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Com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o Papa Francisco convocou toda a Igreja a ativamente participar da 16ª Assembleia do Sínodo dos Bispos. O próprio tema da sinodalidade é o centro das reflexões e do diálogo. A principal motivação ao escolher esse tema fomenta-se na importância e na urgência em compreender e vivenciar o compromisso batismal em que todos sejam sujeitos da ação e missão da Igreja. No sínodo de 2023, a proposta é que o processo de preparação seja fortemente marcado por uma escuta ampla, por isso a caminhada sinodal teve início em 2021 para possibilitar diversas experiências e processos de escuta ao povo de Deus.
O termo “sínodo” tem sua origem na língua grega e quer dizer “caminhar juntos”, por isso o sínodo não é um mero evento, um encontro ou reunião; é, antes de tudo, uma experiência de fé, que busca renovar em cada católico o profundo sentido de pertença e fortalece esse jeito sinodal de ser Igreja.
O caminho proposto tem como objetivo chamar as pessoas para o diálogo e a escuta, para repensar a maneira na qual exercem a liderança e autoridade dentro da Igreja e buscar meios para melhor responder aos desafios da evangelização no tempo presente.
A Igreja Católica no Brasil traz em sua recente história interessantes experiências sinodais, em que o povo de Deus se reconhece como evangelizador e responsável pelo anúncio da Boa-Nova. Esse senso de responsabilidade se expressa nas muitas formas de serviços e ministérios que estão presentes nas comunidades e paróquias. Os trabalhos de coordenação, conselhos de pastorais, conselhos comunitários, assembleias paroquiais e diocesanas testemunham esse estilo sinodal, ou seja, esse caminhar junto, na corresponsabilidade pela vida e missão da Igreja. Bispos, padres, diáconos, religiosos(as) e leigos(as) todos assumindo com zelo apostólico a missão confiada desde o Batismo em serem discípulos(as) missionários(as) numa Igreja em saída.
O Sínodo dos Bispos 2021-2023 será realizado em três fases, sendo que a primeira é a diocesana, a ser realizada nas igrejas particulares até agosto de 2022. Essa fase é importante porque envolve aqueles que estão na base, por isso, em cada diocese foi estabelecida uma equipe diocesana de animação do sínodo com o objetivo de ajudar a dinamizar em cada realidade esse caminho de escuta. Nesse sentido, proporcionar meios para que todos os que desejarem possam participar dos encontros e momentos de escuta e partilha, sejam nas comunidades, paróquias, movimentos eclesiais, instituições, organismos ou institutos de vida consagrada. O desafio e apelo é que cada diocese promova espaços e iniciativas para que essa escuta seja a mais ampla possível. O desafio é envolver aqueles que estão afastados ou que são indiferentes. Aqui cabe lembrar que espaços cultuais, universidades, escolas, hospitais, sindicatos, centros de assistência social e movimentos sociais poderão ser lugares para promover iniciativas de escuta e diálogo.
Caminhar juntos é uma tarefa exigente, mas também necessária. A Igreja é povo peregrino, que caminha junto assumindo a tarefa de ser sal da Terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16). Nesse percurso, tantos ainda precisam ser despertados e discernir o chamado de Deus em suas vidas, por isso a missão dos animadores vocacionais se torna fundamental. No caminho sinodal que vivemos nas nossas dioceses e como Igreja universal, enxergamos a necessidade de inspiração e participação efetiva dos agentes do serviço de animação vocacional, pois são como farol que desperta e aponta para horizontes maiores, são profetas que não deixam que a indiferença camufle e oculte o sonho de Deus em cada pessoa. Ser Igreja sinodal é ser Igreja em permanente discernimento vocacional!
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