de Levi. Fez com ele uma aliança eterna, deu-lhe o sacerdócio do seu povo, e cumulou-o de felicidade e de glória. Moisés o investiu e o ungiu com o óleo santo. Deus fez com ele e com sua raça uma aliança eterna, para exercer o sacerdócio, para cantar os louvores do Senhor, e abençoar solenemente o seu povo em seu nome. Escolheu-o entre todos os viventes para oferecer a Deus o sacrifício, o incenso e o perfume da lembrança, e para fazer a expiação em favor do seu povo” (Eclo 45,7-8;18-20).
Na Carta aos Hebreus 5,1-4, a figura de Aarão é enaltecida, como homem ilustre, modelo de sacerdote e aquele que entendeu a vontade de Deus no contexto da aliança no Sinai, mas no episódio da construção do bezerro de ouro (cf. Ex 32,1-6), pressionado pelo povo descontente que queria um deus que marchasse à sua frente enquanto Moisés demorava a descer da montanha, Aarão mostra seu fracasso como ser humano, dando sua anuência para fabricar tal ídolo. Além desse erro, Aarão cometeu outros.
Mesmo diante de seus pecados e fragilidades, o Senhor confia a Aarão e seus filhos o pastoreio do povo. Isso é muito significativo, pois a caminhada para a santidade mistura-se com a nossa infidelidade, com as quedas e o desejo de viver para Deus.
Aarão nos ensina a perseverar na fé e ter consciência de nossos fracassos, colocando a confiança em Deus e deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Foi na resposta afirmativa ao Senhor que ele serviu seus irmãos e compartilhou sua responsabilidade de salvar, curar e abençoar em nome de Deus. Ele viu concretamente a ação do Altíssimo em sua vida e seguiu em frente. Suas contradições serviram de fortaleza, contribuindo para que a história do povo de Israel superasse o cativeiro e vislumbrasse a graça divina.
Seguindo o exemplo de Aarão, somos porta-vozes da misericórdia e da bondade de Deus, tirando o próximo do cativeiro, das opressões e dando-lhe dignidade. Somos irmãos que amam e salvam.
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